Finjo
Às vezes eu finjo acreditar, só para não tirar o gosto da sua boca de achar que estou sendo embrulhado para presente.
Hoje eu me sinto bem,
Tenho tudo que eu preciso
Pra quem acha que me engana,
Só finjo que acredito
Mas já sei que o tempo não volta,
Sigo cultivando o sorriso
Só minha família me ama
Fora isso, eu duvido
Gosto de gente que insiste em mim, que me enxerga sim onde finjo não.
Gente que me vê bonita pelo avesso.
O Poeta
O Pessoa disse que o poeta
é um fingidor, e sim, eu sou!
Eu finjo meu amor, finjo histórias
e escondo a minha dor.
O poeta reclama, grita, briga
nunca chora!
O poeta mente, é irônico
e sempre se isola.
Dizem que o poeta é
desumano.
Outra característica que
que apenas lhe torna
mais humano.
"As vezes me finjo de idiota, para não prejudicar quem se finje de esperto perto de mim, pois todos merecem um momento de gloria."
Eu finjo ser forte, eu finjo que não me importo, mas a verdade é que você é muito importante pra mim, e eu não conseguiria parar de me importar.
Vou te cantar esta canção.
Quando canto eu penso em ti.
Quando finjo que beijo ao olhar o meu reflexo no espelho eu penso em ti.
Quando eu danço sozinha, eu penso em tuas mãos me afagando,
Penso que me agarras para eu não fugir e cantas-me baixinho a minha canção, a canção que fiz para ti.
Como um murmúrios de amor que almejam em ti.
Quando caio no meu leito,
Penso em ti, ansiando o ímpeto dos teus braços.
Eu penso em ti.
Quando miro o sol, penso em ti,
que estás ao meu lado, aspirando comigo, sonhos idênticos
E sentes o calor que me aquece o coração.
Mas, quando deixo de cantar, eu penso em mim!
Quando acordo desta ilusão, vejo que não passa de uma louca paixão.
Repleta de egoísmo e do revigoro da rejeição.
Então recomeço a cantar, mas para quem ainda não me amou.
Para quem ainda não me olhou, para quem ainda não me encontrou.
Mas persisto em cantar, como um cântico da flauta.
Ate chegar ao coração do meu amor, aquele que me há-de pertencer por direito.
E olho esta canção como o fim. E como o derradeiro de ti, como uma despedida,
do que nunca vi em ti
Do amor que nunca senti.
Esta canção passará a ser para um vindouro amor, a nova letra da minha canção.
O endereço certo e límpido do meu coração.
"Finjo o tempo todo, rio, sou alegre, dispersivo, com aquele brilho superficial e ridículo. E em cada fim de noite me sinto um lixo. Há tempos estou vivendo uma historia-de-amor-impossível que rebenta a saúde: sei que não dá pé de jeito nenhum e não consigo me libertar, esquecer — estou completamente fixado nessa pessoa, vivo todas as horas do dia em função de encontrá-la, à noite. E insuportável. Sei que estou me autodestruindo, mas isso já não me assusta: penso se não será melhor afundar, afundar até acabar numa clínica."
(Mas finjo ser adulto, digo coisas falsamente sábias, faço caras sérias, responsáveis. Engano, mistifico. Disfarso essa sede de ti, meu amor que nunca veio - virá? viria? - e minto não, já não preciso). Preciso sim, preciso tanto. Alguém que me aceite tanto meus sonos demorados quanto minhas insônias insuportáveis. Que me desperte com um beijo, abra a janela para o sol ou a penumbra. Tanto faz, e sem dizer nada me diga o tempo inteiro alguma coisa.
Finjo não me importar, renego a vontade de te procurar. Engano-me. Cansei de mim, mas nunca canso de mentir que cansei de ti. Iludo-me.
Às vezes você esquece
O que eu finjo esquecer
Mas pra mim é difícil
Eu não consigo entender
Entre outras pessoas
É tão natural
Por que será que comigo
Não pode ser igual...
Fecho os olhos, e fim – finjo não, já não preciso. Preciso sim, preciso tanto. Alguém que toque fundo, que derrame o amor sobre mim. Que queira sorrir, tocar, sentir. E vez ou outra diga baixinho: eu sou teu outro-você e quero adoçar tua vida, meu amor. Ah, imenso amor desconhecido. Te quero tanto, te preciso tanto. Finjo um futuro e invento tudo só pra te sentir mais perto. Sem lonjuras, sem distancias, bem juntinho: euevocê. Como se nada mais no mundo importasse, como se nada mais no mundo fosse tão. Ou mesmo perfeito, por assim dizer.