É tudo culpa sua. Culpa desse teu olhar enigmático, das suas...
É tudo culpa sua. Culpa desse teu olhar enigmático, das suas atitudes duvidosas, das tuas palavras confusas e desse teu jeito indecifrável. Fico me perguntando quando é que o jogo vai se abrir, quando tudo vai voltar a ser claro. Eu já cansei da escuridão que você botou no meu caminho. Custa acender um pouco a luz? Eu costumava definir as pessoas com uma única conversa. Mas com você é diferente. Tuas palavras nunca soam de uma única maneira, elas sempre têm vários sentidos e eu nunca sei como interpretar. Por que você é assim? Por que deixa tantas dúvidas? A cada pergunta que eu faço, você me responde com mais dez enigmas. Até quando? Minha cabeça não para de questionar quanto tempo vai levar até eu finalmente entender tudo, até eu saber de vez o que fazer, como agir. Saber se devo te mandar sumir logo de vez ou se devo insistir mais um pouco pra você ficar. Saber se devo dar adeus à esse teu jogo ou se devo continuar jogando até o fim. Saber se devo abrir mão, ou se devo agarrar com força e não desistir nunca. É esse o maior problema. Você deveria colaborar. Não é fácil pra mim e você nunca faz questão de facilitar nada. Será que sente prazer? Me torturar? Ou é só teu jeito de se fazer de difícil? Até consegue me ganhar, mas e se eu cansar? Já parou pra pensar nisso? Se é essa a tua intenção, tentar me seduzir com um joguinho complexo, deve ficar ciente de que uma hora eu posso jogar os dados fora e partir pra outro jogo. E é a minha vontade de sempre, na verdade. Mas toda vez que tento trocar de jogo, acabo apenas reiniciando a partida do seu. Você é realmente um labirinto. Espero receber meu prêmio no final dele. E se quer saber, me perder no seu jogo me inspira sempre a jogar mais. É isso: às vezes eu odeio esse teu joguinho, mas às vezes esses teus enigmas me fazem ter sede de virar um belo detetive. Porque acima de tudo, você é meu labirinto preferido.