Gentileza gera gentileza Talvez... Amanda Lemos

Gentileza gera gentileza


Talvez pensamentos tão esporádicos e estranhos não surjam em sua mente, como na minha.
Duas cabeças, pelas contas, pensam melhor que uma, é “vero”, a própria matemática explica.
Mas duas cabeçam pensam completamente diferentes.

Nesses últimos dias de reclusão da escrita, confesso. Estive imaginando cenas tão simples, bucólicas e pitorescas em minha cabeça que trazem um significado tão profundo que as próprias aparências simples disfarçam e nos fazem escapar de um sentido mais engajado.

Estive imagiando o quão importante seria a pessoa sentada ao meu lado no banco da braça, o quão importante seria a pessoa que está à sua frente em uma fila de supermercado, o quão importante seria o secretário de um estabelecimento ou de um guichê comercial.

As pessoas são importantes, e extrememante importantes, repito enfatizando.

Um importante não comum, mas um importante único.

É claro que essas dimensões de importância e notoriedade não nos atingem em situações tão corriqueiras. Por estarmos habituados à correria, as contas de casa à pagar, ao horário de uma reunião, aos deveres que nos chamam.

Vivendo de faces que pintam e tecem perfis limitados que não nos permitem saber o que se passa no interior de cada um.

Nem se quer passa de relance a importância que esta pessoa sentada ao seu lado teria para um pai, uma mãe, uma amigo, um amor.

Não.

Não passa.

E vice-versa.

Não passa porque rotulamos que não o conhecemos, porque somos tão teóricos que esteriotipamos que importância e respeito só poderia ser atribuído à alguém que se conheça, alguém que tenha a mesma conta bancária , ou que seja colega de classe.

Banhados em hipocrisia não cremos que o mesmo respeito ao patrão se deve ao empregado, que a faxineira do prédio é tão importante quanto a dona do estabelicimento.


Me perdooem, não levem apenas para a faixa circunstancial e econômica.
Não é neste ponto que quero tocar na ferida de muitos.

Embora, admitam, a carapuça serviu.

Não custa nada, caríssimos, um “olá”, um “como vai” um “boa tarde, lindeza”.
Educação é tão gostosa de ser dada e recebida, gentileza gera gentileza e , cá entre nós, gentileza também encanta.

Muitos homens podem até pisar no acelerador de um “camaro amarelo” mas sem educação não chegarão à lugar algum se pretendem chamar a atenção de alguma garota.

Sei que é difícil pensar que em dias estressantes consigamos ser “tão de bem com a vida” e oferecer um ombro amigo a um desconhecido, ou o tratar como você trata sua mãe, o que deveria ser feito, na teoria de uma civilização perfeita.

Pensem bem, reflitam um pouco, não seria as grandes e pequenas coisas baseadas no respeito mútuo ?

Quem respeita as adversidades, o erro de alguém ou a dificuldade do outro não é admirado por muitos ? Haveriam repartições e tantas guerras se todos se respeitassem ?

É claro, é claro, jovem, não é tão simples se constriur respeito vivendo em uma sociedade tão regada de ideologias, religiões e meio termos.,
Porém, acredito que, respeito seria um belo passo para se construir algo grandioso. Passos menores para depois alçarmos léguas e mais léguas.


Quando o stress diário for tão grande que sufoque e faça as veias correrem a ferro e fogo, faça um terapia diferente.

Fazer bem ao próximo nos faz um bem danado.

Mútuo.

O que é bom relaxa e expira tudo de negativo.

Comece por ai, e por que não ?

Por acaso você já ouviu alguém reclamar de receber “um bom dia” ou um elogio de vez em quando ?
Não é falsidade , é educação. Esta que deveria ser ensinada desde o cordão umbilical não cortado.


Passos lentos, eu sei, mas qual o motivo da pressa ? Grandes fortalezas não se constroem de um dia para o outro.

Somos tão jovens e temos todo tempo do mundo,
mas não há tempo a se perder.