A RODA DA VIDA Estava a nenhum. Como?... Andreia Souza
A RODA DA VIDA
Estava a nenhum.
Como? Tinha tido uma vida de lutas mas sequer um mísero tostão restava.
Que vida é esta, pensava.
Honestamente já não sabia se havia saída ou valia a pena. Onde teria errado ou deslizado?
Tinha sido bom pai, bom companheiro.
Lembrou-se que desistir era arma dos fracos e insensatos.
Num rompante começou a girar a roda.
Na roda do tempo e da vida começou a avaliar onde havia se perdido. Faltava-lhe acreditar em si mesmo e no traçado que havia escolhido para sua vida.
Na cabeça as trilhas.
Resolveu inová-las.
Redesenhou-as e partiu.
Pela primeira vez acreditou que seria cabível seu sonho.
De pequeno fez-se grande.
Arregaçou as mangas.
Encarou de frente a dificuldade.
Reciclou e criou.
De latas fez objetos, de pets fez assentos.
Acreditaram nele.
De porta em porta ofereceu seu trabalho.
Assim como caminhar nos requer um passo após o outro, para ele não foi diferente.
Aprendeu a agradecer mais do que pedir.
Deu de cara com a humildade.
Renovou sua fé.
O que ontem era sem cor já traz esboço de nuances pálidas.
Mas a cor já é percebida.
Resta, apenas, caminhar um pouco mais para resgatar a dignidade perdida.