A Amizade surge do mero Companheirismo... C. S. Lewis
A Amizade surge do mero Companheirismo quando dois ou mais dos companheiros descobrem que têm em comum alguma percepção ou interesse ou mesmo gostos que os demais não partilham e que, até aquele momento, cada um acreditava ser o seu tesouro ou fardo especial. A expressão típica de um começo de Amizade seria algo como: “O quê? Você também? Pensei que eu fosse o único.”
A pessoa que concorda conosco que alguma questão, pouco considerada por outros, tem grande importância, pode ser nosso amigo.
Ela não precisa concordar conosco quanto à resposta.
Esse o motivo pelo qual aquelas criaturas patéticas que simplesmente “querem amigos” jamais descobrem algum. A própria condição de ter amigos é que deveríamos desejar algo além de Amigos. Onde a resposta sincera à pergunta:
“Você vê a mesma verdade?” fosse: “Não vejo nada e não me importo com a verdade; só quero um amigo”, não pode surgir Amizade - embora possa haver Afeição. Não haveria um terreno comum para a Amizade, e este precisa existir neste caso, mesmo que seja um entusiasmo por jogar dominó ou por ratinhos brancos. Os que nada têm nada podem partilhar; os que não vão a lugar algum não podem ter companheiros de viagem.
Quando as duas pessoas que descobrem estar palmilhando a mesma estrada secreta são de sexos diferentes, a amizade que surge entre elas irá facilmente transformar-se - talvez depois da primeira meia hora - em amor eros.