Forma
Fazer o certo por consciência moral é ser honesto, enquanto agir de forma adequada por medo é estar correto, mas não necessariamente honesto.
Na teologia da Igreja Católica durante a Idade Média, acumular riquezas de forma excessiva era considerado contrário aos princípios cristãos.
Um paradoxo em relação à simplicidade pregada e à ostentação observada dentro da instituição eclesiástica.
Até que ponto vale a pena contestar opiniões dos outros sobre nós, se não controlamos a forma como somos percebidos pelo mundo?
Cada forma de conhecimento emerge de um processo marcado por desafios e sacrifícios significativos.
É comumente subestimado o árduo caminho percorrido por aqueles proficientes em linguagens, dança, música, culinária e outras habilidades, cuja excelência aparente é precedida por um extenso histórico de dedicação intensa, noites sem dormir e obstáculos superados.
Por trás da aparente harmonia e beleza de suas realizações, reside um vasto currículo de esforço e perseverança.
Toda manifestação artística implica em renúncias pessoais e em sacrifícios necessários para alcançar a maestria desejada.
Negamos, buscamos um bode expiatório e elaboramos complexas estratégias criativas como uma forma de lidar com aquilo que nos assusta, mas hesitamos em admitir.
O medo constitui um afeto essencial à existência humana, representa uma forma de interpretação do mundo, exercendo uma função protetora.
No que concerne às demandas feministas:
Mansplaining: Homens explicam de forma condescendente, presumindo falta de conhecimento da mulher.
Manterrupting: Interrupção frequente de mulheres, impedindo a conclusão de pensamentos ou argumentos.
Gaslighting: Manipulação psicológica faz vítimas duvidarem de sanidade, usando expressões como "Você está maluca".
Bropriating: Homens se apropriam de ideias de mulheres, muitas vezes recebendo crédito indevido.
Na minha perspectiva, embora reconheça a importância de combater essas formas de comportamento que prejudicam as mulheres, entendo que tais dinâmicas são intrínsecas à complexidade das interações humanas e não se restringem exclusivamente ao contexto patriarcal.
Acredito que esses padrões são universais e refletem características profundas da condição humana.
No entanto, é importante estar ciente das nuances e das diferentes intensidades com que esses comportamentos se manifestam entre os gêneros.
Ao abordar essas questões, é fundamental promover um diálogo construtivo e buscar formas de mitigar essas dinâmicas em todos os aspectos da sociedade.
Impor uma única forma de agir ou pensar a todos pode ser considerado uma forma de violência, pois ignora as individualidades das pessoas, suas necessidades e experiências únicas.
Valorizar a diversidade de pensamento é essencial para criar sociedades inclusivas e respeitosas, onde a coexistência pacífica e a verdadeira diversidade possam prosperar.
Fixar-se na dor e no sofrimento como uma forma de garantir o conforto de sempre ter alguém ou algo para culpar.
E assim nunca se responsabilizar pelos infortúnios da vida.
Quando a mídia de extrema direita abraçou as causas sociais, de certa forma, enfraqueceu o movimento de esquerda.
Isso ocorre principalmente ao vender o racismo, homofobia e feminicídio como mercadorias, mais preocupada em aumentar a audiência do que em resolver os problemas de fato.
Ao fazer recortes do contexto e focar apenas na parte que gera mais audiência, estão contribuindo para aumentar a segmentação e o extremismo na população, colocando uns contra os outros.
Não lembro de nenhum movimento revolucionário que tenha alterado de forma significativa a situação na parte inferior da pirâmide social.
Acredito que as revoluções servem muito mais para a alternância de poder do que para mudar os destinos das castas pobres brasileiras.
Apesar disso, penso que o desejo revolucionário deve existir sempre, uma vez que é fundamental para proteger a democracia dos tiranos de plantão.