Fragmentos
São Paulo, 01 de setembro de 2015.
Epístola 21
Fragmentos de mim.
Enide Santos (Poções, 30 de outubro de 1968).
Decidi que não quero ir para sempre, e para isso me propus a criar o caminho que me fará permanecer, pois de alguma forma quero ficar.
Hoje tudo que tenho é tudo que sinto e é este o meu passaporte para alçar meu principal voo. A liberdade de estar depois de ir.
Para chegar onde quero preciso trespassar o tempo, necessito de conhecimento e principalmente da intimidade com o entendimento, porém jamais saberei se cheguei, mas ao menos saberão que tentei.
O que mais me é necessário hoje é que me deem amanhã, hoje convém plantar-me no futuro sem mim o qual jamais saberei se brotei.
Não quero apenas tornar-me leve e simplesmente ser levada pelos ventos, quero jazer-me em negrito ou itálico quero ser grifo.
Habita-me o conteúdo ao qual almejo aprimora-lo e intensifica-lo, para que não se desfaça facilmente.
Pretensão de minha parte? Sim, sei que sim, mas se eu não fizer por mim como poderei dizer para que façam por si se é para isso que estamos aqui!
Nascer não é apenas para viver por viver, nascer é o principio de se fazer.
Neste contexto, dedico minha vida a construção de minha morte, a sua eterna gestação de mim.
Enide Santos 01/09/2015.
São Paulo, 07 de setembro de 2015.
Epístola-22
Fragmentos de mim
Estava chovendo...
Naturalmente te acompanhei até o carro, nos despedimos e eu voltei para casa, entrei no nosso quarto, deitei-me em nossa cama que ainda estava quente do nosso amor.
Deitei-me no seu lado da cama agarrei-me em seus travesseiros e chorei.
Chorei muito, como se minha alma estivesse sendo arrancada do meu corpo a ferro e fogo, mas que, não apenas eu sentindo, também vendo e também executando.
Chorei por um bom tempo sem saber ao certo porque chorava, sei que me sentia magoada, furiosa, sentindo principalmente muito medo.
Amofinei as lágrimas que havia em minha face, instintivamente já proibindo que outras se atrevessem a surgir. Então cacei aquele ar! Aquele que só usamos quando a vida parece que vai nos deixar, aquele que é pouquinho, pequenininho, mas que tem o poder de afastar o fim.
Não sei como lidar com algumas destas “novas” descobertas, sinto-me definitivamente perdida, despida de astucia. Embora pareça ridículo, mas no fundo, bem lá no fundo sinto-me honrada e muito aliviada. Eu sabia que tinha um preço para ficar com você, sabia que a qualquer momento ele se manifestaria, pois sempre que pensava nisso, já tentava me prevenir de que nada seria problema para o tamanho do meu sentimento por você, imaginava que seria capaz de compreender tudo, de superar tudo para não ter que viver longe de você.
Não sei o que faço com todas estas informações, apenas sei que as que me fizeram chorar são menos importantes que as que e me elevaram como mulher, como ser humano e não estão sendo vividas como se deveriam.
Percebi que estou em sua vida, e isso me deixa extremante feliz, porque quando se ama alguém subitamente é na vida dela que queremos estar. Á magoa, a fúria e o medo surgem, emanam de saber que não apenas eu preciso e quero você, mas que há um dissimulado combate que eu não vou perder, porque nunca fui muito de lutar por nada pra mim, mas não quero e não vou abrir mão de você. Esta decisão é irrevogável.
Enide Santos 07/09/2014
Usando um dos fragmentos de sabedoria deixados por Heráclito, afirmo : somos um constante vir a ser. Eternamente inacabados, finalizados com a morte. Como haveríamos de estar prontos para o não ser, vulgo presente? Desprenda-te deste medo do por vir, não há mais nada além daquilo que já é.
Quando o presente se torna vazio e sem cor, a alma escolhe fragmentos de um passado feliz e, os transforma em saudade pra enfeitar nossas lembranças.
Não deixe fragmentos do seu coração em cada canto. Onde se encontra o encanto, é lá, onde ele, INTEIRO, merece habitar.
Acreditem...
Somos fragmentos de nós mesmos, expectadores de um ir e vir...
Ora parados, ora caminhantes... Nessa jornada tão transitória, meros visitantes com passagem acertada para o desconhecido. Que nos demoremos nesse vale da vida...
Que por aqui, tudo se faça alegre, proveitoso e que deixe saudades.
Amigos não se esquivem de vocês mesmos.Essa vida foi outorgada somente a nós.
Não passemos adiante,para o outro lado com a sensação de que faltou algo...
