O cio Não lembra dia Mas nascem os sons... Tiago Landeira
O cio
Não lembra dia
Mas nascem os sons e vem
Chegando de longe, flutuando sobre tudo
Despertando o espaço, agredindo o interior
O frio, o cio altera
Transtorna, transvia os lados
Corre de medo, de desejo
Sangra o chão, de costas expostas
Uiva a solidão; olha turvo, rachado
Detém de sair e ir. Saga ácida
Arrebata voraz a alma do fundo refúgio
É grito. Insistência rígida em cega sombra
E rasga a noite perdida e armada.