Deve ser o medo. Não entendo. Essa deve... Dona Geo
Deve ser o medo. Não entendo. Essa deve ser a beleza que agrada os olhos do instinto em querer sempre uma explicação. Não entendo e há o medo, mas o medo não se explica por si só, não responde nem se há o medo de não entender ou se é de entender. Não entender significaria apenas não chegar a uma resposta satisfatória, deixar vagar os pensamentos, talvez deixar os pensamentos se desviarem das respostas, porque entender também significa o fim dos pensamentos que levam as repostas. Não sei se quero abrir mão desse caminho. Acho que me apeguei a esse caminho, tentador caminho do quase entender, sem querer, por não querer. São tantas possibilidades, é tentador se perder na imaginação das possibilidades de um único caminho final. Acho que é por isso, por isso que não acho o caminho final do entender, talvez entender nem seja o caminho. Pode ser que tentar entender seja a única coisa que me resta, talvez "porques" sejam a minha melhor companhia e o medo do não chegar a lugar nenhum seja meu sentimento mais forte. Como conseguiria abrir mão desse sentimento? Teria outros mais fortes por conseguir minhas respostas? Seriam eles companheiros como o medo tem sido até agora? Seriam eles apenas meus e de mais ninguém? Da certeza do medo, não temo. O medo que tenho é apenas meu. Disso não há do que ter medo, porque esse é um medo, ter que entender um sentimento que não seja apenas meu. Só em pensar sinto mais medo. Porque quando um dos caminhos é cruzar o caminho de alguém que te provoca mais perguntas sem respostas o medo aumenta, o instinto da busca por respostas aumenta muito mais. Não há conhecimento capaz de entender ou chegar as respostas quando nada ser aproxima do que já se conhece, tudo que já se viu ou tocou, de algo que se leu, escutou. Eis o medo em perder o medo e buscar algo, além, quando a decisão da busca, ao limite de perder-se no caminho já acostumado a passar , arriscar, mudar o sentido, e abrir mão do medo e seguir um novo caminho, nos sentimentos de outro alguém se torna uma nova possibilidade, ultrapassando qualquer entendimento, arriscando-se a sentir. Sentir por si só já deveria ser uma resposta, mas não, sentimentos quando respostas só trazem mais perguntas. Só em tentar entender o que aconteceria, me agarro ao meu já conhecido medo. Só, somente eu, apenas eu não conseguiria. É preciso me convidar a entender, sem compromisso de nada entender, correndo o risco do sentir: você vem?