Finais
Triste era ter que conviver com a coincidência rotineira dos finais de tarde, quando ia embora para casa depois de dias longos — e todos eram. Era sempre pôr-do-sol.
— É quando a gente se sente mais solitário do que nunca.
Essa era a explicação de Aurora. Mas o que eu acredito é que ela era uma pessoa realmente solitária, independente dos ponteiros do relógio e da posição do sol. Se apegava à qualquer chance de bater um papo com algum dos colegas de trabalho, mas o que me parece é que por lá ela não era das mais interessantes para conversar.
Se segurava firme ao ver o tom alaranjado do céu quando o sol ia se despedindo. Há algumas estações, esse era o seu momento preferido de todo o dia. Os pôres-do-sol eram seus bons acompanhantes. O sol continua indo embora ao final de cada dia, mas ela, essa menina de quem falo, parece ter tomado um rumo inesperado até por ela própria.
Em um de seus piores dias, olhou para o céu ao cantarolar suas velhas canções tolas e apreciou melancolicamente a revoada que, assim como ela, atravessava as ruas da grande cidade ao final de mais um dia de trabalho. Desejou ser um deles. Parou em meio à calçada, e mirou com seus olhos ingênuos seus próprios pés. Por que diabos eles tinham de ser mais como raízes do que como asas?! Era justo, meu Deus? Era justo que essa menina, tão pequena e leve como pássaro e tão sutilmente grande em sua essência, fosse privada de voar? Estava fatigada da calçada dura e fria sob os seus pés. Queria mesmo era o vento forte arrastando seus cabelos vermelhos e machucando com carinho a sua pele cheia de sardas. Onde é que estava as asas dessa menina, quando o que ela mais precisava era voar para longe? Por qual trilha imunda haveria de ter caído suas penas, afinal?
E em invernos mais amenos, Aurora tinha descoberto que, se andasse com certa pressa, olhando as nuvens ao invés do chão, poderia ter a sensação de voar. Sua descoberta, porém, fora útil apenas por alguns segundos, já que a menina tinha pavor de não saber onde pisava. Era por isso que sempre mirava o chão. Era por isso que tinha aquela postura cabisbaixa tão questionável — não era tristeza, como diziam. Era medo. Medo de cair.
Tola! Mas que menina tola! Era por isso que não tinha asas. Era por isso que não podia voar junto dos pássaros que sobrevoavam sua cabeça a cada dia. Não é permitido se deixar levar pelo medo quando a ambição é tão grande como voar. Ah, se tivesse apressado os passos, se tivesse aberto os braços e mirado as nuvens… menina, você teria voado para longe! Você teria virado pássaro.
Quem quiser medir o sucesso de minhas investidas, faça-o não a partir dos resultados finais, mas do prazer que os percursos me proporcionam.
As comunidades indígenas brasileiras nos anos finais do seculo XX e início do XXI, ganham foco por uma série de trabalhos do audiovisual, sejam eles curtas e documentários patrocinados pela ANCINE e verbas de incentivo a cultura. Infelizmente, os personagens principais continuam invisíveis, como se fossem da mesma substancia cognitiva das arvores que rodeiam, povoam e ambientam as florestas, como mero cenário. Sendo assim, diversas produções feitas trazem uma diminuta ficha técnica de direção e produção, mas quanto aos nomes dos indígenas que fizeram parte não aparecem. Quem precisa saber seus nomes? Parece que ninguém. Querem resgatar uma cultura indígena brasileira aos olhos do homem branco sem ao menos terem a intenção de dignificar em história e documentos os poucos verdadeiros guardiões desta cultura, que sobreviveram. Tudo errado. Precisamos de uma urgente reforma política cultural ao direito material e imaterial de autores coletivos patriarcais de uma etnia, tribo e região. A defesa desse patrimônio cultural indígena deve ser salvaguardado pelas instituições governamentais para uma futura entrega, a quem é de direito natural e moral, a comunidade indígena brasileira. Sou a favor, sim, de registros, mas para a história de cada grupo. Essa história não pertence a governo algum e muito menos a entidades governamentais e não governamentais, pertence, sim, a comunidade indígena brasileira. Cabe ao governo cultural preservá-las até o momento que as próprias comunidades indígenas brasileiras possam usufruir destes centenários conhecimentos de forma amadurecida. De uma vez por todas, cabe a educação, a arte e a cultura nacional brasileira adotarem de forma digna e madura esta bandeira em nome de nossa rica diversidade, soberania e liberdade indígena brasileira.
