Fragmentos
ESPIRAIS
Somos dois espirais
Que se formaram já faz tempo
Vamos rodando, desprezando fragmentos
Do que deveríamos ser e não somos.
Quando giramos
Gira junto o universo
Cíclico,cínico, submerso
Na imensidão do que fomos
Roda pra esquerda
Que eu me defendo e rodo em sentido contrário
Lutando contra as fagulhas
Que desprendo quando encosto em você.
Rodo um "eu" híbrido
Metade focada na lua
Metade jogando na rua
Pedaços de mim que você nunca crê.
Perdi-me, murchei-me, dividi-me em fragmentos,
Deixei de lado meus desejos, apaguei-me no escuro,
Enquanto eu era um vulcão, eras apenas um fósforo.
A vida segue, mesmo em fragmentos,
E no fim, encontraremos a paz e o alívio,
Pois o amor que um dia nos uniu,
Será sempre uma parte da nossa canção.
Com fragmentos de mim mesma, existe um caos onde um espelho se torna o meu abismo insondável. A visão de meu reflexo desencadeia uma tempestade interna, com borboletas agitadas percorrendo cada fibra do meu ser, sangrando os vestígios do desgosto alojada em minha alma. Perdida em um limbo interminável, anseio ser apenas ossos, despida de tudo… para aprender a me amar, ou talvez me forjar em ferro, para suportar a pesada carga que carrego.
Somos fragmentos de sonhos arquivados,
Carregamos involuntariamente marcas do passado.
A vida já estava escrita antes de chegar,
Com ódios, dores, valores e até o amar.
Para hoje sermos um, muitos caminhos foram trilhados,
Os mais amargo já foi outrora enfretados.
Fortes lutas são travadas entre o coração e a razão,
A luz persiste brilhantemente em vencer a escuridão.
Aos famintos, levar alimento sem cessar,
Cuidar dos loucos sem deixar de amar.
Às vezes deixamos de agir por medo ou dor,
Mas o sol não deixa de brilhar, nemperdeacor.
Frequentemente nos iludimos com eventos que são apenas fragmentos de uma falsa realidade, os quais não têm evidência nenhuma de veracidade.
Fragmentos e memórias
Numa rua qualquer de uma pequena cidade, existia uma pedra, ela amava a sensação de ser rolada pra lá e pra cá pelos pneus dos carros, se sentia viva e radiante. Mas numa dessas aventuras, ela foi jogada em um rio, um rio tranquilo, onde ela passou anos e anos vendo o movimento dos peixes, sentindo a luz do sol e a corrente da água sobre si. Séculos depois, uma mão desconhecida aparece, pega a pedra e a joga em direção a uma árvore, era um garoto com raiva de seu pai pois ele não tirou o castigo que lhe havia posto, mas aquela sensação era quase nova para a pedra, havia anos que ela não sentia o vento, o calor do sol e a sensação de liberdade. Mas numa dessas jogadas ela cai novamente, agora em outra parte do rio, a pedra estava muito feliz por ter sentido tudo outra vez, mas, pelo fato de ter sofrido erosão da água e os impacto com a árvore ela começa a se quebrar já dentro do rio, porém a pedra perece com alegria, ela sabia que toda aquela sensação teria um preço, então apenas aceita seu fim doloroso, no entanto satisfatório.
Fragmentos de uma Alma
Em labirintos escuros, a alma se debate,
Entre a luz da esperança e a sombra do mal.
Fragmentos de um ser, incompleto e em combate,
Buscando a paz, num mundo que se desfaz.
Na dança da existência, a alma se divide,
Entre o querer e o fazer, o ideal e a ação.
Em cada passo, um novo desafio se avide,
A fragilidade humana, uma constante aflição.
Mas em meio ao caos, um sopro de esperança,
A busca pela virtude, um farol a guiar.
Em cada falha, uma nova chance,
De reconstruir a alma, dia após dia.
Nas relações humanas, um espelho se mostra,
A fragilidade alheia, um reflexo de nós.
No perdão, a cura se encontra,
E a empatia, um caminho para a paz.
Em cada instante, a vida se renova,
Uma jornada sem fim, em busca da verdade.
A fragilidade humana, um convite à compaixão,
A construir um mundo mais justo, em liberdade.
A vida é única
Em cada olhar, um espelho se quebra,
Fragmentos de si, comparados à outrem.
A grama do vizinho sempre parece mais verde,
E a felicidade alheia, um eterno refúgio.
Corrermos atrás de um ideal distante,
Construído em cima de vidas perfeitas,
Esquecemos que a beleza reside na imperfeição,
E que a felicidade é um caminho, não um destino.
Comparar é como tentar encaixar um quebra-cabeça
Com peças de outros jogos,
Cada um com sua forma única,
Sua história e seu brilho particular.
Olhamos para cima, invejando os que voam mais alto,
Esquecemos de celebrar nossas próprias conquistas,
De valorizar as pequenas vitórias do dia a dia,
Que compõem a grande obra da nossa vida.
A vida não é uma competição,
Mas uma jornada singular,
Onde cada um tem seu ritmo e sua melodia,
Sua própria dança sob a luz do sol.
