"Não ache estranho. A chegada do... Vasconcelar
"Não ache estranho.
A chegada do tempo.
Se sentir cheiro de cigarro e perfume no colarinho.
Borrão de café na xícara.
Terno não mais pendurado no cabide.
Ferracini parecer surrado.
silêncio parecer jazz.
Se altruísmo parecer inerente.
O sorriso seco.
E a apatia.
Quando encontrar só uma bala no revolver.
E o mesmo estiver fora da minha escrivaninha.
Quando sumir sem aviso.
Se a foto ficar fora de foco.
Parecer distante.
A cama não parecer usada.
O som da gaita confortar.
Quando nomes não forem ouvidos mais.
Ou se forem procurados por máfia.
Se a chuva parecer silenciosa.
Quando estiver recostado na cadeira do quarto.
Quando a hipérbole for desnecessária.
Mas a gravata estiver mil vezes mais torta do que o normal."