E podia parecer que sim, mas não... Carla Andrade

E podia parecer que sim, mas não importava sua opinião em relação à maturidade. Sua teoria dogmática a respeito de tal, perdia total força em sua própria origem, por não levar em conta que para se conhecer, é preciso antes de tudo não Pré-moldar tal pessoa. Não me importava se a idade era “x” ou “y”. Sua representação de um cara aparentemente mais maduro, me fazia crer ainda mais de que não se rotula alguém pela idade expressa num RG. De fato haveria de conhecer caras com idade amena que apresentava experiência e um papo 300 vezes melhor que o dele. Mas não era isso que me fazia prender atenção. Não era idade, não era o papo, não era físico, era basicamente sua audácia em me desafiar a provar para ele o que dizia. E sempre me importou tão pouco provar aos outros o que acreditava ser/pensar, porque em suma face sempre defendi a idéia de que não devia provar nada a ninguém além de mim mesma. Mas ele conseguia me despertar o interesse de provas concretas à tudo que dizia. Não porque insistia, talvez inclusive tenha sido exatamente por isso... Por não insistir como qualquer outro cara sempre fazia. Ele me despertava uma curiosidade imensurável, me fazia crer que nele existia uma espécie de peculiaridade que até então desconhecia, e não era por ignorar meus joquinhos de me fazer de difícil, era simplesmente porque me despertava uma curiosidade ainda maior em descobrir quem ele era. Como se descobrindo-o, eu me encontrasse em algum ponto ou pelo menos me acrescentasse algo singular que até então não viera para mim dessa forma. Ele me fazia duvidar de minhas certezas eminentes, me fazia não parar de pensar naquele seu jeito prepotente que era tão característico de sua personalidade. Talvez devesse recorrer até no que pouco acreditava sobre signos, e por hora descobria uma nova ironia... Mesmo signo que o meu, mesma boçalidade espontânea que ainda assim cativava. Então deveria fazer algum sentido o que transpassava naquela situação... Talvez por enxergar tanto de mim que me prendesse ou admirasse tanto tua postura volúvel. Maldito magnetismo que me causava e interpretação nenhuma me vinha.