Fio
Nunca me perder da rota
do seu coração onde
o fio guia e corta a Polenta,
Por transmissão de pensamento
sabemos que isso é o poema,
O restante é por nossa conta
com uma ajudinha do destino
para o amor orientar o caminho.
Um fio
se liga
a outro, diz
o eletricista.
Uma palavra
se liga
a outra,
diz o poeta.
Um dia
se liga
a uma noite
e uma noite
se liga
a um dia.
É assim -
nos ensina
a poesia.
Sabem
o eletricista
e o poeta
que a luz
se projeta
com o fio. Mas com
palavras, desconfiam.
Shin, shin, shin,
Este é o som do fio de seda
Passando no tear
Para a tecelã criar
Um novo quimono para Amaterasu.
Amaterasu é deusa do Sol
Senhora do povo Nihon, Japonês.
Filha de Izanagi
E irmã de Suzanoo
Amaterasu é a grande,
O fruto de sua descendência
É o imperador do Japão.
Shin, shin, shin,
A tecelã não para.
Cada quimono feito
É um dia na terra do sol nascente.
Se a tecelã produz um quimono azul
O Japão tera céu aberto e dia quente.
Se a tecelã produz um quimono branco
A neve cairá do céu.
Se a tecelã produz um quimono chumbo
A chuva assolará o Império.
São três tecelãs dia e noite no tear
Para fazer o quimono do dia
Para Amaterasu usar.
Shin, shin, shin,
Amaterasu escuta o tear
Mas de repente ele para
E um estrondo ecoa na gruta.
A deusa corre até sua tecelã mais amada
E a vê atravessada pela lança do tear.
Foi Suzanoo quem fez isto
Foi Suzanoo que matou um precioso cavalo
E arremessou o pesado cadaver sobre o tear.
Ouve-se um suspiro cheio de angústia
Atingida pelos destroços
A tecelã fecha os olhos e nunca mais os abre.
SUZANOO! PORQUE MATASTE MINHA SERVA?!
Amaterasu pergunta
Mas nenhuma palavra vem.
Suzanoo sabe a maldade que fez.
Amaterasu sabe mesmo sem resposta
Que Suzanoo tentava vencer uma velha disputa.
Mas Amaterasu não leva o gesto
Como apenas uma brincadeira de irmãos.
Amaterasu se sente profundamente infeliz
Diante da morte de uma pessoa tão querida.
Na alvorada ela se despede do céu
Mas isto está errado
Pois ela é o sol do Japão
E tem de vir no dia.
Mas não vem.
Amaterasu se fecha em sua gruta
E de lá não sai.
No fundo da gélida caverna
Ela não mais ouve os Deuses a chamarem
Mas eles a chamam.
Sem Amaterasu o arrozal congelou.
Sem Amaterasu o filhote da raposa nasceu morto.
Sem Amaterasu a mulher da aldeia
Não teve leite para amamentar seus filhos.
Sem Amaterasu o pescador não consegue os peixes.
Amaterasu é o sol
E sem o sol o Japão morre.
Os Deuses e Deusas eram muitos
Mas todos absolutamente dependentes de Amaterasu.
Eles se organizaram em um plano.
O deus Omoikane que era sábio até no escuro
Apontou a direção do esconderijo
E assim os Deuses se reuniram na entrada da gruta
Levando um espelho cada.
Uzume é a Deusa da Alegria, é a amiga de Amaterasu.
Uzume foi diante da gruta e Diante dos Deuses
E com seu quimono verde
Ela rebolou zombeteira
E fez caretas
E contou anedotas.
Os Deuses eram muito sérios
Mas Diante de Uzume não puderam sustentar carrancas.
Todos cairam em estrondosas gargalhadas.
Amaterasu ouviu a zoada
E ficou muito incomodada.
QUEM É QUE SE ATREVE A FAZER PATIFARIAS NA MINHA PORTA?
