Fragmentos
Consertando a poesia.
Desintegrei uma poesia,
Peguei as palavras e as limpei,
Umas estavam fragmentadas,
Juntei os pedaços e as consertei,
Algumas as descartei,
Comecei a observar,
Tinham feridas expostas,
Eram cortes profundos,
E isso me fez muito chorar,
Senti na pele a dor de cada uma,
Indecifrável esplendor,
A música em meus ouvidos exala,
E me faz percorrer numa eterna estrada,
Nos portais da minha ilusão,
Vejo pirâmides do amor cobiçadas,
Ainda atento,
Troco a faixa que insiste em me devorar,
E sigo com outra canção,
Com as feridas curadas...
Autor:Ricardo Melo.
O Poeta que Voa.
"...o fato de respeitar as diferenças existia em si. Não poderia jamais ser arrancado de sua mente e coração, pois eram qualidades da sua alma."
Depois do evento da internet, não há mais gente humana: só pseudo-semideuses.
Duro vai ser quando acordarmos e descobrir que não somos inteiros, mas, apenas semi...
Misture-se à multidão, mas não fique alheio. Deite fora tudo o que possa te distrair em teu senso de observação e vai sentir o quanto é feliz; o quanto seu fardo é leve...
Tentei atear em minha vida somente a luz, cuja chama me inflamava.
Algumas coisas eu fiz porque acreditei que fosse possível; outras ficaram para trás... Em meus altos e baixos me arrastei, mas, em boa parte do caminho, empreendi altos voos. Ganhei asas fortes, pude ver pelos precipícios à minha frente! Muitas vezes saí da estrada e segui por atalhos hostis, até encontrar novamente a trilha. Vi com a alma as coisas à minha frente; é com ela que sempre faço a leitura dos caminhos...
A produção do cotidiano dentro do qual uma pessoa existe produz ela mesma, na medida em que fornece vestimenta, comida, economias e ecologias, gestos, ritmos, habitats e noções de espaço e tempo particulares, significativos. Mas é importante que estes modos não sejam simplesmente diferentes. Eles incluem a afirmação da vida ao invés do lucro, o comunalismo ao invés do individualismo, o “estar” ao invés do empreender, seres em relação em vez de seres em constantes divisões dicotômicas, em fragmentos ordenados hierárquica e violentamente.
Não saberíamos onde chegar, se não olhássemos, às vezes, para trás. Muitas das coordenadas do que planejamos estão em nosso passado.
Toda água parada deve ser drenada, pelo perigo iminente que ali mora. Pode causar frustração e outras doenças.
Quando a vida me der um limão
Jurei não fazer limonada...
Que nada!
Muito tranquila,
nem pedirei tequila!
Sem dilema,
tentarei transformá-lo num doce azedo poema...
Quando a vida me der um limão...
Nada é eterno; nada dura para sempre. Não devemos pensar que, porque em alguns momentos as coisas boas se nos apresentam em abundância, um dia elas não irão nos fazer falta. Nesse dia, não quero estar em outra pele que não seja a minha, porque doei o que me era possível... E isso conforta? Não, não conforta; sei disso, porque o vazio permanece independente de qualquer plenitude...
Sobre os excessos que cometemos, podemos dizer que, a alma, esquecida da sabedoria que trouxe consigo deixou-se levar pelas coisas mundanas. Largou o discernimento jogado a um canto e saiu tentando compensar alguma falta que pensava ter... Daí os excessos!
As distâncias são medidas pela distância entre um coração e outro; é ele quem determina o longe e o perto.
Sempre tive pra mim, que o instinto é melhor que a razão. A razão nos faz pensar que somos fodásticos; o instinto nos faz cautelosos...
Quem cria expectativas, com justificativa ou não, deve estar preparado para se descobrir numa condição que, em nada se assemelha ao sonho.
DIFRAÇÃO
Esse costume de ir deixando
Parte de quem somos
Um pouco aqui
E um pouco ali
Á cada lugares que pisamos
E ao final das contas
Permanecemos inteiros
Mas fragmentados pela estrada
Onde cada frase dita
Pode ser parte da minha difração
(...) e chegou o dia em que ela cansou de tanto se doar e foi embora. Entendeu, afinal o que entendera lá atrás, mas, teimosa que é, prosseguiu na maratona diária de trazê-lo para seu mundo.
Ele não a desejava, era certo. E ela deveria aprontar-se para outros convites para nascer de novo, até partir em uma embarcação capaz de suportar seus vendavais...