Nada soa mais ridículo que a... Ana Paula Zandoná
Nada soa mais ridículo que a inutilidade da vida. Talvez não da vida por completo, mas do papel inútil que desempenhamos nela. É até meio deprimente pensar nisso; no entanto, depois de um tempo analisando para que razão fazemos tudo o que fazemos enquanto vivos cheguei a essa conclusão. Ok, nos formamos no ensino fundamental com mérito, no ensino médio com esforço, e na faculdade depois de 10 anos. Mas cumprimos tudo, como manda o script. No meio disso tudo, saímos a festas, nos divertimos, conhecemos pessoas, viajamos e etc. Nós fazemos tudo como deve - e não deve - ser feito, orgulhamos nossos pais, arranjamos um emprego que paga bem e estamos "bem na vida". Contudo, existe um certo vazio e um questionamento que permanecem: para quê? Parece que vamos ser sempre escravos da vida. Almejamos aquela liberdade tão utópica, e, aos poucos, percebemos duramente que ela nada mais é que MERAMENTE utópica. Estamos presos ao nosso ciclo perfeito de vida, que parece nos sufocar cada vez mais, e não conseguimos nos libertar disso. De que adianta termos um emprego legal se, por muitas vezes, o que devemos fazer é só seguir ordens? De que adianta viajar e ver o mundo se voltamos para o nossa realidade que é tão mediana? De que adianta obedecer a tudo para poder "estar bem na vida" se não é isso que queremos? E, o mais intrigante: de que adianta filosofar tanto se nada vai sair do papel?
O que eu vou fazer depois de terminar de escrever isso? Dormir, acordar cedo, estudar e trabalhar. O ciclo perfeito, que permanece e permanecerá imperfeito por bastante tempo.