Flores Lírios
Lírio Perfumado
A flor ao Sol raiar acorda
Quando o Sol bate em suas pétalas
Seu rastro fica luminoso
Tamanha é sua beleza
Ao pôr do Sol,
Ela adormece
Foi em uma noite
De Lua cheia
O vento ao tocar em ti
Trouxe-me o teu perfume
Que me fez lembrar
Do dia em que te vi
Esta flor de pele macia,
Cabelos longos
De boca e olhos atraentes,
Que encantam
Até os olhos
Do luar.
Ficava horas admirando uma rosa, um dia essa rosa morreu e sobrou um lírio cheio de vigor, na sua indiferença esse também morreu e suas folhas secas foram jogadas ao vento...
DEPÓS O INVERNO
Aos sóis, num tempo de desventura,
Pregado ao amor e a tristeza,
O lírio ao vento espalha a beleza,
Formando-se paixão sem amargura...
Eleva-se, e cantiga, a lua-ventura
Das noites pratas, e, quanto mais acesa
Clareia aos campos em realeza
Juntando-se as flores sua candura...
E pecados não se ouvem de perverso;
Os bálsamos dispersam o reverso,
O jardim é um só complexo de fulgor...
As estrelas se completam as amadas,
E na fragrância azul das alvoradas
Renasce dentre as cinzas uma nova flor!
Galanteios
Ela.
Eu sou o narciso de Saron,
o lírio dos vales.
Ele .
Sim, como o lírio entre espinhos
é, entre as jovens, a minha amada.
Ela.
Como a macieira entre árvores silvestres
é, entre os jovens, o meu amado.
À sua sombra eu quisera sentar-me,
pois seu fruto é saboroso ao meu paladar.
Amor apaixonado
Ela.
Ele me conduziu à casa do banquete,
onde a bandeira era para mim sinal de amor.
Restaurai-me as forças com tortas de uva,
revigorai-me com maçãs,
porque desfaleço de amor!
Sua esquerda apóia minha cabeça,
e sua direita me abraça.
O Lírio e o Beija-flor
Quando a noite chegou,
E o beija-flor se afastou,
O Lírio botão,
Despetalou o coração...
Mas por ser tão jovem,
E acreditar no amor,
Sabia que um dia,
Seu beija-flor voltaria...
O tempo passou,
O Lírio desabrochou,
Seu primeiro perfume,
O beija-flor não cheirou...
O Lírio cresceu,
Viveu histórias de amor,
Mas nunca esqueceu,
O seu beija-flor...
Até que um dia,
Por pura magia,
Diferente o vento soprou,
Deus! Eram as asas do beija-flor...
Tão pequenino,
Parecia um menino,
Diante da flor,
Estava de volta o beija-flor...
O beija-flor apaixonado,
Olhava o Lírio, encantado,
Voava alucinado,
Sobrevoava a flor...
Devagar,
Tentou se aproximar,
Todo o que mais queria,
Era sua flor tocar...
Quanto mais se aproximava,
Mais a flor perfume exalava,
O seu néctar ofertava,
E sorridente se dava...
Então o beija-flor se aproximou,
Mas um vidro encontrou,
Era a redoma do tempo,
Que o destino formou...
O Lírio e o beija-flor,
Sabiam da sua dor,
Mas nada poderia impedir,
Que vivessem um grande amor...
Mesmo de longe,
O beija-flor olhava,
Mesmo de longe,
A flor se dava...
A redoma que o tempo criou,
Impedia que se tocassem,
Mas jamais impediu,
Que os dois se amassem...
Esta é verdade,
Sobre o Lírio e o beija-flor,
Não há tempo que apague,
Uma verdadeira história de amor...
Final
Aconteceu,
A água escorreu,
O lírio morreu
O cão adormeceu.
Acabou,
O sono da noite
A festa na boate,
E a erva do mate.
Encerrou,
O canto do galo
O miado do gato,
A orquestra do maestro.
