Tem gente que é bobinha, não reage a... Arcise Câmara
Tem gente que é bobinha, não reage a grosserias, engole tudo, sapos, vacas e jumentos, chora trancado no quarto, cria mágoas infinitas, deixa feridas abertas. Fico pensando nessas pessoas que preferem se mutilar do que se impor, dizer que não gostou, pedir e exigir respeito.
Eu era assim, e o pior eu me impunha dentro de casa e apanhava na rua. Deixa eu me explicar: em casa eu era a rebelde, a que não aceitava desaforo, a bateu-levou. Na rua eu era a engolidora de sapos, aquela que podem aprontar tudo sem consequências nenhuma.
Um belo dia parei para refletir: ué tem alguma coisa errada, tá tudo errado, para e muda tudo. Eu agredia com palavras, atos e ações quem eu mais amava, meu pais, meus irmãos, meu namorado e era mil vezes tolerante e ou engolia choro com estranhos. Hum! Cuméquié? Me interna. Daí veio a ideia mágica de filosofias aprendidas por aí de que só fazem com a gente o que a gente permite. E não é que isso é a mais pura verdade. Essa informação é tão preciosa que poderia ser patenteada e vendida.
Com base em tudo que você aprende na marra e sem nenhuma facilidade você acha muito justo mudar. Ou você fica mais tolerante com os seus e com o mundo e pratica técnicas budistas, ou você manda a bruxinha fabricar um certo pozinho de agressividade para que você possa dar medo em certo alguém partindo do pressuposto que remédio para louco é um louco e meio.
Seja mais amável com o seu próximo, seja mais amável com quem te ama e dá a vida por ti. Seja mais tolerante com as pessoas ao redor, a vida vai te recompensar, mas se você ficar triste ou revoltada ou sentindo necessidade de se impor, se imponha com qualquer um. Não agrade os de fora e desagrade os de dentro, os de perto. Seja você em qualquer circunstância. Não poupe desconhecidos agressivos que se fazem de sinceros para te humilhar.