Formigas
Formigas
A preciosidade é sempre interna
Não depende de externos fatores
Não é pela cor da pele que se
definem-se os louvores.
Na sombra dos escurecidos cílios
pálpebras se abrem reticentes,
o mundo se deslumbra em brilhos
iluminando os olhares carentes.
Na sombra das folhas verdes
formigas marcham exuberantes
despontam raízes na profundeza do mundo
buscando a água da vida,
que corre nas folhas divididas
da vida que alimenta outra vida.
Na sombra dos versos iludidos
repousa o poeta que sonhou
sente seu tempo perdido
marcado pela vida que murchou.
Um milhão de pessoas vagam,
formigas buscando uma direção segura,
aquela em que as chuvas torrenciais não ás afetará,
aquela que fará com que cheguem a algum lugar.
Mas na verdade as formigas andarão em círculos, numa direção não tão segura.
Os predadores às perseguirão e quando menos esperarem elas serão capturadas,
pela rotina,
pela persuasão,
pela imprecisão
e, pelas pessoas.
É feriado. É domingo. Segunda talvez. É dia. As cigarras marcam as horas. As formigas carregam os minutos. As abelhas colhem os segundos. Faz sol lá fora. No peito um clima incerto. Cores indicam flores no deserto. Somos desejo. Somos ensejo. Fernando Pessoa e o rio Tejo, que passa no fundo da minha rua. Lá onde mora a gruta. No âmago do caroço da fruta. Nas palavras aleatórias. Na boca que conta história. O vento varria as folhas. A vida cada vez mais cheia. Folhas, lembranças, percevejos. A relatividade em que me vejo. Hoje estou viva na rede que embala. Amanhã serei lembrança na sala. A foto que a câmera enquadra. Um leve estar. Um leve passar. O universo não é triste nem alegre. É uma mão que escreve. Não sou eu. Nem é você. É um átomo que se agita. Eletricidade. Física quântica. Somos os mesmos. O mesmo espaço. Dois corpos no mesmo espasmo. Buraco negro de inquietações. Órbitas anônimas na perfeita equação. Somos o tempo que passa. O tempo que não existe. Somos a esperança que persiste. Sem nome, sem forma, sem porque. Somos dois olhos que veem. Hoje é dia. Somos feriado de datas inventadas. Um dia seremos verdade. Em nosso conto de fadas.
Monalisa Ogliari
Somos como formigas buscando alimento e um local longe do frio. Saímos dos becos escuros mas temos medo da claridade. A frágil moralidade não reside na ética nem se mistura ao óleo que passam nas pálpebras para ficarem dobradas no escuro. As solas dos seus sapatos contam segredos de cegos, surdos e mudos. Rangem os dentes as falsas onças longe da floresta, peixes nadam para encontrar liberdade além das pedras, aves são violentas quando estão com fome. Nós os caninos somos leais por isso latimos.
Gosto da incoerência das formigas,
Que se limitam a fazer o mesmo caminho repetidas vezes,
Da chuva ensolarada, dos sapos e suas cantigas,
Do intrínseco sentido que tomam as raízes,
Gosto da aventura encubada nas asas dos passarinhos,
Que mesmo livres, tornam para o ninho.
Quem me dera ser beija-flor
Pra partir deste mundo polinizado de amor.
Quando eu era pequeno, colecionava formigas pretas e vermelhas, ai eu coloca elas justas para ver elas brigarem
Do livro Formigas Malucas - de Márcio Silva
De uma folha singela
A formiga montou caravela
Saiu remando no rio como se fosse no mar.
Jurou que atravessaria até a outra margem...
Mas o vento a levou aos céus.
Do Livro Formigas Malucas, de Márcio Silva
Uma formiga segredou à outra o amor da vida:
Formou-se uma estrada longa de ouvintes e viveram com o segredo para sempre, debaixo da terra.
A ciência move montanhas, homens e máquinas trabalham dia e noite, retiram a terra como formigas. Um operário que dirige o caminhão que transporta a terra, carrega escrito no para lama traseiro do carro "A fé move montanhas". E assim são construídas as cidades e os homens.
Ondas quebradas, formigas vem brincar, sem sol fico a fitar a imensidão do mar. Faltam as mãos os braços os cabelos, o_olhar... E mesmo sem você, sinto seu cheiro no ar...
Seus problemas podem até ser grandes, mas pra Deus eles são como formigas perto de um elefante > muuuuuito pequenos ;)
Vai com fé que tudo dá certo =D
O diferente, para os intolerantes, é como o mel deixado às formigas: se houver um caminho para chegar até ele, esteja certo que o encontrarão.
Para o reino das formigas, eu sou a grandeza;
Para a via láctea, eu sou a insignificância.
Lembre-se: tudo depende do ponto de vista.
Tempestade
Formam-se nuvens escuras no céu.
Coelhos entram em suas tocas,
formigas vão para os formigueiros
e pássaros se aconchegam em seus ninhos.
Mas os cachorros,
inquietos e espertos,
já sabiam.
Primeiro trovão.
O bebê chora,
a menina se enrola no cobertor e
o menino se protege dos monstros.
Os pais?
Correm para tirar a roupa do varal.
A chuva começa.
Carrinhos de comida saem da praça,
pessoas perdem seus guarda-chuvas,
tombos na calçada um atrás do outro.
"Não ia chover só amanhã?"
"Acho que a precisão do tempo errou."
(novamente).
Acaba a luz.
Alunos comemoram,
programadores reclamam
e alguns ficam indiferentes?
"Onde estão as velas?"
As nuvens ficam brancas,
os trovões se acalmam,
para de chover,
a luz volta
e um arco-íris surge no céu.
A tempestade já passou.
(Que bom, porque a vela acabou).
Chuvas de Verão
Os pássaros não se assustam
Os pastos se alegram pelo chão
Formigas ganham asas
Outras navegam em folhas então
O aroma no ar exala
O café está pronto no fogão
Vou relembrando minha infância e
da janela minhas chuvas de Verão.