Fonte
Água no corpo, água no copo da casa que moras, bebes tu da fonte que jorra da água direta do Trono?
“Senti os meus ombros serem tocados
Olhei e nada vi
Clamei e não obtive respostas {...}
Então fiquei no silencio para ver se algo acontecia {...}
De repente escutei um som que vinha dos fundos
Era o vento que passou entre a porta
Então uma voz suave pude contemplar!
Era tão doce e suave que atravessou meu coração
Fechei os olhos só para ouvir e gravar
Disse-me: - Conheço-o por dentro e por fora
Analiso e observo os teus pensamentos.
Caminho e dirijo os teus passos
Sou Eu que mato a sede
Vou além do que pode pensar ou imaginar
Sou Aquele que chama por teu nome
E digo que Sou manancial da esperança
Sou o teu Deus hoje e para sempre”
… mas sentirás remorso quando tua cólera se extinguir. Um caráter como o teu é uma fonte de dissabores. (Creonte)
(Édipo Rei)
Que novos acontecimentos renovem seu humor, concedam paz e luz. Que a vida seja a única fonte inesgotável.
Mulher reluzente
Um raio de luz desaba
Feito centelhas
Iluminando as veredas do tempo
Numa espécie de belo horizonte
Irradiou longe, muito distante
Criou-se uma luminosidade
Colorida de imaginações
Não aconteceu por acaso
Uma folha, uma pétala
Não depenca do nada
Um arco-íris não risca o céu simplesmente
Alguém prestigia sua rara beleza
Foi muito bom! Beleza rara
Tão especial, musa incantadora
Transmite sensação de prazer
Com você, as maravilhas aparecem
Não quero sonhar por sonhar
Nem acordar deste sonho
Quero me fechar para o mundo
Acordar sempre nos seus braços
Quero viver a realidade policromas
Se for sonho não quero acordar
Seria muito prematuro
Tão novel, incipiente
Prometo-lhe o sol
Ardente, de raios penetrantes
Até a chuva ao cair do dia
Ao anoitecer no Fonte Grande, no Iracema
Rabisco sonhos sem domínio das emoções
Uma noite, num belo horizonte
Luar que se forma no arrebol
O poeta não morre. Suas cinzas eternizam
Ao anoitecer se não houver estrelas
Não fique triste assim
Basta olhar para você mesma
Estrela reluzente e brilho de MULHER
Matar a sede não significa esquecer a fonte
Que ela seja, sempre, a aventura maior
Sejamos precavidos. Ela pode estar longe
Atrás do arco-íris ou depois do outono
O outono está por vir. Com lápis-de-cor pintei um arco-íris
No seu fim não encontrarás ouro, mas um pote cheio de grafite
De: Fonte de Rabiscos
O trabalho, por si só, não é meramente uma tarefa exaustiva; ao contrário, é uma fonte vigorosa de geração de energia para o corpo e a alma. Isso demonstra que atividades físicas não apenas fortalecem o físico, mas também revigoram o espírito. Trabalhar é, portanto, um central geradora de renovação e bem-estar.
Se um dia tivermos tecnologias como as 'máquinas do tempo' e os 'visores do tempo', os historiadores terão outras possibilidades de visitar o passado das diversas sociedades que lhes interessam, ou talvez a oportunidade de vislumbrar em telas de computador ou de TV imagens pertinentes aos vários processos históricos que atravessaram o tempo da vida humana sobre a Terra, e mesmo antes. à semelhança de um astrônomo que olha no céu noturno as estrelas, e nesta operação captura com seus telescópios o brilho de astros que já desapareceram há milhões de anos, não acho impossível que se desenvolvam no futuro tecnologias capazes de apreender as luzes do nosso próprio passado planetário e humano. [...] Neste momento, no entanto, os historiadores não possuem outro visor do tempo que não sejam as próprias fontes históricas com as quais já estão tão acostumados a lidar desde os primórdios da historiografia. Para olhar o passado e apreendê-lo de alguma forma - mas, sobretudo, para compreendê-lo por dentro, permitindo-nos fazer interpretações adequadas sobre as relações humanas e sociais -, precisamos analisar atentamente os vestígios e tudo o mais que tal passado nos deixou. Estes vestígios, evidências, textos escritos e objetos materiais - capazes de registrar tanto rupturas do passado em relação ao presente como de manifestar continuidades entre as duas temporalidades sob formas as mais diversas - são as chamadas 'fontes históricas'.
