A arte de escrever Às vezes me deparo... Cristina Deutsch
A arte de escrever
Às vezes me deparo com perguntas as quais duvido saber responde-las sem mentir ou omitir, pois por mais que me ache no direito de dizer que escrever é um DOM,encontro quem os desminta e afirma que todos podem tornasse um escritor se quiser, será? Pergunto-me inúmeras vezes e me surpreendo ao pegar-me duvidando desses que acham que escrever basta somente ter em mãos lápis, caderno ou nos dias de hoje um computador para ir rabiscando e transformando cada linha em algo especial. Não acredito que um escritor possa assim ser reconhecido, como alguém que não faz nada de intrínseco, afinal para se escrever e cativar as pessoas precisamos sentir suas emoções e viver em cada um de nossos personagens seus momentos alegres ardentes, infelizes trágicos e ainda assim saber separa o real do irreal, não é possível ensinar aquilo que não sabemos e por isso mesmo não sei responder esse tipo de perguntas.
Como tornasse num escritor? Não sei, não sei mesmo, tudo que sei é que inúmeras são as vezes que me sentei diante do PC e não consegui redigir os textos que me ocorriam de vez enquanto e em meus pensamentos pareciam modelados e bastava transformá-los em letras, mas ao me deparar diante da tela de meu notebook me dava conta que minutos depois escrevendo, nada era concreto, sólido, condensado, espesso, solidificado ou aproveitável, pelo ao menos eu não estava contente com o resultado e o display de meu PC perdia o encanto não mais mostrando no fundo uma fotografia a qual poderia me inspirar se estivesse inspirada neste dia, dando vez e espaço para o programa do Word que espera de mim algo que pelo menos que ele pudesse tentar corrigir se entendesse,mas como a mim neste dia faltava inspiração,não pus ali naquela pagina de fundo branco meus sentimentos,não investi e não estava preparada para investir naquele texto entusiasmo, emoção, afeição, amor, pesar, tristeza, desgosto, mágoa e pressentimento, sem todos esses ingredientes seu texto ficara destemperados e quem comeria um pranto mesmo que aparentemente bonito mais sem gosto? Somente aquele que tem muito fome, quem tem apetite quer saborear e comer lentamente, com gosto e deliciar-se como quem estivesse entregando-se a volúpia.
Desta forma eu descreveria a arte de escrever algo que me dar satisfação, alegria, contentamento, distração e a sensação agradável de ter criado algo que faça as pessoas discutirem sobre o assunto e com isso falam e se lembram de ti, gosto muito dos temas polêmicos, pois eles têm a tendência a induz à irritação, a exasperar, à cólera. Não que eu goste de ver as pessoas encolerizar, não isto não, mas infelizmente os bonzinhos são esquecidos rapidamente e os malvados sobrevivem mesmo que na nossa ira. Ainda não sei bem como descrever um escritor, tudo que posso afirmar é que para se tornar um bom escritor é necessário uma pouco de conhecimento em relação ao tema explorado, um pouco de loucura e uma dosagem grande de amor a escrita, pois escrever qualquer um pode desde que alfabetizado e conheça a escrita, criar e dar vida aos personagens somente quem tem o DOM, pois para ser escritor não basta saber ler e escrever, para ser escritor tem que saber operar e organizar as letras como um bom cirurgião plástico, não só corrigindo ou disfarçando as falhas mais as enfeitando para que se tornem mais bonitas e agradáveis, não somente ao ver mais principalmente ao ler.
Ser escritor é ser o operário das palavras, uns optam pelo romantismo outros pela fantasia e tudo isso junto resulta em livros, muitos infelizmente empilhados e esquecidos nos fundos de uma garagem ou de um porão. Ser escritor é amar a escrita sem esperar um dia ser reconhecido pelo seu trabalho, ser escritor é viver esquecido até que morra para que sua obra renasça.