Todas as manhãs ela acordava triste,... Beatriz Soares Bezerra
Todas as manhãs ela acordava triste, cabisbaixa. Onde estaria aquele rapaz que todas as noites a alegrava ? ele não tinha ido na noite anterior, nem na semana passada ... na verdade, fazia tempo que ele não ia. Ela sentia saudades, e o coração dela quase se espedaçava. “não agüento mais” repetia sozinha, com a cabeça no travesseiro. Por um momento quase derramava uma lágrima, mas era orgulhosa. Saudade era grande, apertava. Mas o orgulho era ainda maior. Fez do orgulho o seu soro cicatrizante das feridas feitas pela falta do amor. Mal sabia, que esse soro era uma espécie de droga, vicia e prejudica. E só fazia a ferida inflamar mais e mais. Quase morreu, coitada. Ela jamais o procuraria, e a essa altura do campeonato, acho que ele não iria até ela sozinho ... a não ser que existisse amor. Mas e se ele a amasse ? será que ela abriria mão de todo o seu orgulho ? não sei, ela não sabe ... ele jamais voltou. E ela seguiu seu caminho, hoje é mais fria e pesada que qualquer ice Berg. Pobre menina. Espero que um dia o sol esquente, e quem sabe assim ela derreta ...