'Fonte histórica' é tudo aquilo que - por ter sido produzido pelos seres humanos ou por trazer vestígios de suas ações e interferência - pode nos proporcionar um acesso significativo à compreensão do passado humano e de seus desdobramentos no Presente. As fontes históricas são as marcas da história. Quando um indivíduo escreve um texto, ou retorce os galhos de uma árvore de modo a que este sirva de sinalização aos caminhantes em certa trilha; quando um povo constrói seus instrumentos e utensílios, mas também nos momentos em que modifica a paisagem e o meio ambiente à sua volta - em todas essas situações, e em muitas outras, homens e mulheres deixam vestígios, resíduos ou registros de suas ações no mundo social e natural. Esse imenso conjunto de vestígios - dos mais simples aos mais complexos - constitui o universo de possibilidades de onde os historiadores irão constituir suas fontes históricas
Qualquer fonte histórica está em uma relação circular com a história: 'produz História' [ao participar da História escrita pelos historiadores] e é 'produto da história'.
[trecho do livro 'Fontes Históricas - introdução aos seus usos historiográficos'. Petrópolis: Editora Vozes, 2019, p.258]
permaneço alerta, decifrando o eco da fonte que cresce em mim, traz-me sussurros aos dedos... de tanto te recordar na distância
RIOS DE MINHAS LEMBRANÇAS
No rio de minhas lembranças,
Em águas claras de risos,
Banzeira toda minha infância
Debruçada em flores...
Nas espumas da saudade
Sob a quilha da velha canoa
Descortina-se minha Fonte Boa
Da fina névoa do tempo
Que o sentimento entoa!
Lá da proa do Velho Chico
Avisto a escadaria do porto
E a Lage que dava conforto
E abrigo ao povo de boa-fé:
No campo do Arigozinho
Rememoro a infante idade,
O amor secreto à deidade
Agasalhado no bauzinho
Singelo da doce memória!
Lembro-me da flor-do-dia,
Do apreciar do pôr-do-sol
E da primeira flor de girassol
Nascida à beira do barranco.
No Igarapé da Arapanca,
Leonardo, Estrada e Celetra
Nadávamos sem ser penetra
Nas gélidas águas do reino
Mítico das ninfas do Cajaraí!
Só recordo com pesar
A rede atada acima do paneiro
O lenço branco derradeiro
Estendido em despedida!
... As luzes se apequenando
E o barco singrando o rio
Deixando para trás todo brio
Das tuas noites de estrelas
Que cintilavam meus prantos.
Essa distância que me separa
É a mesma que fortalece o amor
Impregnado na seiva do ardor
De todas minhas lembranças...
No rio primaveril do destino
Navegando a bordo da igarité de sonhos
Logo atracarei teus portos risonhos
E deles jamais me desgarrarei
Como no pretérito tristonho!
LEMBRANÇAS
LEMBRANÇAS
Quero de volta minhas lembranças!
Lembranças roubadas que o tempo levou
Lembranças dos idos de menino
Que a fogueira da saudade dadivou.
Quero de volta minhas lembranças!
Lembranças roubadas da primavera vivida
Lembranças da ingênua ternura perdida
Que a frigidez do momento esfriou.
Quero de volta minhas lembranças!
Lembranças roubadas do primeiro beijo
Lembranças febris do desejo
Que o gosto amargo da vida furtou.
Quero de volta minhas lembranças!
Quero de volta minhas lembranças...
DESABAFO DE UM PASSARINHO
Oh, inculta Coruja, ave de rapina,
Nascida em luto - parto doloroso -
Para saudar-te ave da escuridão
Esgalhou-se o canto tenebroso
Dos vitrais estilhaçados ao chão.
Oh, triste sina tua vir ao mundo
Com alma cinza, sem esperança...
Teu trilar em noites sem estrelas
São apenas blasfêmias, murmúrios
Chorados pelo nascer da aurora.
Saibas a cegueira que te ofusca
Das luzes, risos e primaveras,
É a mesma que sorve da lama
O horror de tuas dores severas:
Espinhos mortos em chama!
No cárcere das plumas imundas
Da fina neblina que te vestes
Cobres em vão, farsas bramidas:
Mágoas e desilusões reprimidas
No deserto de teus fracassos!
Por que, oh triste rasga mortalha,
Teimas cuspir tua cicuta amarga
Nas águas dos rios que tu bebes?
Por que aprisionas na clausura fria
Turíbulos de flores, germes alegrias?
Abre-te ao mundo feito girassóis
Lanças-te aos crisântemos da vida
Deixa-te entrar a luz, florescer paz!
Pintas em arco-íris os lírios de risos
No mosaico dourado que te cerca!
Afasta-te do vil e ridente anjo caído,
Da podridão mentirosa e desmedida
Da ignorância traidora que te vela!
Deixa-te chover flores de estrelas,
E, ao partires, a saudade te saudará...
... in, Girassóis (di)versos, e outras flores - 2016
O amor é uma fonte inesgotável de sentimentos, espero nunca estar distante, mas sempre próximoo bastante para beber e olhar mais adiante, porque em uma fonte como essa há sempre um rio que podemos mergulhar.