É tão prazeroso começar a escrever... Jeozadaque Martins

É tão prazeroso começar a escrever uma história, principalmente quando se trata da sua.
Você coloca os personagens numa ordem, rabisca o escopo e em seguida vai desenrolando o roteiro conforme a sua maneira de ver a vida.
A cada linha, vai surgindo novas ideias, novos caminhos que os personagens irão traçar, porém sempre juntos.
Quisera eu que na vida real fosse assim.
Até que você escreve uma história, mas na vida real, ela nunca vai ser do jeito que você pensou. Nunca.
Primeiramente, porque o único personagem ao qual você tem domínio é você mesmo.
Segundo, porque as pessoas que você colocou na sua história podem estar escrevendo outras histórias com outras pessoas e talvez você nem esteja no roteiro delas. E o resumo disso é: você sempre vai se encontrar rabiscando histórias que nunca irão sair do papel. E o mais triste de tudo é que não importa quantas vezes seus planos foram frustrados, você sempre irá pensar “Dessa vez vai ser diferente”. Mera ilusão...

Comparo as histórias que escrevo pra mim e que nunca vão acontecer, com uma criança brincando na beira do mar. Ela está feliz, sorridente, querendo construir o maior castelo já visto, quando, quase no término dessa construção, vem uma onda e faz com que esse castelo desmorone todo, e toda areia que antes era um castelo, se torne parte daquele imenso mar.
Mas mesmo assim a criança não desiste. Ela leva o seu baldinho de areia e recomeça a construir seu castelo novamente, desta vez, mais longe do mar sem se dar conta que as ondas vão aumentar e sempre vão destruir seu castelo.
Da mesma forma é na vida real. Você sempre acha que a frustração não vai encontrar seus sonhos, mas elas sempre encontram em uma das encruzilhadas da vida.
Estou começando a perceber que minha vida não é fruto das minhas escolhas, e sim, que as escolhas que tomo são frutos das circunstancias da vida. Eu não escrevo a minha história. É vida que me coloca como personagem e traça um roteiro.