Eu nunca fui do tipo que chamasse... Kamylla
Eu nunca fui do tipo que chamasse atenção, no quesito sedução sempre fui abaixo da média, em todo tempo que passei na escola se fui lembrada era por ser CDF, queridinha dos professores e só, nunca por atributos físicos. Nunca me achei a mai...s bonita, a mais atraente, mas também nunca vivi em briga com o espelho. Sempre fui desajeitada, avessa a moda e completamente desligada nas últimas tendências, mas isso nunca me impediu de conquistar pessoas e ter amigos bacanas ao meu lado. Via as meninas populares da escola, faculdade, academia e nunca me senti atraída pelo seu mundo, achava aquilo futilidade, besteira. Mas um dia comecei a achar que merecia algo mais, comecei a achar graça naquela mediocridade toda e aí começaram a me enxergar. Abandonei a turma do ‘deixa-disso’ e mergulhei de cabeça na turma do ‘deixa-rolar’. Pararam de me lembrar como a amiga de fulano, a que apartou a briga de beltrano... Agora eu tinha um nome, tinha uma turma, tinha uma história que eu não precisava dividir com ninguém, pois todos já sabiam. Eu, logo eu, passei de invisível para O foco. E tudo era novo, adrenalina pura, sensação de fama, de bairro e baladinha, mas ainda assim fama. O tempo foi passando e via que precisava sempre de novidade para permanecer no grupo dos “populares”, um ficante novo, um porre novo, uma balada nova, um vestido novo... E aquilo foi cansando, frustrando. No meu grupinho dos ‘despercebidos’ a atração era eu, não minhas novidades. Eu era querida pelo que eu era, não pelo que eu provocava. E hoje percebo como fui boba em achar que precisava chamar atenção pra ser vista, que precisava esconder sensibilidade pra ser desejada, que precisava ser popular pra ter amigos. Bom mesmo é ter pessoas que curtem a sua presença sem você precisar ser adorada por outras, pessoas que se importam com você mesmo você sendo a última da fila. E é esse grupo que eu pertenço, que eu sempre pertenci, que eu sempre me senti em casa.