Fio
Não estou morto, tenho certeza, porque há um fio de macarrão no chão de ladrilhos verdes. O que acontece após a morte pode ser ruim ou bom, mas não haverá macarrão derramado.
"Vivi anos a fio vestindo verdades que me eram impostas, mas hoje, chegou o momento da minha vida em que o chamamento é muito maior, e os ensinamento de outrora já não me cabem mais. E nesse momento dispo-me de todas velhas crenças absorvidas e por vezes usadas, e as enterro aqui. Atravesso nua para o interior de mim mesma, para encontrar roupagens que preencham não mais o meu corpo físico e sim a minha alma para o caminho de toda uma eternidade".
Título: Moiras
O fio fino da faca afiada cega.
O fio fino da faca afiada fura.
Perfurar fundo no peito não dando chance ao sujeito.
No fio fino o equilibrista tomba.
Com o fim do fino fio a vida se esvai.
Ufa! Foi por um fio!
Infelizmente,
por um fio tudo finda.
Agora é bom
Um movimento de cada vez.
Toma o teu tempo,
Agarra a carne.
Fio de cima abaixo.
E escorre-o a ver onde vai parar.
Lá dentro, como num túmulo, jazem flores vivas
Pétalas vibrantes
Cores desassossegadas
Nutridas por lágrima secas...
Olhos mudos
Garganta fechada.
Só o ar me dá a mão para não deixar fugir esta solidão.
Pinta o chão mas não coloca asfalto, pinta o meio fio nas não faz o reparo na calçada. Queria entender o que passa na cabeça dos gestores.
Pode não estar tudo bem agora mas, eu continuo a me equilibrar no último fio de esperança que ainda me resta.
Ainda que a haja trevas em todos os cantos, um único fio de esperança em Cristo é capaz de iluminar o universo inteiro.
É nesse fio de magia que nos liga a vida que está a beleza de existir, o encanto que nos equilibra entre o etéreo e o profano.
Todo amor tem um fio que descortina a dor, seja na súplica dos oprimidos, ou mesmo no peso do seu próprio temor...
Aquele que tem corpo santo
Da planta do pé ao último fio de cabelo.
Aquele do corpo Santo.
Aquele da unção e perfeito zelo.
Imortal, que nos chama.
O sobrenatural que excede o imaginar.
Os anjos flutuam, andam.
Emergem, submergem.
Estrela da Terra, da água, do ar.
Que a maldade não corrompe.
Oh corpo glorioso.
Não ensoberbe.
Não escarnece.
A cruz santa, Santo poderoso.
Deixa Senhor, entrarmos e não mais sair.
A tua porta.
Teu povo que bate.
Que bobeia o coração sedento.
Mesmo a mente tribulada.
Que não consegue se abrir.
Toque, vibre, sacuda.
És antes o milagre.
És o tudo do porvir.
Te adoramos, com prazer em servir.
Giovane Silva Santos
Quadro de Poeta
Horas, insanas horas.
A fio ,a pavio, não me enxergo, mas eu olho...
Sentimentos que tomam contas,
Me sinto em um quadro quadrado ou redondo...
Pregado na parede, olhando do lado do cômodo, e um relógio que devagar vai girando...
Logo ao amanhecer, nas primeiras horas, vejo a janela clarear...
O reflexo do sol, emite uma luz que não dá para meus olhos enxergar..
Mas sei,
Sei que ela está la fora, e não sei quando vou nela contemplar...
As primaveras passam, os outonos passam, o inverno, se faz presente.
E um verão que está para chegar...
Com o meu eu e o meu coração fixados,
Outra vez,
E outras vezes, contínuo sendo esse, uma mera foto, uma arte, uma ilusão fotográfica...
Minha alma, o meu eu, uma redação em verbos,
Só ainda não sei, se é colorida ou um retrato falado...
Dois inexistentes na parede, a sonhar.....
