Fragmentos
Fragmentos de Nós
Entre versos soltos, o tempo se enlaça,
Somos fragmentos, pedaços de espaço.
Teu sorriso é breve, instante que passa,
Nos encontros e desencontros, me refaço.
Amor em pílulas, doses de eternidade,
Nas entrelinhas, busco tua verdade.
Palavras são pontes, frágeis, delicadas,
Te escrevo no silêncio, em noites caladas.
Vem, e traz contigo, a chuva e o sol,
Sons de uma vida, retalhos num lençol.
Cada toque, faísca de um universo,
Somos rascunhos, versos dispersos.
O amor é risco, rabisco no papel,
Instante fugaz, estrela no céu.
Nas curvas do dia, te encontro e me perco,
A vida é um traço, preciso e incerto.
Caminhos se cruzam, destino ou acaso?
Te amo em fragmentos, em cada intervalo.
Somos o agora, o imprevisto do dia,
Teu olhar, meu refúgio, minha poesia.
E se o tempo desfia nossos planos,
Resta-nos o momento, eternos insanos.
Na dança das horas, somos breves e belos,
Te amo em silêncio, em gritos singelos.
Perdi-me, murchei-me, dividi-me em fragmentos,
Deixei de lado meus desejos, apaguei-me no escuro,
Enquanto eu era um vulcão, eras apenas um fósforo.
"Fragmentos de Mim"
Eu sou duas, e em cada uma de mim, me perco.
Há a Maria Luiza, que se veste de responsabilidades, com os olhos voltados para o futuro. Ela corre atrás de um diploma, de um concurso, ela se dedica, estuda e cumpre o papel de filha, de estudante, de quem carrega o peso de ser "prática". Ela tem um mundo de afazeres, de compromissos, de expectativas que são suas e dos outros. Ela vive no concreto, na rotina do dia a dia, onde o tempo se divide entre faculdades, casa e as certezas que não questiona. A filosofia, essa paixão que ela guarda como um suspiro, parece distante. Ela não tem tempo para ela, não sabe se quer saber.
E há a Luiza Grochvicz, essa outra versão que se esconde, mas que não pode ser ignorada. Ela vive no silêncio das palavras não ditas, nas linhas soltas que se espalham por cadernos e folhas que ninguém vê. Ela não quer diplomas, não se importa com concursos. Ela só quer entender, refletir, mergulhar no abismo da existência e deixar que as palavras lhe mostrem o caminho. A Luiza que sente a filosofia como um abraço acolhedor, uma forma de vida, um estado de ser que só ela conhece. Ela é apenas pensamento, apenas escrita, e no simples ato de escrever, ela se sente inteira. A Luiza que se sente boa, e que, por mais que ninguém veja, não precisa de aprovação. Ela só precisa escrever, pensar, questionar. Ela só precisa ser.
E ainda assim, sou ambas. Duas faces da mesma moeda, cada uma exigindo sua atenção. Quando a Maria Luiza se perde nos compromissos, a Luiza Grochvicz a observa de longe, com uma saudade silenciosa do que nunca viveu. Quando a Luiza Grochvicz se perde nos seus pensamentos, a Maria Luiza se pergunta se pode deixar o mundo real para trás, mesmo por um momento. Há algo de doloroso em ser essas duas, como se as mãos não fossem suficientes para abraçar ambas as versões de mim. Como se houvesse uma incompletude que só pode ser preenchida pelo outro, mas que, no fim, continua sendo apenas eu.
Eu sou a busca constante entre o ser e o fazer, entre a razão prática e a reflexão filosófica. Mas talvez, na soma dessas duas, eu me encontre. No dilema do cotidiano e na paz do silêncio, eu me refaço a cada instante, tentando ser tudo aquilo que sou e que ainda não sei ser.
E talvez, em algum lugar, no meio do caos e da calma, exista a verdade. Uma verdade que só pode ser entendida se ambas as versões de mim se abraçarem, se reconhecerem, e se permitirem ser.
Nada há de mais complexo que o ser humano... Difícil entender esse ser multifacetado e ancorado por suas máscaras em relevo brilhante entre plumas e paetês, como se estivesse no mais alto carnaval... Como se jamais houvesse as cinzas a lhe fazer cair na real, desfazendo seus deslumbres...
Há meios menos doloroso de encerrar um ciclo. Há aquele que não machuca muito... Mas, isso é quando nos importamos com o outro...
