Frágil
Poema - Frágil ser ...
Somos a morte
em cada flor
Somos orvalho
vermelho em cor
Somos espinho
pontas de vida
Estar sozinhos
nos significa
Não caminhamos
somos levados
Somos descalços
de ventania
Somos o tempo
nunca o relógio
Ponteiro zero
berço e velório
Somos silêncio
que se consagra
Somos o instinto
extinto em mágoas
Somos trovão
seremos chuva
Cartas, poemas
e fotos nuas
Somos o amor
feito às pressas
Rastros de guerra
tocos de vela
Caixões no quarto
das aquarelas
Somos, em suma,
soma palavras
Acumulados,
águas caladas ...
Instagram,
@lemo.sdesousa
“Tua beleza me Salvará”
Para almejar a beleza flor, tão bela e frágil,
Um coração se perdeu em desalento.
Em lágrimas de orvalho, a alma se afogou,
Mas na esperança, reencontrou alento.
Isaac Ordous
FRAGIL DEMOCRACIA
Ainda estamos longe de ter a nossa Democracia consolidada. Por enquanto estamos vivendo um remendo de democracia. Temos que ser fortes e lutar para que a Democracia real venha a operar em nosso país com igualdade de condições para todos e não para poucos, como ocorre até os dias atuais.
Eu nunca soube ser "frágil", nunca tive tempo para ser. E ao decorrer da vida, eu até esquecia de tentar nutrir essa parte. Até que eu encontrei alguém, e esse alguém me lembrava diariamente que eu era, sim, "frágil", que eu só precisava parar e VER. Eu demorei a parar, talvez por medo de perder a única parte que eu conhecia; eu tinha medo de não saber conciliar as duas.
Mas sempre que esse medo vinha e essa minha parte, chamada por mim de "ogra", queria dominar, ele vinha e alimentava a minha parte "frágil", e eu comecei a amar esse descanso que vinha com ela.
Ele me ensinou a alimentá-la para que eu não precisasse ser forte novamente caso ele precisasse ir embora. E hoje... Eu sei ser "frágil".
Mas eu sinto falta daquela vozinha me dizendo: "Você é, sim, frágil. Eu amo isso em você."
"Seu orgulho se manifesta como um escudo frágil, que você ergueu para ocultar as fissuras na confiança."
Do Livro Um Amor entre as Sombras
A Rosa no Jardim Poluído
No meio do caos, nasceu uma rosa,
Tão frágil, tão pura, tão só.
Era vida onde tudo era cinza,
Um suspiro no mundo sem voz.
Ela crescia entre pedras e vidro,
Entre sombras que a queriam calar.
Mas sua cor gritava resistência,
Como quem se recusa a parar.
O vento trazia poeira e mágoas,
As folhas caíam sem aviso.
E a rosa, firme, se perguntava:
“Vale a pena florescer num lugar tão vazio?”
As estrelas, que nunca a notavam,
Brilharam uma noite, só pra lhe ver.
Mas no dia seguinte, indiferentes,
Deixaram a rosa sozinha a sofrer.
E assim ela murchou em silêncio,
Sem culpa, sem glória, sem fim.
Era bela demais praquele jardim,
Mas ninguém enxergou até que chegou ao fim.
Talvez sejamos todos essa rosa,
Tentando ser vida num chão sem razão.
Florecendo, mesmo sem sentido,
Numa luta entre o coração e a solidão.