Para defender a verdade individual, ou... Adriana Vargas
Para defender a verdade individual, ou coletiva, aquela que se faz através de conchavos, com a intenção única de satisfazer a vaidade egoica, cria-se o mundo, em um campo de batalhas. Os campos minados da alma existem em todos os confins. Justos e hipócritas, crianças e velhos, pobre e rico... Lutam todos e todos os dias. Estou no meio dos campos minados, correndo para lá e para cá, tentando esquecer a vaidade, apenas por um minuto.
Existem as bandeiras com os seus significados. Importa apenas a mensagem que elas nos passam. Muitas vezes não é isso que se vê, e sim, o que se ganha com isso. Vejo apenas que os maléficos, por sua natureza, são os que prejudicam a massa ou a si mesmos, a ponto de se olharem no espelho e não mais se reconhecerem, por deturparem a figura do amor.
Os bons abraçam sempre as causas justas e lutam com todo amor que puderem extrair daquilo que plantaram. Lutam sem precisar machucar o outro, sem destruírem as edificações que já foram construídas. Lutam pelo amor, pela paz, pela conscientização, sem beneficio próprio.
Os justos são os que lutam pela justiça perdida, contra a maldade do julgamento injusto, a maledicência da exclusão e os ferimentos do preconceito. Lutam com armas invisíveis - a fé contra os vícios, ambição e traição, contra os autores da desunião, contra as rupturas dos vínculos, embasados nas artimanhas enganadoras e mal polidas, do que se possa chamar ato plausível. Preciso recorrer à atitude cética para combater o maniqueísmo e não permitir que ele adentre em minha casa?
Preciso não tomar partido e me pôr em cima do muro, apenas vislumbrando a morte ou a vida, sem molhar os pés na realidade?
Preciso não me render ao simplismo de encurralar o pensamento, entre as paredes do bem e do mal, pondo-me na posição de "eu não tenho nada a ver com isso?!"
A indiferença mata? Se nada faço quando vejo alguém se afogando, estou cooperando, ou não, com o seu afogamento, ou estou apenas observando o afogamento de alguém, enquanto elaboro um pensamento para além da solução dualista? Será sábio inventar uma tese inédita sobre alguém que surge com uma ideia lógica e racional, sobre os futuros robôs da era que exigem a falta de sentimento - bem ou mal, apenas o lógico, pois esta falta agrada à ciência e substitui as desgraças ou as graças?
Sou péssima discursista, não posso entender a profundidade dos sentimentos. Bem ou mal, por considerar-me entre os homens um homem médio e comum, posso dizer que o remédio está, não na fabricação de teses cientificas que poderiam se tornar demagogia, e sim, na conscientização e educação. Daí nasce a nova cultura dos tempos que em minha opinião é bem mais aproveitável do que a tese científica.
Tratamos de seres humanos e não de objetos a serem analisados.