Fraca
Caçou-me, como um leão faminto caça uma gazela fraca.
Tomou-me em seus braços, como uma mãe amorosa toma o seu bebê sonolento.
Roubou-me assustado, como um ladrão medroso, numa casa repleta de ouro.
E no fim, deixou-me, como uma casca de banana suja, numa lixeira quebrada, numa rua sem vida.
Tentei quinhentas vezes, cansei. Chorei tanto que as lágrimas secaram. Costumava me sentir fraca, a força voltou. Parei de correr atrás de algo que nunca vai parar de querer correr também. Eu não me importo, não mais. Amo-me o suficiente para saber que cheguei ao limite e esgotei. Está tudo bem… Desejo felicidades… Espero que isto volte em dobro pra mim, agora a sinto entrando pela porta e pela primeira vez eu deixei isto invadir minha alma. Sorrisos e mais sorrisos, porque eu vou querer estar triste de canto?! Não preciso disso. Ah, tudo bem… Sem mágoas, não as guardarei. Espero que você brilhe, eu brilharei por aí também.
Você sabe o que é sentir dor? Sabe o que é se sentir fraca e vê tudo desabar ao seu redor? Não conseguir encontrar nenhum motivo pra sorrir e milhares pra chorar? Vê todo mundo ir embora? Se senti sozinha mesmo entre centenas de pessoas? Obrigar suas pernas a te guiarem? Ter vontade de morrer?
Então porque julga as pessoas? Porque as maltrata? Porque as mágoa? É fácil dizer que aconteceu com você não é? Você também pode ter feito isso um dia. Pode ter chamado alguém de gordinha só por brincadeira, ou então magricela, ou de feiosa. Ah, parece motivos banais não parecem? Mas por causa desses motivos banais várias crianças se mataram, se cortaram, torturaram a si, e ao seu corpo.
Se você sabe o que é sofrer, porque continua fazendo com as pessoas? Mesmo sem querer, mesmo por brincadeira, mesmo sem intenção, mesmo de zoação, mesmo de pirraça, mesmo de chateação. Pessoas morrem, pessoas sofrem, pessoas se castigam, se torturam, se machucam. E eu não suporto mais ver isso acontecendo ao meu redor.
Insônia
Por que sempre na madrugada?
fria, vazia, gelada
alma tiatina desamparada
fraca, suja, surrada
e por um corpo de maus hábitos, dominada
Um café logo de vereda
esgote-se, entregue-se, ceda!!!
mas ela não se vai, sem que um remédio interceda
tranca, pára, veda
destruo meu corpo, e ele cobra na mesma moeda
Por que atrapalhas minha vida
insônia, ingrata, bandida
depois deixa aberta ferida
gordura, cigarro, bebida
sem sono como , fumo e bebo essa vida sofrida
É foda
anseia, chateia, incomoda
a morte agora seria uma mão na roda
cotrim, chumbinho, soda
mas acho melhor deprimir, afinal está na moda
Sou eu contra eu mesmo não preciso que ninguém me acuda
água benta, espada de são jorge, arruda
mas tenha fé em quem quiser Deus, Alá, Buda
não espere, não aguarde, não se iluda
pois nesse tipo de vida muito pouca coisa muda.
Sabe aquele meu jeito frio? Ele derrete quando você chega perto. Sabe aquela minha memória fraca? Ela se torna forte quando o assunto é decorar as palavras que você me diz. Sabe aquele meu jeito desatento? Ele se concentra quando é pra te observar. Sabe essa coisa minha de esquecer as coisas com facilidade? Isso muda quando é pra lembrar de você a todo segundo. E sabe aquele meu eu, tão eu? Ele se perde quando o assunto é você.
Fiquei por demasiado fraca. Não pude ao menos dizer-te adeus, não fingimos nem uma despedida. Não lhe disse tudo que ensaiei na frente do espelho, não lhe disse nada. Eu te precisava tanto. Meu amor, - ainda nem sei porque o chamo assim - porque encontraste o caminho para tua verdadeira casa? Também queria voltar para casa com a maior displicência, mas cada vez que tento fazer o caminho perco-me. Perco-me nos teus encantos que não os vejo, nos sorrisos não dados por consequência minha. Mas ora deveria precisar tanto assim? Inegavelmente estou retraída, tento tapear a duradoura solidão que toma conta de mim, mas é em vão. Mas ora meu amor, sinto tanto tua falta, sei que não deverias, pois á essa altura deve ter mudado de casa, e deve haver outra lhe mandando flores, não deve haver, há. Há outros ouvidos ouvindo o teu sussurrar, outros pés se esquentando nos teus. Há de ter meu amor, sei bem que sim. Encontro-me pálida e sem vida. A dor, onipresente. Não há céu claro, não há vento; as janelas trancadas, e a porta por igual. E tu meu amor? Nem sei por onde andas...
Não és mas meu amor-eterno-amor;
Nunca foste meu alicerce,
agora sei que és fraca à tentação;
Te quis, e abandonaria o resto crendo nesse bem-querer;
foste minha modelo-vivo, os seios rosados que
nunca tive em mãos, meu veneno, minha ilha deserta
rodeada por mar e do governo, meu estupido auto-castigo,
meu ex-amor, meu ex-ódio. Traíste-me e ao meu amigo eu também, maldito belo par, eu tu e ele, nunca um nós.
Agora que sei, mesmo que já velho e decadente, abandono-te
a tua própria sorte, ao azar de outro eu.
Eu sei que forte ou fraca, continuarei seguindo, com você ou sem você, continuarei tentando, ferida ou inteira ,continuarei sonhando !
Ela sabe que é fraca o bastante para não conseguir ter ódio no seu coração, na sua alma, na sua essência. E ama, sabendo que vai chorar muitas vezes ainda. Afinal, foi chorando que ela, você e todos os outros, vieram ao mundo!
Talvez eu seja a pedra, ou o pó.
Pensando bem sou os dois. Nem forte demais, tampouco fraca ao extremo. Sou uma mistura incomparável do bom e do ruim. Talvez uma junção do útil ao agradável. Ou simplesmente a mais imperfeita - dependendo pra quem, é claro.
Querer-te
Quero-te!
Arde-me a alma por Vós
e, no entanto fraca
é minha vontade.
Bastaria o sim
desposado sem palavras
com todo o tudo de meu ser.
E não mais distâncias
por mais longínquo fosse o caminho.
Ou dolorosa a solidão.
Consumar a minha entrega
em inefável Comunhão.
Deixo a água levar a minha unica lágrima solitária,por ser fraca,não por você. Aprendi a não chorar mais por você e sim por mim. Choro por perder a mim mesma,perder algo que era seguro e plano e entrar novamente em um mundo onde os buracos são fundos e negros,mortais. Só que eu tento levar junto comigo,nessa nova jornada pelo mesmo caminho,o meu arsenal de auto-proteção contra você. Deixo você vir e ferir meu escudo,mas com muito esforço,não mais meu coração. Apenas minha tarefa de me erguer,concertar o escudo e estar pronta para outra. Cair e levantar. Cair e levantar. Me apoiar na minha vontade de algum dia te ver indo embora e não sentir.
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