Amaterasu sai indignada
Mas quando se depara com Uzume torta
Fazendo deboches
Ela sorri e sem poder evitar, ri,
Neste momento todos os Deuses viram seus espelhos
Na direção de Amaterasu
E ela se vê nos muitos reflexos.
E ela se vê sorridente.
E ela se vê bonita.
Os Deuses conseguem assim apaziguar a Deusa maior
E ela veste seu quimono do dia
E sai da gruta rumo ao céu
Onde se acende em grande farol.
Onde se acende do Japão o Sol.
Shin, shin, shin,
Este é o som do tear das duas tecelãs
Que neste exato momento
Estão a tecer e costurar
O quimono para Amaterasu usar
No céu do Japão
No dia de amanhã.
天照大神
As vezes a solidão traz mais contentamento do que dias a fio nos banquetes entre o luxo e a riqueza.
A saudade é como carne no dente, incomoda, deixa um gosto bom, quando desgruda após o fio dental, permite que outras coisas se firmem, não para desgrudar como ela, mas para deixar aroma de bom ar bocal.
"De que adianta ver textos e mais textos por horas a fio se não conseguimos compreender uma só frase."
E o velho retirante se coloca a caminhar,
Na busca por um fio do passado a restaurar,
Passado em que sentiu orgulho de viver,
Viveu e assumiu paixões no entardecer,
Sem medo do escuro dominar sua clareza,
Usou toda a artimanha era o rei da esperteza,
Não detinha um centavo, mas foi o mestre da nobreza.
UM FIO APENAS...
Há um fino fio a segurar o amor de minha vida...
Tão tênue quanto o amanhã _ Anseia e apavora
Nada ampara. Nada jura. É emaranhar de dúvida
E meu Deus, este "talvez" consome e devora!
E apesar desta perplexidade, vive,fiel a si mesmo
Alheio à indiferença constante, má e impiedosa
Num acalento de doçuras, ao vento e a esmo...
Sentimento que sangra ao espinho.Cuida a rosa.
É insubmisso. Acalenta, só, toda a larga devoção
Enquanto voam gaivotas sobre um mar de sonhos
Tortura a alma. Desejos da voz, do toque_ Canção!
E os dias, voam loucos de encontro à cousa alguma
Tempestades de saudades arrastam todos os risos
Um fio de seda à sustentar,só, um mundo de ternura.
Elisa Salles
( Direitos autorais reservados)
É preciso olhar a flor dias a fio até enxergá-la.
Não é uma tarefa fácil.
Olhar a flor e ver a flor é um exercício da alma.
Sou Zungueira
Todos os dias levanto cedo para buscar sustento.
Fico horas a fio diante de um sol ardente na busca de clientes, na rua por vezes sou maltratada, mas não desisto porque é tudo pela minha família.
Sou Zungueira
Todos os dias é uma nova batalha, a vida não é fácil pra mim, não foi o caminho que eu escolhi e se tivesse uma oportunidade faria algo diferente.
Sou Zungueira
Nas costas carrego uma criança e na cabeça uma pesada banheira , não é fácil olhar para os meus filhos e saber que não tenho como os alimentar, porque hoje o negócio não correu bem.
Sou Zungueira
A zunga é o meu negócio, negócio digno, tenho bocas para alimentar e renda para pagar, só peço que me deixem trabalhar.
Sou zungueira
Sou mãe, sou trabalhadora, sou guerreira e acima de tudo sou humana, não mereço morrer, mereço respeito.
