Fora de Si
Eu estava perseguindo aquele peixe mas ele foi embora, e quando vi já estava fora de mim, acho que acabei me perdendo de novo no coração de desejo.
Plástico bolha.
Fora de mim há uma partitura do que sou e sinto.
Nela outro mundo que a música da vida incendeia.
Luzes ofuscadas e generosas doses de absinto
Em delírios escuto tua voz com a concha na orelha.
No guardanapo faço poesia pra não me aborrecer,
Rabisco. Amasso e raivoso rasgo a folha.
Baixo a cabeça dorida sem entender,
Pensativo, destruo imaginárias células de plástico bolha.
Ondas madrugadas de verão me remetem ao paraíso.
A memória alcoolizada e seletiva não apaga.
Ainda vejo amor, areia, sal e sorrisos.
Sol e corpos bronzeados na superfície da água.
Sonhos e voos...
Enquanto “ocê invem”...
vou inventando você dentro e fora de mim...
Um caminho de passarinho “avuano”
ainda sem asas...
pois, é no voo que se aprende a voar...
é preciso acreditar e pular para o voo
que ainda está escondidinho dentro da gente...
é necessário encarar o medo...
e encorajar o voo a nascer... “avuar” amar...
no ar do coração...
onde moram os sonhos bebêzinhos...
com suas asinhas em
penugem plumagem de
sonhos revestida...
Uma investida tida como um sopro do Deus Amor que
mora dentro da gente...
Que nada me abale que nada me embale para fora de mim busco meu centro meu alento no sono no sonho perfeito me estranho me envolvo me enojo me cuspo me reviro viro gente menos má nada mal nada viral virar eu mesma desejo!
Lado de fora.
Sentei-me do lado de fora de mim.
Ao relento.
Ali, pensativo... Olhei-me.
Olhei nos olhos da minha vida.
Nos seus cabelos brancos.
Como ela está envelhecida.
Também refleti nela.
Nada mais da criança que vi crescer.
Nada mais do menino com sorriso encantador.
Um restinho de sonho esquecido num cantinho.
Por uma fresta pude ver morto,
Um poema outrora tão lindo.
Que dó!
A antiga canção agora tinha uma nota só.
Não vi garotas nas paredes internas.
Não vi paisagens emolduradas.
No vaso, flores sem vida.
Um amarelado retrato partido.
Poeira densa sobre os vidros.
Pedaços de vida espalhados pelo chão.
Sem cordas, na mesa descansa o violão.
Mas algo ainda se movia,
O amor alegremente respirava.
Não morre o homem
Enquanto viver a ilusão.
Hoje estou fora do ar
Por tempo indeterminado
Estou totalmente fora de mim
E não sei se isso é errado
Estou fora da razão
Fora de foco
Estou fora dos padrões
E não sei se eu volto
Por que não aceito
Não concordo
Por que estou fora do ar
Por tempo indeterminado
Às vezes sinto que o coração é um satélite.
Ele fica mais tempo fora de mim, meio aéreo.
Fica tão distante que nem consigo tocá-lo.
E tão frio às vezes, que pode congelar alguém.
Mas ele gosta de estar perto de você.
E sempre que isso acontece, ele tem uma atmosfera melhor que a minha.
Estou fora de mim mesmo, já que sei, que dentro de mim, só existe espaço para aquilo que não posso ser.
Te matar
Que fogo é esse que me consome?
Que domina meus pensamentos.
Que me deixa fora de mim,
E perturba os meus pensamentos.
Sinto a energia serpenteando
Por todo meu corpo.
Quando vejo que está a me olhar.
Já imaginou o que eu sentiria,
Se você tivesse coragem de me tocar?
É um frio na barriga,
Um tremor que não quer parar.
Minha boca até saliva,
Pensando em te desnudar.
Sei que minha cara me condena,
Mas, o que eu posso fazer?
Meus olhos se negam a esconder
Que eu desejo você!
Essa palpitação me consome,
Chega até a latejar,
É o desejo latente que ainda vai me matar.
Quero tocar o seu corpo,
Te degustar devagar,
Quero fazer você gemer.
Quando minha boca te tocar.
Ainda vou morder seu corpo inteiro,
Com minha língua te fazer delirar.
Moreno, um dia te pego.
E neste dia vou te matar!
Quando a inspiração cessa
Eu não cesso
Mas tudo mais
Dentro e fora
De mim
Cessa
Tente imaginar a solidão...
Você transpira
Mas nada inspira
Na primeira semana só chovia, amor, dentro e fora de mim, com relâmpagos incessantes e trovões arrasadores; e eu não comia, não dormia, não conseguia respirar! Na segunda semana deixei a ansiedade e a agonia me roerem por dentro e por fora, e na terceira eu entrei em uma rotina exaustiva, tomando saudade de café da manhã, dor de almoço e agonia de jantar, levando para cama sua ausência, algumas lágrimas mal contidas e gotas e mais gotas de rivotril para conseguir dormir.Porém nessa quarta semana eu só sinto paz... Chame de conformismo se quiser, chame como preferir, mas eu chamo esse novo e elevado estado de espírito de paz.
Eu, eu sou o Senhor, e fora de mim não há Salvador.
Eu anunciei, e eu salvei, e eu o fiz ouvir, e deus estranho não houve entre vós, pois vós sois as minhas testemunhas, diz o Senhor; eu sou Deus.
Isaías 43:11-12
LOUCAMENTE
Fora de mim num
- Desassossego permanente
Desassossego em desapego
- Total desalinho
O meu corpo manifesta-se
- De variadas formas
Em sombras permanentes
- Talvez entenebrecido
Tolda as minhas loucuras
- Há muito dementes.