Flor
Ela é daquelas
Que tem o cabelo ondulado
Estilo aurora boreal
Dos cabelos que escorrem
Pelos teu rosto.
Ela é daquelas
Que tem teus dias de flor
Que tem teus dias de caos.
Ela é daquelas, que o mundo desaba
Mas ela não.
As flores são tão mágicas que, mesmo quando secam, não morrem. Transformam-se em sementes. Serenas, deitam-se sobre a frialdade do solo perfumado e resignadas aguardam a benção do tempo, o milagre do recomeço, a hora de novamente ser flor.
Um dia, o outro vai embora..
Assim sem nem avisar...
Um dia, o outro vai embora
Cansado surrado maltratado
Por um amor jogado fora
Assim sem nem avisar...
Vamos deixando de ser importante
Sorriso parado calado gelado
Olhar pensante distante itinerante
Assim sem nem avisar...
Vamos deixando pra outra hora
Se chamar, perdão minha flor
Um dia, o outro vai embora
Assim sem nem avisar...
Perdendo toda a vontade
Flertar elogiar paquerar
Tudo se torna vaidade
Assim sem nem avisar...
Depois da luta e do consolo
Sabemos que nunca houve esperança
Só a teimosia de um tolo
Assim sem nem avisar...
Quando já passar da hora
Se chamar, perdão inocente flor
Um dia, o outro vai embora
Ganhar seu coração
Seria como um prêmio
Talvez meu maior desejo
Oque me deixa em desespero.
Pois, quero te conquistar a qualquer preço.
Um sentimento que desconheço
Algo que mais parece um tropeço.
Mas por ti me entorpeço.
Torço para que seu coração amoleça.
E Seu amor por mim engrandeça
Já não sei te mereço...
É tão bom acordar sentindo seu cheiro, sua pele... O vento traz consigo o cheiro dos seus cabelos lisos e esvoaçantes... Parece uma flor de tão cheirosa.
Cavalheiros e suas peculiaridades,
de todos
Perverso não é aquele que fere com a espada
e sim aquele que mutila
com uma flor.
Vai pequena cuida de você, seja grande, mesmo que outros não queiram lhe vê vencer.
Vai menina não desanima, se ontem foi tristeza hoje são novas alegrias.
Voa, faz do céu o teu limite, não se prenda ao chão, cria asas em teu coração, viva o agora, seja teu futuro decidido em compreensão.
Posso notar que o fogo da tua alma
é insaciável, que teu olhar é muito atrevido, um atrevimento que costuma revelar-se na madrugada, deixando teus lindos formatos ainda mais em evidência. És bela de fato, tua pele é macia, delicada como as pétalas
de uma flor, tua face é estonteante
e tua essencialidade é acalorada.
Então, um excitante esplendor resumido em poucas palavras.
A flor perfeita é uma coisa rara. Você pode passar a sua vida inteira procurando uma e, ainda assim, não seria uma vida desperdiçada.
Você já viu um girassol?
Trata-se de uma flor amarela, muito grande, que gira sempre em busca do sol. E é
por essa razão que é popularmente chamada de girassol.
Quando uma pequena e frágil semente dessa flor brota em meio a outras plantas,
procura imediatamente pela luz solar. É como se soubesse, instintivamente, que a
claridade e o calor do sol lhe possibilitarão a vida.
E o que aconteceria à flor se a colocássemos em uma redoma bem fechada e escura?
Certamente, em pouco tempo, ela morreria.
Assim como os girassóis, nosso corpo também necessita da luz e do calor solar,
da chuva e da brisa, para nos manter vivos.
Mas não é só o corpo físico que precisa de cuidados para que prossiga firme. O
espírito igualmente necessita da luz divina para manter acesa a chama da
esperança. Precisa do calor do afeto, da brisa da amizade, da chuva de bênçãos
que vem do alto.
Todavia, é necessário que façamos esforços para respirar o ar puro, acima das
circunstâncias desagradáveis que nos envolvem.
Muitos de nós permitimos que os vícios abafem a nossa vontade de buscar a luz, e
definhamos dia-a-dia como uma planta mirrada e sem vida.
Ou, então, nos deixamos enredar nos cipoais da preguiça e do amolentamento e
ficamos a reclamar da sorte sem fazer esforços para sair da situação que nos
desagrada.
É preciso que compreendamos os objetivos traçados por Deus para a elevação de
seus filhos, que somos todos nós.
E para que possamos crescer de acordo com os planos divinos, o criador coloca à
nossa disposição tudo o de que necessitamos.
É o amparo da família, que nos oferece sustentação e segurança em todas as
horas...
A presença dos amigos nos momentos de alegria ou de tristeza a nos amparar os
passos e a nos impulsionar para a frente.
São as possibilidades de aprendizado que surgem a cada instante da caminhada
tornando-nos mais esclarecidos e preparados para decidir qual o melhor caminho a
tomar.
Mas, o que acontece conosco quando nos fechamos na redoma escura da depressão ou
da melancolia e assim permanecemos por vontade própria?
É possível que em pouco tempo nossas forças esmoreçam e não nos permitam sequer
gritar por socorro.
Por essa razão, devemos entender que Deus tem um plano de felicidade para cada
um de nós e que, para alcançá-lo, é preciso que busquemos os recursos
disponíveis.
