Finais
Sei que algumas coisas simplesmente se vão, e ninguém vai perceber o quanto as partidas me fazem sofrer, também sei que depois de um tempo estarei sozinho outra vez, abraçado ao sentimento de tristeza que me tornará uma pessoa mais cansada e menos sentimental. Já não espero que voltem, porque ouvir alguém dizer com gestos que tudo o que eu fiz foi uma fase que será apagada, são palavras não ditas que agridem e me calam. Não espero que alguém me estenda a mão em uma tarde nublada, me puxe pra longe da sombra e diga que sentiu saudade. Não. Eu não espero. Apenas vivo acreditando que sou forte o suficiente pra viver normalmente apesar de todos esses finais inesperados. Mesmo que eu não seja.
Tem dias em que tudo se encaixa, como no momento das peças finais dos quebra-cabeças, e tem aqueles em que tudo se desencaixa numa aflição tonta de não haver sentido nem paz, amor, futuro ou coisa alguma. Tem dias que nenhum beijo mata a fome enorme de outra coisa que seria mais (e sempre menos) que um beijo. Mas tem aqueles outros, quando um vento súbito e simples entrando pela janela aberta do carro para bater nos teus cabelos parece melhor que o mais demorado e sincero dos beijos. Precisamos dos beijos, precisamos dos ventos. Tem dias de abençoar, dias de amaldiçoar. E cada um é tantos dentro do um só que vê e adjetiva o de fora que escapa, tão completamente só no seu jeito intransferível de ver.
Olho pra tudo que eu fiz e vejo que eu coloquei tantos pontos finais nessa história que esses pontos deixaram de ser finais e se transformaram em três pontinhos. Mas não há nada depois deles porque você resolveu não voltar mais. A nossa história não teve fim. Agora só tem um vazio. E eu nunca vou saber até onde a gente podia ter escrito juntos. Eu nunca vou saber, e você já não se importa.
Soube que te amava, não quando te quis pra toda vida mas quando te queria em todos os meus finais de dia. Pra te ouvir mesmo cansada, pra te esperar acordada, pra ter e receber o colo que só a gente sabia se dar. Refletir o presente, ser encaixe perfeito, repouso e divã. Soube que te amava por de repente me ver carregar suas dores e tornar meus os seus conflitos sem ao menos sentir o peso deles. Percebi que era amor pelo jeito que você me fazia rir. Não das suas piadas mal contadas, mas da sua forma de ver a vida, serena e traduzível.
Só a gente sabe a força do nosso sentimento
E todo recomeço duvida dos pontos finais.
Para quem só perde o sono pelo seu sonho,
É sempre cedo dizer que é tarde demais.
Para que a história possa continuar você precisa colocar uns pontos finais e virar páginas, mesmo que esteja amando algum capítulo.
Para aqueles que vivem de finais de semana
"E agora José?
O carnaval acabou
A felicidade se foi
O final de semana passou
E a segunda chegou.
Sua angústia se apresenta
Covarde de sua existência
Vive amargurado por vender sua força de trabalho
Nunca serás homem
Tampouco mulher
Serás sempre escravo
Tanto de si quanto dos outros
Pois inerte em festinhas e baladas
Se perde na ilusão de suas próprias mentiras".
Ciclos. Começos e finais. Recomeços. Se tem uma coisa que é certa nessa vida é a impermanência. E que delícia a gente poder fazer da nossa vida uma página em branco, pronta para ser escrita, colorida, rascunhada. Afinal, viver é isso: tentativa e erro. É movimento. É experimento.
As verdadeiras historias de amor nao existe finais tristes ou felizes,porque elas nao tem finais, porque elas sempre sao eternas, mesmo que nas idas e voltas ou em outras dimensões.
O curioso é que ontem éramos apenas crianças
Brincando de soldados
Sonhando sonhos com finais felizes.
Quando o Flamengo perdia, eu cantei o mais alto que consegui, até nos segundos finais do jogo quando estávamos com o placar da desclassificação, mas não cantei por esperança, é porque eu amo esse clube mesmo!
Ela sabia que havia diferença entre os finais felizes e os finais necessários, mas ainda assim insistia em acreditar que, do seu jeito torto, devagar, e cheio de ilusões, era capaz de modificar a realidade e enxergar felicidade nas circunstancias miúdas, muitas vezes esquecidas e despercebidas. Ela apostava mais na doçura que na amargura, e tinha uma fé inabalável de que, mesmo que seu caminho estivesse mais nublado que ensolarado, Deus sussurrava em seu ouvido: “não desista, menina!”
Ela não fingia ser assim. Nem tampouco se esforçava. Tinha nascido poesia, e se encantava com pequenos galanteios, letras de música falando de saudade, versos de Caio Fernando Abreu num livro antigo e cheiro de café numa livraria charmosa. Não sabia guardar rancor, se esforçava para se desapegar daqueles que a rejeitavam e rascunhava sonhos num caderno doado.
Ela acostumou-se a ser poesia, a enxergar poemas, a extrair delicadezas, a desejar gentilezas. E acabou calculando errado. Na sua mente tão congestionada, permitiu que ele, tão frio e errado, ali fizesse morada. Dentro do seu coração generoso, não cabiam dúvidas e divagações. E por isso ela insistia em ver nele versos que ele nunca soube ler. Ela teimava em ouvir dele poemas que ele nunca quis recitar. Ela esperava dele danças que ele nunca ousou convida-la para dançar. Ela dançava sozinha, escutando em seu ouvido canções que ela jurava que ele havia composto para eles, mas era tudo fruto de sua imaginação, de seu encanto pela vida, de sua alma colecionadora de ilusões.
Um dia ela acordou e percebeu que talvez a felicidade também tivesse a ver com pontos finais. Que estava na hora de guardar seu amor por dentro e direcionar seu afeto para si mesma. Começou a entender que não era fácil desistir dele, porque, mais do que ama-lo, amava a sensação que ama-lo lhe provocava. Devagar descobriu que poderia fazer poesia do vazio e das esperas. E que, em algum lugar, não muito longe dali, haveria um menino poema como ela, capaz de lembra-la todos os dias que é preciso força e coragem para insistir na doçura num mundo cheio de amargura…
— Fabíola Simões
É histórias são legais, mas ser um personagem de pele e osso deve ser bem melhor, com finais felizes ou não, mas foda-se os finais! Nunca tem fim o que tem é uma próxima. Historias esgotada sim, mas sem fim porque elas ficaram na lembrança com menos ou mais valor...
Encontros e desencontros; começos e recomeços; inícios e finais. A vida se constitui assim. Faz parte do ciclo. Mas, tudo se renova, se reinicia, se recicla. Não deixe que as sombras do passado escureçam as suas chances de ser feliz (de novo, de novo e de novo). Deixe fluir.