Autor: Ricardo Melo
O Poeta que Voa
O surfista queria ser feliz na onda do mar, ficou dias à fio esperando por uma boa onda, onda que cativa e põe as pranchas em delírio, até que o horizonte escureceu, o mar amargurou-se e uma onda gigante soltou-se do labirinto, bateu com a praia e não mais voltou; era o tisunami que rompeu com o surfista e o atirou contra as paredes matando o hábito do vem e vai das ondas do azul do mar.
Somos pequenas luzes coloridas
a brilhar num fio invisível chamado vida.
Cada um com com sua cor.
Cada qual com seu brilho.
O Senhor rogou por mim
O diabo pediu para cirandar me como trigo.
Estava eu no fio da navalha.
Intercedido pelo quarto homem da fornalha.
Jesus foi meu amigo.
O perverso acusou me como pedra de tropeço.
Sei que miserável sou e não mereço.
Mas do principio já existia uma obra perfeita.
Cheia de misericórdia e amor genuíno.
De um corpo imundo, do pecado que o diabo deleita.
A justiça ao dono da fé, pelo amor foi feita.
Faz se do arrepender uma nova criatura, o nascer puro menino.
Dou legalidade, dou consentimento.
Dou meu sentir, meu agir e meu pensamento.
De todo coração, sim é a intenção.
Pode provar os rins e esquadrinhar o coração.
Em nome de Jesus, do meu entendimento.
És o santo e verdadeiro caminho a seguir.
Veja este meu escrever a agir.
Em mim venha emergir, do teu coração e teu pensamento.
A lepra do esgoto um dia me consumiu.
O inimigo tripudiou.
De toda culpa me acusou.
O inferno de dor me possuiu.
Grande foi minha angustia e meu clamor.
Tua misericórdia me ouviu.
Tua mão se inclinou.
Do lamaçal de dor me resgatou.
Fruto sou eu, de oração sincera, que lhe serviu.
Temo sim, humilho me a ti.
Jesus, esmero com minha fraqueza.
Reconheço com franqueza.
Aperfeiçoe Senhor, teu Santo Espírito em mim.
Giovane Silva Santos.
19/10/2022 14:54hs.
O que os livros de história nos contaram, gerações a fio, sobre os índios?
Para um texto bem resumido, trago uma reflexão em dois aspectos.
Dentro do olhar capitalista, que os índios são preguiçosos, não gostam de trabalhar. Dormem o dia inteiro e tem uma vida sem responsabilidades.
Dentro do olhar religioso, um povo pagão, que não conhecia a Deus e não rezava a doutrina católica. E precisava ser catequizado.
Isso ainda perdura pelo Brasil afora.
Reforçado ainda mais por falas excludentes e escrotas a que ouvimos nos últimos tempos.
Mas, quem são os índios?
Debruçar-se sobre eles é debruçar-se sobre o aprendizado da contemplação e do respeito à natureza em todas as suas formas e manifestações.
Onde os índios colocaram os pés, vemos o uso da terra com responsabilidade porque sabem que todo contexto natureza tem interligações de seres em equilíbrio.
A contaminação se dá quando os povos que por aqui atracaram, carregados de seus apetrechos consumistas, diminuíram os povos que aqui já estavam numa referência de posses, considerando os índios como primitivos, de valores insignificantes.
O que vemos, hoje, é a continua tentativa de diminuição da cultura, dos conhecimentos práticos e da religiosidade concreta desses povos pelos direitos à terra e à vida que lhes foi roubada.
Os índios sabem que a vida tem uma curta duração e que não adianta acumular bens e riquezas, porque tudo fica aqui quando partem.
E que é mais rico quem faz a passagem integrado numa mística de reencontro com a divindade que tudo criou e confiou, à criatura, a responsabilidade de cuidar e proteger.
Os índios preservam a natureza.
O homem branco,
e branco no sentido de pensamento e não cor de pele, ganancioso que é,
destrói tudo por onde passa.
É isso!
Penso eu !!
Quem precisa recetar o seu "Eu ", é porque perdeu o fio condutor da sua verdade interna.
Simone Vercosa .
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