Final
Usar reticências no fim não é muito adequado quando se quer realmente um ponto final, então seja cavalheiro comigo, do jeito que me abriu a sua porta feche, não a deixe encostada quando você na verdade não está mais lá para me receber...
Primeiro Sentir.
No início termina, no fim começa. O começo sela o final. Descobre-se no primeiro contato a luz irradiada do certo, se for o certo mesmo. O certo lírico, o certo que reflete a sua vontade emulsificada pelos olhos. Não que termine transbordado em lágrimas, nem sempre. Se faz o final no início pela atração e pelo fôlego que foge e, ao tentar alcançá-lo é ai que o perdemos mais ainda, é mais rápido e rebelde, não preocupa com o nosso bem-estar e nos leva a exaustão de tanto puxar o ar comprimido que se esconde do coração e não mostra sua cara, leva-o ao desespero e ao medo de não sobreviver, por isso aperta firme, com as mãos, a garganta, a fim de se segurar e não cair na mentira. Tecendo os panos dos dias, com cuidado de anjo. Se entregar é deixar a carcaça ir e a sua alma ficar, pois esta é perdida do controle próprio e passa a ser cuidada pelo surreal que é a confiança depositada na leveza do outro. Um outro que é apenas outro. Outro simples, nada complicado, normal. Com suor nas veias e sangue na pele. De boca que beija e braços que se apertam. De olhos que se fazem no horizonte esbelto e claro. Das mãos que no frio aquecem suas bochechas, pois põem-se a perder calor, esforçadas a estarem sempre largas para namorarem escondidas o seu sorriso. Outro igual, de defeitos bons. Defeitos que procuram sentar, escutar e aprender com nossas qualidades e vice-versa. Por isso da certo, é gostoso. É no meio que tem infância, descobrimento, que tem ousadia. No meio retrocede, se faz adulto por fora, perde a maldade por dentro criança. Conhece a paz apresentada pela sua voz baixinha, docinha e meiguinha. A saudade dos momentos em que se sentam e sentem o gosto da fruta de só estar perto. A angústia da distância que se conhece da vontade, não de correr, mas sim de chorar, para poder escorregar e chegar mais rápido ao outro, mesmo se no caminho rasgasse a pele. Junto na caminhada o desejo incendiário, de chamas ardentes de carne. A vontade de não querer, mas ao mesmo tempo permanecer. O desistir quer entendimento e sempre quer trazer sua aliada, a tristeza, mostram a ilusão que é desistir. Abaixam a cabeça, afogam os olhos e desabam os lábios, tudo com muita força, crueldade e cheiro de morte. Por isso desistir nunca deve caminhar e sim correr para bem longe. O encanto desperta a admiração, trás o respeito, acalma a paciência, apoia a verdade. Todos querem estar perfeitamente juntos com o encanto. O encanto ao ir embora, o riso dos demais segue-o, deixa a lembrança dos problemas de cada um. No final só começa porque não há mais nada para viver.
Estou sempre o vendo e filmando-o seus atos para que no juízo final você mesmo possa o julgar-se de seus pecados.
Final
Aconteceu,
A água escorreu,
O lírio morreu
O cão adormeceu.
Acabou,
O sono da noite
A festa na boate,
E a erva do mate.
Encerrou,
O canto do galo
O miado do gato,
A orquestra do maestro.
Ao fim chegou,
Aquele parágrafo
Os comprimidos do calmante
E, esta poesia.
Espero no tempo o meu final feliz, vou vivendo de modo meio irrelevante. O simples tanto faz como tanto fez tem definido o meu estado crítico no momento. Procuro as palavras certas olhando as estrelas de um céu escuro em noites frias. Faz tanto tempo que no meu mundo algo se perdeu. O vento me traz a sensação de que os dias parecem não ter mais fim. Eu quero acreditar que um dia vai ser diferente que tudo mudou. Continuo igual, vendo que até os pássaros tem companhias todas as manhãs, e permaneço ainda que invisível, sendo talvez uma pedra no caminho de alguém. Anseio por um coração restaurado, por uma alma lavada em sentimentos ardentes de amor. É a triste situação de um cego procurando luz no paraíso, sendo forte na fraqueza. Lanço minha ansiedade em prantos aos pés do pai, implorando a ele o conforto de seu colo, e pedindo á ele o tal do bom ânimo quando tudo tem parecido perdido ou em vão. Um sorriso, ele então encaixa em meus lábios, e caminhando ainda estou fazendo tudo da maneira mais bonita que sei. Quando caio em desespero fatal, há algo que sempre me faz olhar da janela do meu quarto o mais alto céu e me diz: Não sabes que criei toda a terra e em mim lançastes os teus anseios, filha minha? Não entendes que o meu melhor ainda está por vim em tua vida? Porque não tens de bom ânimo, doce cordeiro? Morri por ti, e foste lavada com o meu sangue, eu te amo, o mal não te tocará, eres luz quando tudo pra você parece escuridão. Não te aflige diante de qualquer problema porque eu estou contigo.