" Suspeito por uma virgula,
queria mandar logo uns pontos finais
deu reticências
foi arrastado pelo que não disse
embora as evidências o condenassem
era um simples verbo
com características particulares
tinha muito e queriam saber
por que a crase não estava bem explicada
para não alongar a história
sua glória era ter parênteses influentes
e sinais poderosos que foram confiscados
mesmo assim para ele era o fim
agora sim, sem apelação
a condenação...
uau
ponto final.
Lá estava, eu como sempre fazia nos finais de ano, sentado em um banco de aeroporto esperando o meu vôo que havia atrasado. Com uma xícara de café na mão, e um cobertor verde musgo que havia ganhado no natal passado de uma das minhas tias do interior, eu observava as pessoas que ali passavam sempre tão apressadas e fechadas.
Em meio a esse "corre" de pessoas um casal me chamou muita atenção, então comecei a observá-los de forma mais atenta. Uma mulher morena, de cabelos longos e lisos, de idade aparente de 25 anos, estava com seu namorado, um jovem alto de pele bem clara e que aparentava ter seus 27 anos de idade, o jovem na verdade parecia bastante ocupado, sempre ao notebook ou ao telefone. Enquanto eu observava a jovem, tão inquieta e incomodada vendo-o de um lado para o outro e nunca se quer trocara uma frase, a não ser aquele típico "vou fazer uma ligação" que ele falava desde o momento em que haviam chegado.
Após alguns minutos, ainda me encontrava mesmo que sem querer, reparando naquela situação de um jovem casal, vi de longe a moça se levantando, irritada, eu percebi pela forma que ela se levantou, de mãos fechadas e o rosto rígido, a garota se aproximou do namorado pegou seu telefone, jogou-o no chão, a ponto de se tornar alguns pedaços, e com voz escandalosa, (intencionalmente) começou a falar: "São 3 meses que já se passaram e tudo o que eu pude ver, é como em 3 meses alguém muda sua vida pra pior!". Logo depois vi que a garota pegou sua mala marrom, de rodinhas, à qual estava tão pesada que teve dificuldades para arrastar, e saiu. O rapaz, já com o rosto choroso e arrependido, dirigiu-se a atendente da linha aérea, trocou algumas palavras e saiu pela porta da frente.
E depois disso tudo, eu ainda com a xícara de café, já vazia, e a mente cheia de pensamentos, me pus a questionar, e cheguei a conclusão, que um amor mal aplicado, dói muito mais que estar sozinho.
Ao invés de vírgulas, há pontos finais
O meio terminado no final
Um ciclo vicioso de que nunca parei
No enredo, o desfecho está fora de cogitação
O hoje está programado
E o amanhã não foi mudado
As dúvidas permaneceram
E o desejo de mudar? Esvaneceu
A coragem calou-se e ao medo entregou-se
Não existe nada mais plausível a ser invisível.
Eu aprendi uma coisa sobre finais: que precisamos transformá-los. E não será diferente com você.
Dessa vez eu não vou fazer milhares de perguntas para que eu possa entender o motivo do seu sumiço ou procurar uma forma de chegar até você, retornar nossas conversas diárias e, dessa forma, conseguir me sentir bem. Me sentir viva.
Não dessa vez. Agora eu decidi ficar no meu canto, esperando nada de nada, desconstruindo e reconstruindo o que tiver para ser. Vivendo os meus dias em reconciliação comigo mesma, pedindo perdão e me perdoando por todas as vezes em que achei que despedidas como esta, novamente eram somente por minha culpa.
Eu tenho muito a aprender, entende? E eu não deixo de ser capaz disso sem você. Eu continuo. Eu vou sorrir quantas vezes for preciso e vou chorar quantas vezes for necessário chorar para entender que o foco dessa situação toda não é VOCÊ TER IDO e sim EU TER FICADO.
Sim! Eu fiquei. E agora a situação é sobre como eu vou me dedicar a mim, cuidar dos meus sentimentos, daquilo que eu mesma quero expulsar (eu tenho essa autoridade). Sua ida me confundiu. Mas eu não posso ficar o tempo todo tentando decifrar sua personalidade e seu tempo como se eles fossem meus.
