FLOR Descobri que era feita de... F. Manoel
FLOR
Descobri que era feita de polietileno
Que não precisava adubar nem regar todo dia
Que tirar a poeira era bom
Mas se não espanasse, nem diferença fazia
Não era Margarida, Begônia, Tulipa e tão pouco Amor Perfeito
Descobri que apesar de amarela, branca, vermelha
Não tinha cheiro, nem tinha nome
Sim, tinha cor sem sabor e não pousaria nenhuma abelha
Oh que triste descoberta... Ela não daria fruto
Não teria próxima geração
Más, cuide com zelo e carinho
Porque o jarro é frágil, é de barro, é o coração
Flores de plástico nunca morrem
É difícil tirar do jarro, acostumar, esquecer
Dar lugar para a cor, cheiro e nome de verdade
Que apesar da intensidade, é capaz de morrer