Fim
Deixa.
Deixa chover.
Deixa a tempestade te levar.
Deixa.
Deixa o coração doer.
Deixa o amor se apagar.
Deixa.
Deixa ela ir.
Deixa ela se enganar.
Deixa.
Deixa ela aprender.
Deixa ela chorar.
Deixa.
Deixa ela queimar a carta e destruir suas lembranças.
Deixa.
Deixa ela ser assim como uma criança.
Deixa.
Deixa de sofrer e tente ser feliz, você fez tudo pra ter o que ela nunca quis.
Ocaso.
Fim de tarde e a janela aberta,
Fingindo ouvir o falatório vazio,
Imitando cantoria das cigarras.
GAVETA
Se eu por ti já não mais choro
É que tua partida finalmente
Virou fato consumado.
Nada mais se pode alterar.
Se a serenidade de meus dias
Conseguem enganar os que me cercam
É que resolvi esconder a revolta
Na gaveta onde guardo as emoções.
Aquela que um dia resolvestes abrir.
Revirastes à minha revelia
Lendo, relendo e brincando
Com tudo o que não deverias.
Assim, como já não choro,
Reorganizei a velha gaveta
E tranquei-a com chave.
Aquela que jogastes fora.
Quem está em Deus não precisa se preocupar com o fim, pois sabe que viver Deus é optar sempre pela vida que não tem fim.
Em cada repente te digo nunca repito...
de longe morro tento finjo...
para sempre caminho
como beijos na escuridão
seja tudo um fardo amargo
de repente nada pode ser igual...
mesmo tão profundo no espírito
nada se iguala nos tormentos...
meus terrores são um hospedeiro...
sem fins ou começo
meros como tangente repentina...
calada selada para sempre.
por celso roberto nadilo
O fim ainda está muito longe. Temos a poesia, portanto, temos o caniço que não deixará que morramos em meio a toda a imundice desse mundo.
Em pensar que tínhamos tudo pra dar certo, exceto pela minha mania, minha estúpida mania de superabundância. De nunca me contentar com o suficiente, de querer me transbordar em tudo. E foi por isso que acabou. Porque depois de todo o meu excesso de tentativas falhas, você insistia em dizer que fazia muito por nós. Mas o seu muito, pra mim, nunca passou de muito pouco.
Amor não tem teto
tem raiz,
pois cresce ao inverso
versa, conversa
e conduz ao todo
o tudo.
Pois o fim do amor
se chama início.
Poema do quase fim
Quase, foi assim...
De repente, quase o fim!
Quase vi acontecer com meus amigos de sempre
bem perto de mim.
Uma rusga por um mal entendido qualquer
um ruído na comunicação no momento do diálogo derradeiro
palavras mal ditas, não ditas, ditas de qualquer jeito
e uma vida inteira sob suspeição.
Por causa do disse me disse, já não podia ouvir mais nada
a raiva os controlava, dominava seus corpos, suspendendo-lhes a razão.
Já não se tocavam há tempos - por medo, por precaução.
Já não se falavam como antes - em tom de brincadeira, naturalmente.
Ira!
Talvez resolvesse, não sei se resolveria.
Talvez tudo se resolvesse, se fosse em um outro dia...
Mas, não! Tinha de ser neste dia.
Ainda há esperança, é no quase fim que a vida se renova
é no quase fim, que se encontra a saída
e é no quase fim, que tudo o que é verdadeiro se reafirma.
Pois no fim... é mesmo só mais um dia, feito tantos outros ruins.
Devemos aceitar a correção mesmo que doa em nós, principalmente no nosso ego. A geração do 'mimimi' tem que acabar.
Você me ensinou com suas atitudes que mesmo sofrendo, algumas coisas precisam e terão que ser feitas e por fim o que menos importa é quem o fez.