Formiga
Odeio reticências, aqueles três pontos que tornam incerto tudo o que foi dito, que tudo pode mudar, que marca a incerteza da insegurança. A covardia da de colocar um ponto final; uma exclamação! De se entregar de corpo e alma numa afirmação, numa certeza. O medo de perguntar; o receio de responder. De escolher um caminho sem olhar para trás, sem medo de, no próxmo parágrafo, desdizer tudo o que sabia. De voltar atrás, e ponto!
A gente passa a vida inteira pra aprender o que já sabia no momento que nasceu:
Que a única coisa que importa é um bom colo.
Aproveite pequena lagarta
Pra comer as todas as folhas caídas
que a terra lhe proporciona.
Arrasta sem pudor a barriga na lama
Pois, quando fores borboleta,
Será a força tirada delas
Que lhe permitirá o voo mais alto
que lhe dará força e cor nas asas
Que te tornará mais alto e tranquilo teu voo no céu
E por amar loucamente,
amei sua loucura
E por amar a mais louca,
amei a todas
E por entender a maior das loucuras
Entendi a todas
Ou você é burra ou é ingênua, ou os dois, tanto faz
O que você faz sem maldade machuca, sim, os outros
O que você faz sem intenção tem o mesmo efeito
"Ajo sem pensar", "não guardo mágoas",
"foi sem querer", "amanhã eu esqueço",
tudo isso é balela, porque quem bate esquece,
mas não quem apanha.
Não faça cara de santa,
não use essa voz fininha pra se defender.
Olhe para trás e veja o estrago que faz,
Olhe para a frente e veja o abismo que se aproxima.
E não reclame, esse caminho, mesmo "sem querer",
foi você quem escolheu.
O “big bang” transformou energia em matéria.
O tempo nada mais é que uma propriedade da matéria,
Assim como o é a massa.
Sem matéria não há tempo,
Sem tempo não há matéria.
Não podemos falar em “antes” do “big bang”.
Não podemos falar “de onde” veio toda a matéria,
Porque não havia antes, não havia tempo, não havia nosso universo.
Imagine um quarto escuro e nesse ambiente acenda um fósforo.
Criou-se o fogo e dele adveio a luz.
Não havia “outro” fogo antes, assim como não havia a luz.
Assim foi nosso universo,
Criou-se a matéria e dela adveio o tempo.
Não havia outro universo antes, assim como não havia o tempo.
Mas não se preocupem,
Para esse ‘lugar’ – sem tempo nem espaço – voltaremos em breve,
Mas esse “breve” é o breve daqui, já que “lá” não há tempo.
Quem trabalha entre gigantes
Tem que ser forte o suficiente
Pra suportar alguns pisões
Pois, hora ou outra, eles tropeçam
Dizem, os que acreditam em Deus,
que Ele é eterno.
Eu creio.
Dizem, também,
que fomos feitos à imagem e semelhança Dele.
Não iguais, semelhantes apenas.
Não somos eternos, não nessa vida,
então o tempo, pra nós, é fundamental.
Para nós, Não pra Ele.
Então ter uma vida breve
...
ou uma vida longa importa a nós,
não a Ele.
Ele nos vê com os olhos da eternidade,
que nos levará além da vida, dessa vida.
Então não cobre Dele a longevidade,
Que isso é valor nosso, visão nossa
Ele vê os filhos e os aguarda ao seu lado
Morrer não é injusto
É apenas a realização do desejo Dele
De nos ter ao lado,
pela eternidade.
Parecer é fácil, parecemos o tempo inteiro.
Sábios ou ignorantes, feios ou bonitos, atentos ou distraídos.
Parecemos o que parecemos, de propósito ou até sem querer.
Eu quero ser, o que é difícil. Ser o que? Sábio, atento, bonito?
Não, quero ser eu, e isso não é pouco.
Sou o que? Não sei, e esse é o problema.