Que tal parar de comparar e começar a celebrar?
A celebrar a vida, a diversidade, a beleza que há em cada um.
A aceitar que somos únicos, imperfeitos e maravilhosos.
A amar a nós mesmos e aos outros, com todas as nossas diferenças.
Que tal cultivar a gratidão por tudo que temos,
Por cada sorriso, cada abraço, cada aprendizado?
Que tal construir pontes de empatia e compreensão,
Em vez de muros de julgamento e crítica?
A vida é curta demais para gastarmos nosso tempo
Comparando-nos com os outros.
Vamos viver intensamente cada momento,
Celebrando a nossa própria jornada.
Afinal, a verdadeira felicidade está dentro de nós,
Não em bens materiais ou em comparações vãs.
Está na paz interior, na conexão com os outros,
Na alegria de viver e de ser quem somos.
Fragmentos de Saudade: A Força Que Nasceu da Ausência
Os dias se arrastam, memórias perdidas,
Momentos roubados, palavras omitidas.
Cresci sem seu riso, sem seu olhar,
Aprendi a caminhar, sem suas mãos para guiar.
Carrego no peito um peso invisível,
A falta de um pai, um amor imprevisível.
Os dias passaram, e o vento soprou,
Levando com ele o que nunca ficou.
Mas na ausência, também cresci,
Entre as sombras, me refiz.
Carrego comigo a força que criei,
No abraço que não veio, o amor que inventei.
E hoje, eu sigo, apesar do que foi,
Com a certeza de quem sempre se constrói.
Pai, sua ausência foi dor e lição,
Mas aprendi a amar com meu próprio coração.
Entre o céu e a terra, um abismo constante,
Entre pai e filho, um laço distante.
Faltou você nas tardes de sol, nas noites de medo,
Faltou a mão firme, faltou o seu dedo.
E apesar de tudo, aprendi a crescer,
Com cicatrizes de ausência, mas vontade de vencer.
Hoje sigo meus passos, sem olhar para trás,
Levo comigo a coragem de seguir e ser capaz.
Porque mesmo sem você, pai, me fiz inteiro
Um mosaico de força, dor e desespero.
E no meio do caminho, encontrei meu valor,
Não sou a falta que ficou, sou a vida que restou.
Fragmentos de Amor
Em versos quebrados, um adeus amargo,
Um coração partido em mil pedaços.
O amor que um dia floresceu tão farto,
Agora se desfaz em tantos laços.
Divergimos em sonhos, em ideais,
Caminhos distintos, rumos opostos.
A dor da despedida nos corrói os ais,
E a saudade nos invade, insistente e colosso.
Queria te ter para sempre, assim, ao meu lado,
Mas o destino traçou um outro desenrolar.
A razão, fria, nos afastou, pesado,
Deixando em nós uma ferida a sangrar.
Em cada canto, um eco da tua voz,
Em cada olhar, um reflexo do teu ser.
A vida segue, mas a alma não se acomoda,
E a saudade, insistente, não quer se perder.
Que a vida te leve para onde sonhas,
Que a felicidade te encontre, a todo instante.
Mas saiba, meu amor, que em meu coração,
Tuas lembranças guardarei, pulsante.
Fragmentos de Nós
Entre versos soltos, o tempo se enlaça,
Somos fragmentos, pedaços de espaço.
Teu sorriso é breve, instante que passa,
Nos encontros e desencontros, me refaço.
Amor em pílulas, doses de eternidade,
Nas entrelinhas, busco tua verdade.
Palavras são pontes, frágeis, delicadas,
Te escrevo no silêncio, em noites caladas.
Vem, e traz contigo, a chuva e o sol,
Sons de uma vida, retalhos num lençol.
Cada toque, faísca de um universo,
Somos rascunhos, versos dispersos.
O amor é risco, rabisco no papel,
Instante fugaz, estrela no céu.
Nas curvas do dia, te encontro e me perco,
A vida é um traço, preciso e incerto.
Caminhos se cruzam, destino ou acaso?
Te amo em fragmentos, em cada intervalo.
Somos o agora, o imprevisto do dia,
Teu olhar, meu refúgio, minha poesia.
E se o tempo desfia nossos planos,
Resta-nos o momento, eternos insanos.
Na dança das horas, somos breves e belos,
Te amo em silêncio, em gritos singelos.
Fragmentos de manhãs de inverno, aquecidas lentamente.
Por que não permitir fragmentos em si mesmo que aqueça a alma diariamente?
A vida é sucinta, é essência, é energia.
Sentir é muito além de simplesmente existir, é viver.
Fragmentos
Por Jeziel Xavier
Acho alguns papéis, papéis antigos.
Vejo às margens anotações que fiz.
Vejo também rabiscos que refiz
de ideias que trago ainda comigo.
Algumas eu lembro muito bem;
outras, parece que nunca as vi.
Pela caligrafia, sei que as escrevi;
outras, não lembro tão bem.
Sei que são fragmentos de textos,
rascunhos, cheios de anotações,
de advérbios, verbos e orações,
carregados de sonhos e pretextos.
Coloco a eles minha disposição
para serem textos completos.
Mesmo confusos e complexos,
reescreverei com alma e coração.