E quando tudo permanece igual? E quando... Paula Oliveira.
E quando tudo permanece igual? E quando não muda? E quando essa coisa monôtoma não passa? Tudo lá fora percorre, ídas e vindas. Os carros percorrem, as pessoas vivem de desigualdade. Enquanto isso a vida lá fora passa e eu permaneço aqui, prefiro a minha companhia, prefiro sentir uma só respiração. As vezes da vontade de ir lá fora, a sacada é logo ali, acender um cigarro e sentir a leve brisa e fazer da fumaça a minha companhia. A fumaça se vai, ela se some ao balançar e o sussurrar do vendo de sul a leste. Quantos cigarros e tragadas serão preciso? Eu tento pegá-las com minhas mãos, não há efeito, mesmo com forças elas desaparecem na palma, assim são as pessoas. Aperto meus joelhos sobre meus olhos, e fico observando as pessoas andando pela cidade, elas andam, os balões voam, mais são como eles, bonitos por fora e cheio de vento por dentro. Por que julgar cada uma delas? Não são algumas... Só pego impulso e falta coragem, para sim como elas permanecer vazia e estarrada naquele solo quente, que o sol deixou de me esquentar e me deixou o frio do interior. Tudo bem, eu continuo aqui tomando impulso, sem recuar, quem sabe alguém possa me segurar.