E por incrível que pareça eu ainda me... Twoany R
E por incrível que pareça eu ainda me lembro daquele dia… Ainda me lembro daquele “alô” fechado que falei esperando ouvir tua voz do outro lado da linha. E mesmo antes de responderes meus olhos já se enchiam de lágrimas; eu pude escutar o som da tua respiração lenta e entre cortada, pude escutar o suspiro que deste antes de dizer “olá”. Aquele “olá”. O “olá” que quebrou minhas lágrimas, as fazendo escorrer sobre meu rosto. Eu chorava ao som da sua voz grossa e roca, chorava ao som do seu sotaque do interior, a cada vez que você falava “amor”, “meu amor” eu transbordava e tu nem sabias. Você dizia que me queria por perto, dizia que queria estar ao meu lado e eu concordava com a mais perfeita harmonia de que eu queria isso também. Eu te queria ao meu lado naquele exato momento. Eu não podia esperar, eu queria sentir o teu abraço, queria sentir a tua mão entrelaçada na minha. Mas eu só sentia a vibração da tua respiração e o nosso silencio a não saber mais o que falar. Então você quebra o silencio com um “casa comigo?”, eu aceito em meio aos risos…
“Não rir! É sério! A gente ainda vai casar.”
“Eu sei que vai…”
E por incrível que pareça eu ainda estou te esperando, sabe? Ainda estou te esperando aqui na porta com o seu terno marrom me chamando pra casar. Ainda estou sonhando com a sua mão entrelaçada na minha e com sua voz grossa ao pé do meu ouvido. Eu ainda estou esperando por você Augusto, ou por uma ligação sua no meio da noite. Mas eu sei… É patético esperar por você, é patético esperar que se lembre de tudo que um dia te fez bem, porque eu sei, eu te fiz bem. Te fiz muito bem, mas você esqueceu. Esqueceu que ninguém, nunca, será capaz de te amar como eu te amei.
Eu te amei Augusto, com todas as minhas forças, eu juro, eu te amei!