Flor de quintal. Não há memórias,... Luana Rodrigues.

Flor de quintal.

Não há memórias, não há acordos, não há revolta.
Agora, depois de tudo que fiz só restou uma única sobra meio perdida nesse buraco que é a vida: EU.

Depois de um tempo remoto que perdi resolvi retomar. Resolvi voltar a escrever, ou começar, chame a minha volta como quiser. Me auto-titular é um direito meu, não é mesmo? Então não se mova em relação a isso.

Mesmo ainda não tendo a alma absolutamente formada, acho que levo jeito pra escrita e pra mais uma porção de coisas, como a música ou teatro, ou dança. Mas pretendo não ficar precipitando gêneros artísticos para a minha pessoa. Eu entro com todas as imagens e saio com todos os precipícios internos dos outros. Quando enfim me deparo comigo mesma, posso ouvir um grito de guerra. Um grito medroso, mas ainda assim sinto que me é um grito. Um grito interno, manifestado por dentro.




A chuva poderia calar a minha voz. Eu falo alto, e falo bem.
Mas é o contrário por dentro. É o conjunto de uma entrega de céus nublados e eu só me desespero. Ando perdida nesse mundo intermediário, esquisito, preocupante, medíocre.
Ando amando muito também, ainda que por incompleto, eu amo pela metade, amo ás pressas, amo pelo avesso.
E respeito muito a parte desse amor que não te toca.

A janela fechada, lá fora a noite dá o seu show, a chuva surpreende a plateia. Para os desacompanhados, só resta chorar a solidão que a chuva não consegue curar.

Posso pedir para que você me ajude agora. Eu sei que você, seja lá quem você for, se sente encurralado por alguma coisa. Isso é normal, ou não é, talvez seja abstrato...E eu gosto do que me é abstrato.

Não me é anormal

Quando posso passar aí para te tirar do mundo da Lua?
Eu sei, não é assim que funciona. A poesia aqui escrita é retórica. Você não se sente preso? Preso ao caos generalizado dessa vida? Não se sente perturbado pela falta de amor? Que espécie de ser humano você é, daqueles sortudos que não amam ninguém e mesmo assim é amado por todo mundo? Não sei o que pensar.

QUEM É VOCÊ ?

Obrigada por não responder nenhuma dessas perguntas e continuar a leitura. Aqui é tudo ao acaso. Reparou? Não sei o que pensar desta situação, você também não se ajuda.

Tudo começou no comecinho desse ultimo minuto.
Quando lembrei que minha cabeça é mais cheia que o mar.
Não sou exagerada, não. Sou apenas sincera com meus próprios princípios, não sei quais são eles mas aposto que são inconfundíveis.

Minha boca está seca. Preciso de água, não uma água qualquer, preciso de uma água que cure esse vazio. Uma água que me tire desse estado de dormência interior.

Vá dormir! - Eu me falo.
Não quero! - Eu me respondo.
Ah, mas dento de mim há um poço fundo, fundo, fundo...
Eu me digo a verdade.