Ao fim chegou,
Aquele parágrafo
Os comprimidos do calmante
E, esta poesia.
coroa imperial
lírio-de-natal ou lírio-sangu-salmão
os ramos sustentados por longos estames
reunidos em grande umbela
na ponta de um pecíolo grosso e forte
floresce no verão bem na época do natal
e depois desaparece num suspiro
entra em estado vegetativo
deixando o caule à mostra e solitário
no outono perde as folhas restando a terra firme
e o vaso sem ornamentos
reabre lentamente no fim da primavera
foi meu avô quem a encontrou
em um passeio
numa manhã dominical
de mãos dadas ao acaso
viu no canteiro de um vizinho do bairro
e agachado roubou uma muda
entregou à minha avó
presente de reconcialiação:
a árvore genealógica da família
CORAÇÃO APAIXONADO
De que adianta um lírio,
Se não enxergas a suavidade que ele transmite!
De que adianta o sol,
Se não sabes que o brilho dele é que ilumina sua vida!
De que adianta o mar,
Se não vês no flutuar de suas ondas o seu mistério!
Mulher
Um dia morremos de amor, mas no outro renascemos puras, como um lírio sob a sombra da lua, exalando toda nossa beleza, e perfume de mulher.
Triste lírio do campo
carrega a dor de pétalas arrancadas
perdeu seu encanto
o brilho de jasmim
e agora só lhe resta o pranto.
Perdeu o amor
a púrpura cor
que radiava ao infinito
nada era mais bonito.
Até o perfume que exalava
dissipou-se ao vento
e deixou todo o tormento
de tristes dias a respirar.
Quase sem vida
com pedras às suas pétalas tocar
roubaram-lhe a plenitude
e os sonhos que tinha a desejar.
Não é mais o mesmo lírio do campo
naufragou na vida e no delírio
e ali, encravado ao chão
sucumbido naquele escuro jardim
teve seu triste fim.
CUIDA DE MIM:
Como o lírio que floresce no deserto...
Como jóia resgatada no oceano ...
Como Águia ferida...
Como quem ama sem medida...
Como criança perdida, pedindo socorro...
Porque não sou eu quem escrevo! É a inspiração que fala por si...
Que horas chora e outras sorri;
ao sentir o desejo de partir...
Porque aqui, não é o meu lugar...
Ao me deparar com um mundo:
Onde mentir é mais certo que a própria verdade...
Onde a felicidade é fingida e não vivida...
Onde o que pode mais! É o que ama menos...
Onde o afeto não é doado e sim comprado...
Onde corremos feito loucos, sem saber porque e nem para que...
Pode parecer anormal , mas é natural me sentir ausente; descrente do universo que eu não desejo...
Porque conheci o amor...
A entrega sem retorno...
O sofrimento de resistir,
de reconstruir o que muitos tentaram destruir...
De persistir até conseguir a vitória...
De ir embora sem jamais me despedir...
Porque não sou eu quem escrevo! É a inspiração que fala por si:
Cuida do meu beijo como algo perfeito.
Como guardas o teu leito ao dormir.
Ao sentir a paz afagando o espírito cansado;
molestado pelo engano...
Porque vive em mim a sensibilidade dos poetas:
Que morreram de paixão;
Se doaram a ilusão;
A emoção sem limite;
Ao passado e ao presente;
Porque não sou eu quem escrevo! São palavras da inspiração que vive em mim. E que seja assim, até a eternidade...
NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO
Oh Lírio Santificado,
convosco está o Senhor!
Deste Ventre Imaculado
nascerá O Sol do Amor.
Alegrai-vos, Graça Plena,
por toda vida fiel!
Escutai-me, serena:
sou de Deus, sou Gabriel.
Virginíssima Maria,
no solo de Nazaré!
Não tenhais medo: confia.
A Luz reinará na fé.
Sou de Deus o enviado
para honrar-Vos, Bendita.
em Vós, O Bem aguardado
vencerá a maldade aflita.
Bendito seja este Fruto
gerador de toda Luz:
poreis nEle o nome augusto
de santíssimo Jesus.
Sobre Vós dos Céus Rainha
descerá o Espírito Santo:
toda ventura caminha
ao seu louvor sacrossanto.
Por mais um pouco, descansa.
Cessa a noite, vem o dia:
toda glória da esperança
palpita em vós, ó Maria.
com a pleníssima aurora
da divina anunciação,
sois Santíssima Senhora -
Senhora da Conceição.