Formigas
Somos como formigas buscando alimento e um local longe do frio. Saímos dos becos escuros mas temos medo da claridade. A frágil moralidade não reside na ética nem se mistura ao óleo que passam nas pálpebras para ficarem dobradas no escuro. As solas dos seus sapatos contam segredos de cegos, surdos e mudos. Rangem os dentes as falsas onças longe da floresta, peixes nadam para encontrar liberdade além das pedras, aves são violentas quando estão com fome. Nós os caninos somos leais por isso latimos.
Pais denunciantes, na escola, são tão parciais assim: Coam formigas e engolem sapos! Depois vomitam em nós o que temos de comer para logo vomitarmos do que se alimentarão.
Aprendei com as formigas, não se cansam, nem descansam, trabalham juntas num único objetivo. Até conclui-lo: sobrevivência.
O brilho
O brilho do sol em meus ombros me faz feliz,
As formigas trabalhando, me faz pensar,
As subidas e descidas,nos tornam um exímio aprendiz,
O coração é como um formigueiro à acumular.
As formigas,acumulam alimentos,
O coração, um turbilhão de emoções,
Todas essas coisas, servem para o sustento,
De um ser em constantes mutações.
Somos seres em construção,
Um ser novo à cada dia,
Edificação e demolição,
Tristezas e alegrias.
Tudo depende da visão,
De como entender todo o processo,
Não há tempo para lamentação,
E nem tampouco para o retrocesso.
Os pássaros voam em busca de algo para a sua sobrevivência,
Todos os dias,o mesmo ritual,
Batalham pelo seu pão sem mudar a aparência,
Sempre entoando uma canção alto astral.
As árvores e as formigas,
Em equilíbrio, é a perfeição,
Jamais deixaram de serem amigas,
Uma depende da outra para não entrar em extinção.
Semear o bem,
Colher o amor,
Ajudando sempre alguém,
Sendo o remédio para a dor.
Eu não vou hesitar,
Em lutar pelas coisas certas,
Jamais irei desanimar,
Estarei sempre de portas abertas.
Portas abertas para o amor,
Vontade imensa de reencontrar,
Nos jardins da vida,cheio de cor,
A magnífica beleza do sonhar.
Lourival Alves
Passamos pela vida esbarrando uns nos outros sempre no piloto automático, como formigas, não sendo solicitados a fazer nada de verdadeiramente humano.
Pare, siga, ande aqui, dirija ali.
Ações voltadas apenas à sobrevivência.
Quero momentos humanos verdadeiros.
Quero ver e quero ser visto.
Não quero ser uma formiga, entende?
Somos como formigas num formigueiro insano e mecânico.
Seus olhares atingem de frente as nossas retinas, empapuçados e tão embriagados que nem notamos, passamos ao longe envolvidos em assuntos cotidianos. Os olhares nos seguem como sombras malignas buscando um veio de sangue novo ou de água fresca para se alimentar e retomar um fio de vida perdido. Homens e mulheres sem esperança de recuperar migalhas básicas de dignidade, tão desorientados que mal compreendem a desumana falta de ternura que assola este mundo. Por isso mesmo se desesperam.
Nada Há para fazer. Impotentes, tentamos compreender o que acontece e paramos amedrontados se descobrimos resquícios de insanidade num insuspeito diário. Chegamos a sentir o medo que pode haver no simples objeto da nossa paixão. Fora de controle, conduzindo tensões absurdas, destruindo a personalidade, ofuscando os olhos. Explodindo a razão mais sólida.
Formigas são colaboradoras excelentes, porém seguem sempre a mesma carreira e, por isso, são recompensadas diariamente com o mero direito à sobrevivência!
E você, sobrevive ou faz a diferença em outras vidas?
A sociedade é como um imenso formigueiro e as pessoas além de formigas estão numa espécie transe robóticos.
Chuvas de Verão
Os pássaros não se assustam
Os pastos se alegram pelo chão
Formigas ganham asas
Outras navegam em folhas então
O aroma no ar exala
O café está pronto no fogão
Vou relembrando minha infância e
da janela minhas chuvas de Verão.
O cidadão transformado em súdito
Vivendo em uma fazenda de formigas,
Quando não acaba em um caixão de veludo
É obrigado a amargar as feridas,
Constituindo uma constituição,
Incondicional, inconstitucional...
Como é gostoso recusar o último pedaço do delicioso bolo e deixa-lo para as baratas e formigas se lambuzarem....
Gosto de observar formigas. Há dias que passo mais de uma hora a observar minha parede, observando todos aqueles pequenos seres que se unem pra levar aquele resto de comida desafiando a gravidade e erguendo até chegar lá em cima da parede. Há aquelas que só fazem corpo mole enquanto as outras empurram parede acima um torrão de açúcar. Desde pequena observava as formigas e imaginava tal como é que nós somos uma espécie de Deus pra elas, sim, porque com um simples pisão decidimos quem vive e quem morre. Quando uma formiga morre dá pra ver o desespero de todo o resto e como elas levam o cadáver até o formigueiro. Triste vida de formiga,todos os dias morrem centenas de conhecidas com um mísero pisão. Vida de formiga é humanamente igual à nossa: As que fazem corpo mole, as que se unem em prol do grupo, as que se desesperam ao ver os seus morrerem. A vida humana está tão banalizada quanto vida de formiga.
Um milhão de pessoas vagam,
formigas buscando uma direção segura,
aquela em que as chuvas torrenciais não ás afetará,
aquela que fará com que cheguem a algum lugar.
Mas na verdade as formigas andarão em círculos, numa direção não tão segura.
Os predadores às perseguirão e quando menos esperarem elas serão capturadas,
pela rotina,
pela persuasão,
pela imprecisão
e, pelas pessoas.
Ondas quebradas, formigas vem brincar, sem sol fico a fitar a imensidão do mar. Faltam as mãos os braços os cabelos, o_olhar... E mesmo sem você, sinto seu cheiro no ar...