Flores
Olho o rio, olho o mar
As rosas
Passam de lá pra cá
Agarro o vento
Sinto a brisa,
Olho o sol a cantar,
chega em mim
Um cheiro,
Tua respiração
Vem em asas da canção
Viajo,
Tua voz é a estrada
Me leva,
Me carrega...
Se você quiser vai ser assim
Nós dois,
Entre flores e jardins !
Já não tenho todo tempo, nem tempo, nem o tempo todo.
Meu tempo é curto, e rápido.
De tantas pedradas recebidas, restou as cicatrizes.
Não preciso de juízes.
O que preciso é de mão e ombro amigo.
Portanto, guarde suas pedras.
Estou tentando plantar flores.
Uma única flor pode transformar uma paisagem
Pode transformar uma atmosfera pesada
Pode trazer colorido e vida ao ambiente
Pode momentaneamente fazer-nos parar
para contemplar o belo na natureza
Para contemplar o poder da criação
Para um encontro com Deus
Uma única flor!!!
Ah, se cada um de nós tivéssemos a mesma disposição e intenção da flor! Certamente nossa vida se transformaria! O mundo também teria mais chance de transformação!
Que bom se pudéssemos fazer "essa diferença "!
Quando for me falar da dureza do amor não me mostre as pedras no caminho nem me mostre os espinhos... mostre-me apenas as flores que brotam sufocadas pelas pedras que o amor encontrou na estrada.
O vento chacoalha a arvore e derruba
as folhas, que deixam ela feia e triste,
para nascer novas folhas e até flores.
As vezes eu sou o vento.
Vejo em teus olhos um rio, sinto a brisa, abraço o mar...navego; teu olhar viaja nos meus. Sinto flores, ventania...vem um cheiro que invade minha alma, acalma minha mente...ouço músicas, tua voz...no ar !
BEM-ME-QUER(O)
De todos os pesares
O mais leve é saber
Que equilibro soluço e canto
Enquanto despenteio flores
bem-me-quer, mal-me-quer
bem-me-quer, mal-me-quer
De todos os panos
Torço e contorço os fios
Para que escorram em minha pálpebra
Encantos de mais uma história
bem-me-quer, mal-me-quer
bem-me-quer, mal-me-quer
Como posso despentear flores
Se em minhas palmas
Cheia de mapas desertos
Eu tenho é dente-de-leão?
bem-me-quer, mal-me-quer
bem-me-quer, mal-me-quer
Se bem me queres
Mal consegues saber
Que bem lhe peço
Ao orixá que tu tanto rogas
Que lhe perdoe
Por ser mais pedra
Do que mar
bem-me-quer, mal-me-quer
bem-me-quer, mal-me-quer
E as minhas pétalas
Que caem tanto quanto os teus fios
Mordem os endereços de nossos abraços
Desertando panos e lençóis de algodão
E as pedras são as mesmas
Ainda que vento só sopre o nunca e nucas
Só se basta o que foi bastante
Seguro em minhas aspas e grito:
bem-lhe-queira, bem-me-quero
bem-me-queira, bem-lhe-quero
Entre ruas desertas, incertas...copos, taças, vinhos...sinto a música que trás teu cheiro, ouço as flores que cantam tua voz !
De tudo do nada que vivemos, me acompanham. São toneladas de querer, sentir...rua vai, ruas vem e não acaba. São noites, dias após dias, anos. Música toca, sorrisos lembram...silêncio marca ! Não há como fugir, escapar...está em tudo: está no rio, no sol, mar...está nas estrelas, no céu, no luar; te encontro nos pássaros, nas flores. Um doce lembra, sorvetes, chocolates...não há como apagar. Mora em mim, faz morada; me segue, persegue em tardes, madrugadas !
Não me ofereça rosas rubras! Não vês a deselegância velada? São as negras que combinam, com a indumentária
do meu coração.
Apaixãoestraga tudo, é como um cavalo pisando o jardim, espalha perfume abundante e exageradamente por toda parte, mas por consequência, mata as flores.
Sejamos assim como o jardineiro, preparemos a terra, coloquemos a semente, reguemos o jardim, e façamos nossas orações para que nasçam plantas lindas, flores, árvores, e um dia, cansados e alquebrados possamos deitar à sombra de uma grande árvore, e em paz, aguardemos o ocaso da vida.
Um coração quebrado não e aquele
um coração ferido não e aquele
mais um coração que bate
e aquele que ainda vive mesmo estando fraco
Quando Cabes Tu, Além do Tempo em Mim
Não sou dos sonhos que se foram,
Quando dos teus olhos abrirem.
Não sou o tempo que se gastou,
Quando da tua pele, os dias se mostrou.
Não sou as flores de outrora,
Quando do teu jardim, o vento arrancou.
Não sou uma história apagada,
Quando dos teus lábios,
Meu nome sempre ecoou.
Não penso no futuro em ti,
Quando do presente, estás dentro de mim.
Não vago por terras e mares,
Quando do teu céu, é o que me faz luzir.
Não corro mundo afora,
Quando do teu corpo, jamais quero sair.
Não me cubro de fantasias,
Quando de doces realidades,
Tu sabes bem me vestir.
Não sou o que nada sentes,
Quando dos meus toques, hás de ansiar.
Não sou amor sem vida,
Quando de tantas e tantas outras vidas,
Eu sei que viemos de lá.
Não sou o que te amas no agora,
Quando cabes tu, além do tempo em mim.
Não sou vida que se apaga,
Quando da tua vida,
Eternamente me fazes sentir.
a vida tem espinhos e tem rosas, resta-nos a esperança de que algumas floresçam no nosso jardim para que possamos colhê-las, e fruir da sua beleza, sonhando sempre com um amanhã mais doce, mais odoroso, mais luminiscente de esperança
Na suavidade das pétalas a amizade se faz cor, delicadeza e perfume, sutilmente acariciando a alma, afagando o coração.
Vida de Escritor é repleta de perdas;
Perde-se a carapuça da vergonha;
Perde-se o casulo da timidez;
Perde-se o freio do devaneio;
Perde-se o temor da acidez;
Vida de Escritor é repleta de ganhos;
Ganha-se um olhar mais atento;
Ganha-se amizade a todo tempo;
Ganha-se cores, flores, amores;
Ganha-se afeto como advento.
Vida de Escritor não é fácil não;
Vida de Escritor é tudo de bom.
Téia Camargo