E vou seguindo a minha vida,com outras coisas,outras preocupações,outros amores,mas no final é sempre com você que eu gostaria de estar.
Humildade... No final vamos todos a sete palmos abaixo da superfície. A morte não tá nem aí pra beleza ou pro dinheiro de vocês.
Histórias fictícias sempre acabam em final feliz – ou pelo menos deveriam acabar. E na vida real, nós também queremos ter esse final feliz tão esperado, certo?
Não. Pelo menos eu não quero ter um final feliz. Final feliz só acontece nos últimos minutos de uma história. Isso é final. Um fim.
De que adianta passar a vida toda sofrendo, lutando, pra quando chegar no seu último minuto em cena nesse teatro que se chama vida, ter um final feliz? Compensa? Sinceramente, creio que não.
Eu não quero final feliz e nem desejo isso pra ninguém.
Eu quero ter uma vida de alegrias, felicidades, mas também de lutas, pois são elas que fazem a vida valer à pena. O gosto da vitória sempre compensa o amargo das derrotas, o suor derramado. Compensa sim. O que eu não quero, é que essa tão sonhada vitória chegue aos quarenta e cinco do segundo tempo. De que isso vai adiantar? Com quem vou ter tempo pra compartilhar essa vitória? A quem vou falar que toda lágrima derramada e toda luta valeu a pena?
Final feliz? Se for pra ser feliz no final, desculpa: eu dispenso.
Desembesto num cavalo selvagem. Eu não o domo. Ele não me põe medo. Ao final sinto que sorrimos um para o outro, num gesto de hombridade.
ATÉ O FINAL
No começo eu tentava te fazer me amar,
Mas agora estamos juntos e posso confessar
Eu não gosto de cinema, eu nao sei cozinhar
Nunca fui tão cavalheiro, eu jurei nunca casar
A carta que mandei não fui eu que escrevi
E o poema que te recitei num livro eu li
Não sou bom de futebol e por você já chorei
Mas é de verdade estou te amando e me apaixonei
O doce do seu beijo enfeitiçou meu coração
Vivo noite e dia numa nuvem de paixão,
Nunca vou te fazer sofrer, não quero seu mal,
Vem meu anjo, sigo com você até o final,
Até o final
Eu já chorei sozinho quando a gente brigou
E confesso sou ciumento e sempre escondo minha dor
As datas importantes vivo sempre a esquecer
Machuquei muitas mulheres procurando você
O dia final que não esperamos de jeito nenhum pode chegar a qualquer momento, mas não o queremos, nunca o desejamos, mas ele insiste em um dia aparecer. O dia final que não queremos, desejamos ou esperamos, chega sempre no momento em que tudo parecia melhor em nossas vidas. As pessoas quando sentem o dia se aproximando exclamam: Mas justo agora que eu estava me sentindo tão feliz! Mas talvez, deixemos sempre para depois viver a felicidade e se demoramos demais, o dia final chega sem chance de mudar e nos leva embora sem chance de ser feliz em outro momento. O momento de viver e ser feliz é sempre o hoje. Não deixe para amanhã o seu momento de ser feliz, seja feliz agora mesmo.
08/09/10
E então, sobrepujando antigos sentimentos
em uma tarde ensolarada de final de inverno,
percebi que meu olhar já não brilhava ao ver
ou o meu coração já não dava cambalhotas
e as borboletas no estômago tinham se aquietado.
Aquela imensa admiração, os pequenos detalhes,
tudo que me fazia delirar ou entrar em êxtase...
Nada mais!