A mim só compete a tarefa de seguir em frente. A mim só compete a tarefa (a árdua tarefa) de não me perder e de me encontrar quando os labirintos forem difíceis demais. A mim me importa o seu desaparecimento repentino, mas não será mais essa despedida sem sentido que roubará os risos que tenho que dar e os novos riscos que tenho que correr. Sua ida, novamente, não me causará mais o mesmo trauma.
Porque eu também aprendi outra coisa sobre finais: Eles precisam acontecer. Eles são senso comum da vida.
E eu não vou morrer por isso.
Se você tivesse apenas 48 horas para viver, você gastaria como normalmente passa seus finais de semana? Se não, por que gastar 2/7 da sua vida desperdiçando seu tempo livre? Afinal, o tempo livre não é gratuito. O tempo livre é o tempo mais caro que você tem, porque quem paga por ele é você. Mas isso também faz com que seja o momento mais valioso que você tem, já que só você pode colher os lucros de gastá-lo sabiamente.
Amor para vida inteira, e não só para os finais de semana;
Dias que fico ali, e fico acolá
que dias monótonos esses,não paro
com ninguém.
Procurei, procurei e não e encontrei,
um amor duradouro, e não somente de alguns
dias.
E logo o final de semana chega e as paqueras
são sempre as mesmas.
Que dias sem fim, será que isso algum dia termina.
Um amor para vida inteira e uma esposa companheira
cada vez fica mais difícil.
Porém eu jamais desisto, tento curtir o máximo que
posso dessa vida de solteiro, claro não estou no desespero.
Logo encontro um amor verdadeiro.
E o final de semana novamente chega, dessa vez especial
uma pessoa diferente das outras.
Veja nós meu bem 1 ano se passou, e este dia logo chegou.
veio casamento, e com pouco tempo as brigas também logo
Chegaram e por fim o casamento terminou.
E o final de semana chega e as paqueras são sempre as mesmas.....
E quando percebemos que tudo, tudo são consequências.
Que todas as vírgulas e pontos finais da história de nossa vida, fomos nós que colocamos.
Que você passou quase toda sua vida procurando culpados e responsáveis, quando na verdade tudo sempre vinha de você.
Num primeiro minuto isso pode ser assustador e impossível. Você nunca faria mau a si mesmo.
Aí você pensa em quantas coisas fez, quantas meias verdades contou por alguém, para proteger alguém. Tudo sempre por alguém, alguém que não era você.
Quantas vezes culpamos as pessoas pelas consequências do que fazemos?
Nós fazemos coisas erradas pensando ser certas o tempo todo, geralmente pelos que amamos ou desejamos manter em nossa vida.
Então num segundo momento a verdade disso começa a fazer sentido, o impossível se torna possível e ao invés de medo você passa a sentir o poder que tem.
Que nunca precisou fazer nada do que te trouxe tanta tristeza e decepção.
E que a única pessoa que precisa amar e manter em sua vida sempre foi e será você mesmo.
Eu me cansei da mesmice, os finais de semana eram sempre iguais, bebedeiras, gente fingindo que é feliz, os mesmos assuntos de sempre, fofocas e mentiras, relembrar o passado, ficar bêbado, ressaca no dia seguinte e o arrependimento de ter gastado sem poder.
Dois finais de semana, acordando de manhãzinha,
Dois finais de semana, saindo na sexta pela noite, sábado e domingo de tardezinha.
Dois finais de semana, sorrindo atoa,
Dois finais de semana aprendendo de boa,
Dois finais de semana de aperfeiçoando o nosso saber na rua,
Dois finais de semana, faça sol faça chuva mas estarei junto com a turma.
Dois finais de semana, para poder dizer que conhecer vocês foi uma satisfação
Dois finais de semana, para poder dizer que ainda vamos se vê seja na pizzaria ou por aí nesse mundão.
Dois finais de semana para aprender: tá com pressa ? ..... Hahaha
Dedico a toda turma da auto escola Rota Janeiro/Fevereiro 2018.
FINAIS
Não é nenhuma virtude ter grande altura.
Nem representa defeito qualquer feiura.
Tampouco é desonra padecer de loucura.
Mas é digno, notar o Criador na criatura.