Duas tangentes iguais até o ponto que... Natali Lopes

Duas tangentes iguais até o ponto que se permitiram mudar, ou que não mudaram. Pessoalmente, percebo que apenas uma mudou, enquanto a outra se conservou intacta até nas maiores tempestades da vida. Aonde encaixar as lembranças remotas e recentes sem ao menos sentir um vazio que seja, por não ter feito acontecer, por não ter feito ... apenas viver ? Eu reclamo da vida, do todo, de tudo, somente por ter deixado passar, e ter deixado de somar .Subtraí das esquinas dos meus pensamentos, vontades, anseios e até pesadelos. Me entorpeci, me deixei esquecer, para menos sofrer. Sem sucesso, perdendo já as vezes de reclamar dos revezes. Eu queria somente acreditar e parar de sonhar ... sabe, acontecer. Eu poderia ser uma cega ou me fazer de uma só pra não te encontrar. Tenho criado várias barreiras anti-vulnerabilidade, obstáculos para tornar mais difícil o sucesso das tuas investidas e tenho tido bons resultados. A cada noite, eu traço rotas de fuga, planos para te despistar e penso em novos esconderijos. Recuo, a longo prazo, de nossa guerra particular, não cogito a idéia de contra-atacar. Somos o passado e o futuro eqüidistantes, como sombras de um mesmo corpo. Contra a luz, semelhante essência. Somos ângulos iguais, em alturas diferentes e ainda, a mesma estatura de alma com pensamentos distintos. Edificadas pela atuação do tempo, da distância, e da linearidade da vida. Uma de nós ficara estacionada em lembranças, e esquecida por vezes reduzidas; enquanto a outra continua seguindo adepta a novas mudanças, munida de instabilidade. Como é viver sem lembrar?