Fim
Tô na mesa do bar, chorando
Sofrеndo por causa de mim
Foram tantas escolhas, não deu
Esse foi meu próprio fim
A internet sem limites entorpece bem mais que qualquer droga sintética alucinógena inventada pelo homem.
"Quem não se esforça pela conquista, não faz jus a outro prêmio senão um adeus.
É só quando você aprende a se colocar em primeiro lugar, que pode ensinar os outros a fazer o mesmo."
Um dia, quando esse mundo chegar ao fim e a Terra deixar de existir, talvez possamos novamente fazer parte de um enorme vórtice. E então, nós vamos nos encontrar de novo.
Os sinais que você ignora no começo, normalmente são as razões pelas quais você vai embora no final.
Tu és sedutora,
bagunças a minha mente
com a tua maneira
insana e encantadora
bastante envolvente,
tens uma maldade prazerosa
que traz o paraíso até mim,
uma mulher avassaladora
a princípio e a fim.
Coisa Triste
Triste terra
Triste sente
Triste guerra
Triste mente
Triste lavra
Triste povo
Triste trava
Triste novo
Triste muro
Triste cura
Triste sujo
Triste pura
Triste aqui
Triste além
Triste ouvir
Triste amém
Triste nada
Triste tudo
Triste fala
Triste mudo
Triste mesmo
Triste mundo
Triste esmo
Triste fundo
Triste paço
Triste casa
Triste passo
Triste caça
Triste gente
Triste igual
Triste sempre
Triste final.
(Vanderlei Campos)
Enquanto caminho penso - Caminho e lembro do tio que vendia pastel e morreu vítima do Covid-19, pois não podia parar de trabalhar, lembro de uma amiga (Dona Maria) que sempre me parava para conversar, sinto saudades de suas conversas, lembro de um amigo (Welder) que na melhor fase da sua vida partiu, lembro de conhecidos, colegas, amigos, familiares. Enquanto caminho eu penso, penso, penso, lembro de todos que aqui findaram sua caminhada.
Me Perdoe
Não foi minha culpa
Não foi minha culpa
Não foi minha culpa
Não quero mais saber
Quem teve culpa ou não
Que tamanho tem minha culpa
E culpa pelo quê?
Quem estava sangrando era eu
Meu corpo e alma feitos em pedaços
Você com uma faca na mão
Escorrendo sangue fresco
Era meu sangue que cotejava
Eu pedia desculpas
Eu me justificava
Eu implorava para me perdoar
Por você ter me cortado
Me fiz em pedaços por ti
Pedaços que tu fizeste
De tantas frações de mim
Já não sabia onde estava
Em qual canto dessa casa
Está jogado meu coração?
Posso escutar suas batidas fracas e distantes
Em qual cômodo estão perdidos
Meus velhos olhos reluzentes?
Não posso enxergar, absolutamente nada
Será que joguei fora sem querer
Aquele sorriso escandaloso?
Há tempos não o ouço
Teria descartado por distração
Alguma parte de mim?
Como descartamos inconscientemente
uma lista de compras do supermercado
Após chegar com as compras em casa
Sem se ater ao que foi para no lixo
Sem se preocupar por ali estar listado
Tudo que precisava para se manter
Tudo que nos sustentava,
Tudo que nos alimentava
Tudo que nos saciava
Mas eu não joguei as compras no lixo
Foi só o que anotei que precisaria para elas,
Para ter escolhido este ou aquele alimento
Qual seria mais importante?
Os mantimentos ou sua previsão?
Por certo posso ir ao mercado
Escolher vegetais e frutas frescas
Sem lista alguma para sua seleção
Talvez esqueça de algo
Ou compre algo que nem preciso
Mas certamente ficarei, apenas um pouco,
Se não muito, confusa
Perderei mais tempo também
Procurando por aqui e por ali
O que nem sei que estou procurando
Hoje eu estou fazendo compras
Compras para minha vida
Minha geladeira está vazia há tempos
Estou com fome e sede de viver
Mas perdi minha lista
Ou nem sequer cheguei a fazê-la
Não sei ao certo o que escolher
Pego então qualquer coisa que me ofereçam
Mesmo que em pouca quantidade
Mesmo com prazo de validade vencido
Mesmo que estragado e com mofos
Tenho sido saciada até hoje
Como um cão de rua
Que sobrevive toda uma efêmera vida
Revirando sobras dos lixos
Restos do que foi descartado
Onde estão os meus pedaços?
Não consigo encontra-los
E quando encontro,
Não sei mais encaixar-me
Grito por socorro
Alguém me ajude por favor!
Mas ninguém consegue me ouvir
Estou com a voz muito baixa
Tão baixa quanto o solo que piso
Tão baixa que apenas quem já caiu
poderia me escutar
Choro e soluço e repito para mim mesmo
Eu não sou a culpada
Eu não sou a culpada
Eu não sou a culpada
Eu só te entreguei a faca
Se essa foi minha culpa
Me perdoe, por você ter me matado.
As trombetas tocaram.
Os selos se abriram.
Os anjos soltaram os ventos que prendiam.
Fechou sua porta da graça, abriu-se a da desgraça.
Diante de todos cairá sua mascara.
Veja nítida a farsa ao baixar a cortina de fumaça.
Sai daqui, não te conheço, dirá o mendigo da praça.
O véu não queria abrir mas puío com os panos quentes.
Sorriso falso também é uma forma de mostrar os dentes.
Foi você que pediu pra entrar na guerra, agora aguente, se sua muleta não existe no mundo real e seu escudo é um deus ausente.