Vesti-me de pétalas,
caminhei com botas enfeitadas de flores!
Entre sombras de gentis cavalheiros
e mãos entrelaçadas,
segui minha estrada
de versáteis camaleões.
E por várias vezes e razões,
também mudei minhas cores...
Dê um toque de recolher a tudo o que lhe causa mal;
Dê um break!
A vida é muito mais que isso.
Dispa-se dos adereços que não lhe cabem mais.
Jogue-os a um canto, fora dos limites do halo que lhe cerca...
Feche esse pequeno círculo e costure com a linha mais crua da sua razão.
Não permita a entrada, de nada, nem ninguém,
até que se veja puro e livre dos percalços.
A gente se acostuma à dor, tanto, que ela parece fazer parte de nós...
Mas não; viemos sozinhos e a dor é somente produto de nossas escolhas...
Não há como sabê-la; não há como evitar...
Mil nortes à nossa frente, tínhamos, pudera!
Mil saltos no escuro tivemos que dar...
Tivemos que escolher caminhos, que não sabíamos até onde iriam nos levar...
Não se culpe; apenas pare!
Apenas, dê o toque de recolher... [a todas as outras coisas...]
Agora é hora de cuidar de você...
Às vezes, parece-nos estar chegando ao fundo do poço, mas não, o Criador tem planos para cada criatura Sua. Ele as idealizou e, com pinceladas únicas as desenhou... E, cada uma delas, tornou-se Sua maior obra...
...e, há aquele momento que você acha que entende tudo, mas não entende nada. Você é apenas um floco de neve que caiu em lugar errado... Vai derreter ao primeiro raio de sol...
Pessoas vão... Pessoas vêm...
Assim somos nós, passageiros...
Itinerantes!
Rompantes!
Um cometa!
Uns com cauda, outros sem glamour algum.
Uns brilhantes como flashes em noite escura...
Outros se perdendo em opacidade,
pequenez e amargura...
Irrequietos, todos, quase sempre!
Ora, estamos aqui e ali...
E, de repente, nos perdemos...
De igual, temos a jornada [imprecisa]!
Talvez, lá adiante, tornemos a nos encontrar
Para falar...
Dos feitos que não fizemos,
[ou ficou a desejar]...
Te trago numa saudade imensurável.
Recolho o ar no peito e solto o que fomos um dia.
Nuvens fragmentadas passam como um filme sobre os meus olhos.
Forço o foco buscando com nitidez o seu rosto.
Respiro fundo, não sinto seu cheiro.
Lágrimas de alívio...
Sofrimento passageiro.
Eu sei, fui teu pedaço...
Mas hoje me sinto inteiro.
Quando compreendermos que não passamos de poeira, talvez seja tarde. Perdemos muito tempo priorizando o que de fato, não tinha importância...
Olhos d'agua cansados
Do destino que nos afasta
Num estar ambos magoados
Por um fado de vida madrasta.
É ter no peito uma guitarra
Que chora quando cantada
A sina que nos amarra
À distância que nos separa.
Muito da criança que era em nós, cresceu no momento em que os unicórnios tiveram que decidir se pediriam outro chifre ou arrancariam aquele. Como estavam não poderiam ficar, pois a magia havia ido embora.
Todo o tempo fazemos escolhas e, muitas vezes, escolhas que comprometem nosso caminhar. Voltar atrás sobre muitas coisas e redirecionar o caminho é fundamental...
A paixão é uma fecha que atinge o
coração dos mortais o despedando
como uma rocha, mas o amor igualmente
lançado sai destinado a reunir os mesmos fragmentos
Como pode alguém aspirar à plenitude, à integridade, e à presença plena, enquanto escolhe viver sua vida em fragmentos? Ser inteiro é uma escolha que desafia a conveniência de viver pela metade; é a coragem de enfrentar a totalidade da vida, com todas as suas luzes e sombras.
Chega um momento na vida em que é preciso decidir. Ser completo é uma escolha que demanda coragem e transcende a comodidade de viver em fragmentos. Viver por inteiro é muito melhor do que viver pela metade.
A vida é curta, mas real. Ou você cuida e luta pelo que realmente quer ou então terás um futuro frustrado e vazio... Cheio de fragmentos de saudades e arrependimentos de oportunidades que seu seu coração destruiu
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