Francês
Estou numa relação maravilhosa comigo mesmo. Meu francês soltou-se, falo maravilhosamente e faço tudo com o maior desembaraço e sozinho. Alguma coisa em mim parece que laceou, eu era tão cheio de medos. Aprendi também a não contar muito com os outros: na medida do possível, faço tudo só. Dá mais certo.
“Cartas”
Hoje essa data ficará marcada com um ponto final de uma história que não teve um final feliz. Hoje te tiro de dentro de mim, e o que me motiva a fazer isso é saber que estar comigo não te faz feliz. Tive muitos sonhos ao seu lado, e vontades de passar a eternidade contigo, mas não é a realidade dos fatos, ao invés de me dar amor, você encerrou os meus sonhos com uma chuva ácida que corroeu tudo que tinha de bom e agradável dentro de mim. Vou embora e por favor não chora, pois dos meus olhos limitarei as lagrimas, e as convencerei que chorar não te trará de volta e nem o amor que um dia floresceu e hoje morreu.
De alguma forma, alguma coisa sempre acontece antes que a gente chegue no pior ponto. Eu tenho que lembrar sempre disto: o pior nunca acontece.
"Felicidade plena não existe.E sim a serenidade.Temos momentos de alegria e não um estado permanente de satisfação.Separações, a morte de pessoas e bichos queridos, doenças e acidentes são inevitáveis. Superando o medo alcançamos a serenidade. Pois, o medo nos torna egoístas e nos paralisa e impede aqueles momentos de alegria e pensamentos inteligentes e com liberdade"
O Grande e o Pequeno
Todo caso de amor tem um grande e um pequeno. Alguém um dia falou, em francês, que em todo caso de amor il y a toujours qui aime et qui se laisse aimer. É mais ou menos a mesma coisa. O pequeno ama, o grande se deixa amar. O grande fala, o pequeno ouve. O grande discorda, o pequeno concorda. O pequeno teme, o grande ameaça. O grande atrasa, o pequeno se antecipa. O grande pede, ou nem precisa pedir, e o pequeno já está fazendo.
Mas como tudo pode acontecer, senão nada disso ia ter graça, a qualquer momento, por alguma razão, geralmente à noite, imprevisivelmente, o grande pode ficar pequeno, e o pequeno ficar grande de repente. Basta um vacilo, um acaso, um cair de tarde, um olhar mais assim, um furacão, uma inspiração, uma imprudência.
Quando isso acontece, é comum o pequeno ficar maior ainda, o que torna automaticamente o grande ainda menor. O ex-pequeno, logo que é promovido a grande, pode se vingar do ex-grande, se seu sofrimento tiver boa memória. Aí, coitado do novo pequeno, vai se arrepender de cada não beijo, cada não telefonema, cada não noite de insônia, cada não desespero, cada não entusiasmo, cada não carinho inesperado, indispensável, inevitável, imprescindível, cada não todas as palavras apaixonadas em qualquer língua do mundo. Ele vai se surpreender com a reviravolta, no começo, mas vai se conformar com sua nova condição de pequeno em seguida. E então vai seguir, cuidadoso e desastrado, na quase inútil intenção de conquistar o grande urgentemente. *
– Fui logo dizendo “I love you”, e ela se derreteu todinha.
– “I love you”?
– É. Quer dizer “morena” em francês.
Viajar é a ruína da felicidade! Não há como olhar para um prédio aqui depois de ter conhecido a Itália.
A prevalência da moda faz as maiores absurdidades passarem sem censura e a mente naturalmente se acomoda até às mais ridículas impropriedades, se elas ocorrem frequentemente.