Tão incompleta que me parece... Luana Rodrigues.
Tão incompleta que me parece desesperada, assim olhando-se de lado. Sabe que tenho umas inconfundíveis memórias alienadas ao nada, ao nada que me bate a porta, ao nada que me interrompe enquanto procuro incessantemente pelo sono.
Não sei decifrar tamanha brutalidade que faz de minha vida sua mais incompleta residência.
Mas que parem o transito então, para anunciar a minha revolta. Olha que ninguém dá ouvidos, confesso que não sei chamar tanta atenção, rosto fechado, alma desperta, o inverno reina aqui dentro de mim. Não posso me concentrar desse jeito, a chuva já é bem vinda, mas também com tantos anos chegando sem ser convidada, pelo menos enquanto estou sem proteção, aí ela é mal vinda, mas fora isso, chegue quando quiser.
Mas por que digo tanto absurdo, meu Deus?
Por que não sei ler gente?
Bela pergunta poética, bela renuncia ao mal desse milênio, não-sei-ler-gente. Assim, escancaradamente, digo isso sem nenhuma precaução, lembro de quando eu era criança, essa palavra me fazia rir.
PRECAUÇÃO.
Me lembrava das calças de um tio gordo.