O Lírio e o Beija-flor Quando a noite... Sayuri Suto Salvador

O Lírio e o Beija-flor

Quando a noite chegou,
E o beija-flor se afastou,
O Lírio botão,
Despetalou o coração...

Mas por ser tão jovem,
E acreditar no amor,
Sabia que um dia,
Seu beija-flor voltaria...

O tempo passou,
O Lírio desabrochou,
Seu primeiro perfume,
O beija-flor não cheirou...

O Lírio cresceu,
Viveu histórias de amor,
Mas nunca esqueceu,
O seu beija-flor...

Até que um dia,
Por pura magia,
Diferente o vento soprou,
Deus! Eram as asas do beija-flor...


Tão pequenino,
Parecia um menino,
Diante da flor,
Estava de volta o beija-flor...

O beija-flor apaixonado,
Olhava o Lírio, encantado,
Voava alucinado,
Sobrevoava a flor...

Devagar,
Tentou se aproximar,
Todo o que mais queria,
Era sua flor tocar...

Quanto mais se aproximava,
Mais a flor perfume exalava,
O seu néctar ofertava,
E sorridente se dava...

Então o beija-flor se aproximou,
Mas um vidro encontrou,
Era a redoma do tempo,
Que o destino formou...


O Lírio e o beija-flor,
Sabiam da sua dor,
Mas nada poderia impedir,
Que vivessem um grande amor...

Mesmo de longe,
O beija-flor olhava,
Mesmo de longe,
A flor se dava...

A redoma que o tempo criou,
Impedia que se tocassem,
Mas jamais impediu,
Que os dois se amassem...

Esta é verdade,
Sobre o Lírio e o beija-flor,
Não há tempo que apague,
Uma verdadeira história de amor...