Nobres anzóis Com os olhos vendados eu... Sandro Kretus
Nobres anzóis
Com os olhos vendados eu posso ver
Minha carne pendurada em arpões
Como anzóis que brilham no escuro
Cortejando bocas de dragões
É um sofrer que castiga e que dói
Rasgando lentamente o que se foi
Quero o colo de minha mãe para me deitar
Quero o abraço de meu pai para me abraçar
Já que não tenho teus lábios
Tua boca
Tua língua louca
Para me beijar
Talvez eu desça desses arpões
E volte a andar
O que me espera depois?
Talvez um novo amor
Para amar