O que não lhe disse [Part2]
Meses a fio aqui te segurando para nunca caíres, te agarrando para não fugires, foste me escapando de entre os meus finos dedos
Não sei onde te perdi ou se alguma vez te tive
O que sei é que a tua ida abriu um buraco em meu peito
Um vazio sem igual que me invade
Uma agonia tão intensa que me consome a "alma"
A dor que sufoca de saber que nunca mais te verei, que nunca mais escutarei tua voz ou lerei uma mensagem tua
A falta que sentirei das madrugadas tomando café, olhando a lua desaparecendo, o sol raiando e aquelas doces conversas contigo
A falta que sentirei das pequenas chamadas, de quando fechava os olhos escutando tua voz em meu ouvido te sentia mesmo ali do meu lado
Parece que ainda não aceitei tua ida, tua ausência
Ainda olho a caixa de entrada esperando uma mensagem tua
Ainda espero que voltes e me chames para conversar como antes
Que me fales dos teus dias, problemas, conquistas, gostos, desgostos
Mas eu sei que não irá acontecer e é isso que dói, saber que nunca mais te terei ali
Eu sei que vou conseguir superar a tua ida
Não sei quando mas sei que conseguirei, afinal já estou acostumada a isto, ser "abandonada" por quem gosto
Esquecer nunca te esquecerei..
TERCEIRO HEXÁSTICO
vida de infinda busca eterna
venturosa… enigmática… é
fio de navalha… é mágica
nada quer do morto passado
nada espera do futuro
dela sabe-se só o presente
"Hoje eu sou o adubo do meu fio. O que escolherá entre sucumbir na lama ou fundir-se à semente, reiniciando o ciclo constante. Que Deus se apiede de mim e me socorra na pintura dessa imagem. Inspiração para as cores, é disso que preciso. Também dizer adeus ao que eu penso saber. Limpar-me e deixar-me livre para que me seja enviada a inspiração do mais divino de mim. E me preencha de mim. A sabedoria ao buscar o pincel mais fino, a tela mais suave e clara. A resistência à sufocação das tintas. A moldura mais perfeita. A adequação ao expor a consistência de um fio retocado. Pelas sábias mãos da vida".
Em meus pensamentos uma invasão desordeira sem gestão e livre, inflama este fio de amor em discrição, meu riso silencioso escapa e me compromete: Enigma em ventos de observação não se rir.
Acredito que o maior de todos os Deus é o tempo, no presente por um fio avança ao futuro num piscar de olhos e não volta mais. Eis o nosso maior professor, que nos mostra o quão momentos desprezados hoje podem nos faltar e causar dor e frustração no amanhã, nos mostra o quando devemos abusar da humildade hoje para colher sabedoria amanhã, nos mostra que apesar das dores do hoje e de ontem existirá um amanhã repleto de novas esperanças, nos mostra que as lições da vida e tempo são eternas, e oque somos e aprendemos com elas não se dissipa não se desfaz ou vai embora. Ele o senhor das eras, o tempo, que humilde nos trás as boas novas de cada dia, e por que não os dias difíceis? Nos faz recordar do melhor que já fomos para que nunca , jamais nos esqueçamos do nosso caminho e propósito nesta curta passagem pela vida, ele o senhor tempo que é capaz de transformar um mísero segundo em uma eternidade, nos mostrando que cada pedacinho daquilo que fomos, somos e poderemos ser permanecerá intacto a ele, e com humildade aprenderemos pela dor, amor ou sabedoria que não importa se é um segundo , uma hora ou um dia , nosso tempo tem validade, nossa existência depende do tempo, mas não nos assustemos, façamos do tempo nosso maior mestre, pois tolos nascem a todo segundo, os sábios levam uma vida porém com humildade perduram para sempre, não mais nesse plano, não mais nesse mundo mas nos incontáveis mundos e corações alheios. Se um dia quiseres viver mais tempo, ou viver para sempre, antes se pergunte, oque de tão grandioso fizestes para merecer tal dom divino?.
Eu sou aquela mancha na roupa colorida, aquela gota gelada em um banho quente, aquele fio rebelde de cabelo que insiste em ficar em pé... Solitária em tantos termos, por muitas vezes me senti assim... sozinha, me julguei e me culpei e ás vezes ainda me culpo. Mas será mesmo que a culpa é minha? Amar sozinha, ser amiga sozinha...
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