Sejam felizes,sejamos felizes...Somos merecedores.
Acreditem!!!
FRAGMENTOS
ORGULHO-ME DE NÃO PRECISAR
DE ME ORGULHAR DE COISA ALGUMA,
EXCETO DO MEU ORGULHO
DE NÃO TER ORGULHO DE NADA.
...SERÁ QUE HÁ EXCEÇÃO DA EXCEÇÃO??
X
..NAO QUE EU AME A LOUCURA.
SÓ NÃO POSSO ME SEPARAR DELA.
POIS É MINHA ÚNICA COMANHEIRA FIEL
E QUE ME DÁ A CERTEZA DE QUE
ME AMA DE VERDADE...
...MAS SERÁ QUE É AMOR OU É LOUCURA????
X
DIIZEM OS ESPECIALISTAS, QUE HÁ VÁRIAS
FORMAS DE COMUNICAÇÃO : ESCRITA,
FALADA, GESTICULADAS ETC. E O SILÊNCIO?
SERÁ A FORMA SILENCIOSA UM MEIO DE
CONFUNDIR OS MEIOS DE COMUNICAÇÃO
DESCRITOS PELOS ESPECIALISTAS?
...SÓ O SILÊNCIO RESPONDERÁ???!!!!
Fragmentos da alma
Quando as mãos deslizam no teclado
Mesmo cansadas da lida
As palavras percorrem matizes
Do tempo e da saudade
Em busca de suas razões...
A cada minuto a alma se confessa
Confusa, saudosa e muda
Pela fugacidade da vida.
Alma instável, sem o mar
Para cobrir de sombras e cores,
Com saudades das pessoas
Que amava e se foram...
Triste alma de poeta
Que amando se desnuda
Que silenciada se cala...
Vazios, ausentes,
luz apagada
Ninguém em casa...
"...modesto arcabouço de histórias e estórias desconexas, entre sonhos e fragmentos, reflexões e lembranças, mitos e mentiras. Um livro infinito e frágil do qual apenas as reticências podem, de fato, se apropriar."
Em meu coração congelado,
Fragmentos de amor,
pelo tempo levados,
Saudades de tais que quais nunca me pertenceram,
E em silencio compreendo,
O por que de tanto gelo.
Quando o amanhecer rompe, sinto que preciso de fragmentos de segundos a fim de que eu possa purificar meus desacertos, redescobrir minhas sombras e o tênue fio que me sustenta.
Fragmentos
No templo do nosso corpo, há dois altares:
O da luz que ata ao céu, e o do escuro instinto.
Da absoluta moral que regra os manjares;
e o do acre animal, de deleites faminto.
Dois pesos conflitantes e uma balança.
Vítima e réu, em disputa da verdade:
Pois que em parte nós somos a temperança;
mas na outra face nós somos a ebriedade.
Férvido paradoxo do bem e mal.
Amor e ódio disputam-se às ventanias:
Pois que em parte nós somos luz divinal;
mas na outra face somos noites sombrias.
Somos joio ou trigo na gleba que andamos.
Já choramos, sorrimos, nos dois extremos:
Porque parte da vida é o que plantamos;
porém a outra parte é o que nós colhemos.
No mapa da vida, dois caminhos temos.
O do amor, ou da dor, que nós optamos:
Porque parte da vida é o que fazemos;
porém a outra parte é o que nós pensamos.
O tempo. Fragmentos de uma cadeia ciclica e continua, definida por horas, dias e anos. Não não, tempo é experiência, é troca e divisão, reflexão, tempo é transformação, é sentir e transcender. Tempo é o agora, tempo é vida, tempo é morte.
Fragmentos: 14/05/2012
Eu ainda procuro querer saber como é tão difícil ver através de um espelho... Bem depois daquele reflexo onde o transmite... São naturalmente, dois corpos alinhados... Poderia ocorrer uma fusão, mas, a ilusão, logo lhe transmite a dor... A dor de saber que você nunca verá através de sua alma... Se sentir apenas lhe corroi... Procurar entender, para sempre te amedronta...
Fragmentos: 15/05/2012
Eu estou além onde nem todos estão. Nesse lugar, eu me dou bem, me sinto bem e permaneço bem. Conto somente comigo, choro comigo e converso comigo. E o que se chama isso? Imaginação... Algo de mim, muito infinito!
Fragmentos: 16/05/2012
Não tenho medo do que o mundo possa falar sobre mim. As pessoas nem ao menos viveu se quer a metade do que vivi e nem tão pouco o que ainda vivirei. E se eles pensam que terão, sobretudo, influência sobre mim... Eu só direi a eles que por ser mal compreendido, eu quis ser cada vez mais impossível.