É preciso que imitemos o girassol. Que busquemos sempre a luz, mesmo que as
trevas insistam em nos envolver.
É preciso buscar o apoio da família nos momentos em que nos sentimos fraquejar.
É preciso rogar o socorro dos verdadeiros amigos quando sentimos as nossas
forças enfraquecendo.
É preciso, acima de tudo, buscar a luz divina que consola e esclarece, ampara e
anima em todas as situações.
VIRGEM MORTA
Lá bem na extrema da floresta virgem,
Onde na praia em flor o mar suspira...
Lá onde geme a brisa do crepúsculo
E mais poesia o arrebol transpira...
Nas horas em que a tarde moribunda
As nuvens roxas desmaiando corta,
No leito mole da molhada areia
Deitem o corpo da beleza morta.
Irmã chorosa a suspirar desfolhe
No seu dormir da laranjeira as flores,
Vistam-na de cetim, e o véu de noiva
Lhe desdobrem da face nos palores.
Vagueie em torno, de saudosas virgens
Errando à noite, a lamentosa turma...
E, entre cânticos de amor e de saudade,
Junto às ondas do mar a virgem durma.
Às brisas da saudade soluçantes
Aí, em tarde misteriosa e bela,
Entregarei as cordas do alaúde
E irei meus sonhos prantear por ela!
Quero eu mesmo de rosa o leito encher-lhe
E de amorosos prantos perfumá-la...
E a essência dos cânticos divinos
No túmulo da virgem derramá-la.
Que importa que ela durma descorada
E velasse o palor a cor do pejo?
Quero a delícia que o amor sonhava
Nos lábios dela pressentir num beijo.
Desbotada coroa do poeta!
Foi ela mesma quem prendeu-te flores!
Ungiu-as no sacrário de seu peito
Inda virgem do alento dos amores!...
Na minha fronte riu de ti, passando,
Dos sepulcros o vento peregrino...
Irei eu mesmo desfolhar-te agora
Da fronte dela no palor divino!...
E contudo eu sonhava! e pressuroso
Da esperança o licor sorvi sedento!
Ai! que tudo passou!... só resta agora
O sorriso de um anjo macilento!
Ó minha amante, minha doce virgem,
Eu não te profanei, tu dormes pura:
No sono do mistério, qual na vida,
Podes sonhar ainda na ventura.
Bem cedo, ao menos, eu serei contigo
— Na dor do coração a morte leio...
Poderei amanhã, talvez, meus lábios
Da irmã dos anjos encostar no seio...
E tu, vida que amei! pelos teus vales
Com ela sonharei eternamente...
Nas noites junto ao mar e no silêncio,
Que das notas enchi da lira ardente!...
Dorme ali minha paz, minha esperança,
Minha sina de amor morreu com ela,
E o gênio do poeta, lira eólia
Que tremia ao alento da donzela!
Qu’esperanças, meu Deus! E o mundo agora
Se inunda em tanto sol no céu da tarde!
Acorda, coração!... Mas no meu peito
Lábio de morte murmurou: — É tarde!
É tarde! e quando o peito estremecia
Sentir-me abandonado e moribundo!?...
É tarde! é tarde! ó ilusões da vida,
Morreu com ela da esperança o mundo!...
No leito virginal de minha noiva
Quero, nas sombras do verão da vida,
Prantear os meus únicos amores,
Das minhas noites a visão perdida...
Quero ali, ao luar, sentir passando
Por alta noite a viração marinha,
E ouvir, bem junto às flores do sepulcro,
Os sonhos de su’alma inocentinha.
E quando a mágoa devorar meu peito...
E quando eu morra de esperar por ela...
Deixai que eu durma ali e que descanse,
Na morte ao menos, sobre o seio dela!
Eu te ofereço com todo meu amor, com a mesma graça, beleza e cor. De uma linda flor.
O exemplo da flor bastará para uma transformação de muito amor. Não importa, jasmim, rosa, cravo, não importa a flor, o importante é que espalhamos as pétalas de nosso amor te amo meu louco amor.
Natureza, deusa do viver
A beleza pura do nascer
Uma flor brilhando a luz do sol
Pescador entre o mar e o anzol
Pensamento tão livre quanto o céu
Imagine um barco de papel
Indo embora para não mais voltar
Indo como que Iemanjá
Quanto tempo leva pra aprender
Que uma flor tem que vida ao nascer
Essa flor brilhando à luz do sol
Pescando entre o mar e o anzol
Shimbalaiê, quando vejo o sol beijando o mar
Shimbalaiê, toda vez que ele vai repousar
Ser capitã desse mundo
Poder rodar sem fronteiras
Viver um ano em segundos
Não achar sonhos besteira
Me encantar com um livro
Que fale sobre a vaidade
Quando mentir for preciso
Poder falar a verdade.
Mas não havia nela miséria humana. É que tinha em si mesma uma certa flor fresca. Pois, por estranho que pareça, ela acreditava. Era apenas fina matéria orgânica. Existia. Só isto. E eu? De mim só se sabe que respiro.
Um homem sem amigos é como um beija-flor sem o néctar: por mais gracioso que aparente ser, por dentro não está nutrido.