Hoje eu queria que ninguém se... Jeozadaque Martins
Hoje eu queria que ninguém se importasse comigo.
Que não me chamasse para sair,
Que não me mandasse sms,
Nem me chamasse quando a mesa estivesse posta.
Hoje eu queria que ninguém citasse meu nome de maneira alguma.
Hoje eu queria apenas ser lembrando pelas coisas boas que proporcionei às pessoas
– se é que proporcionei algum bem a alguém.
Hoje eu não queria que ninguém perguntasse se estou bem ou mal.
Essa pergunta eu não saberia responder.
Hoje eu só queria que as pessoas percebessem que preciso ficar sozinho.
Hoje, o isolamento seria a melhor coisa a se fazer.
Não falo de solidão, mas de uma busca por respostas.
Eu, meus pensamentos, um lápis, uma folha e o silêncio.
Isso me bastava.
Meus pensamentos poderiam ser chaves para meu encontro comigo mesmo.
O lápis seria para transcrever nas folhas meus sentimentos indecifráveis.
E o silêncio seria minha companhia.
Ah! Também precisaria de uma música.
Talvez se as palavras não saíssem, a música falaria por mim.
Então a deixaria contar minha história em apenas três ou quatro minutos
E eu ficaria ali, quieto, ouvindo na voz de alguém, o que não sei explicar.
É disso que preciso.
Sorrir, chorar, lembrar, refletir…
Tudo sozinho.
E no final do dia, quem sabe, talvez eu quisesse que ela chegasse de mansinho,
E não me perguntasse nada,
Apenas sentasse ao meu lado sem olhar fixamente pra mim,
Encostasse sua cabeça em meu ombro, pegasse na minha mão e sussurrasse:
Nada está perdido. Ainda há uma chance.