Rosa negra Dos seus olhos vertem... Leandro M. Cortes
Rosa negra
Dos seus olhos vertem pequenos pingos cristalinos,
Uma gota, uma lágrima respinga sobre a mesa
E mistura-se a saborosa sobremesa.
Sobre a mesa uma toalha branca, virgem
Tem sua essência marcada, maculada
Reputação manchada.
Tingida em vermelho ela agoniza em sua dor,
Sente-se usada e abusada pelo amor,
O qual se vangloria do seu torpor.
Sobre si encontram-se duas taças que brindam,
Pique – esconde, em sua inocência brincam.
Ironicamente se tocam timtim.
Em seu âmago carrega o dissabor do ardor.
Sua alma e sua única companhia,
A qual se recolhe e silencia.
Um pequeno botão entranha-se em seu ser.
Um amargo e nefasto fruto,
Evocado do seu luto.
Logo desabrocha e floresce uma sedutora rosa negra
No obscuro recôndito do seu coração
Solitário e só, seu nome é solidão.