Filósofos
era a linguagem de um homem cansado do mundo em que vivia, mas que amava, contudo os seus semelhantes e estava decidido a recusar, pela sua parte, a injustiça das concessões
"Também lá, em redor desse asilo onde as vidas se apagavam, a noite era como uma treva melancólica"
Amar uma pessoa é estar disposto a envelhecer com ela.
É necessário viver com o tempo e morrer com ele ou se subtrair a ele para uma vida maior.
Os homens só se convencem de nossas razões, de nossa sinceridade e da gravidade de nossos sofrimentos com a nossa morte.
Não é necessário existir Deus para criar a culpabilidade, nem para castigar. Para isso, bastam os nossos semelhantes, ajudados por nós mesmos.
E ele sabia também o que o velho estava pensando enquanto suas lágrimas corriam, e ele, Rieux, pensava também: que um mundo sem amor é um mundo morto e sempre chega uma hora em que se está cansado das prisões, do próprio trabalho e da devoção ao dever e tudo o que se deseja é um rosto amado, o calor e a maravilha de um coração amoroso.
Buscar o que é verdadeiro não é buscar o que é desejável.
O que se denomina razão de viver é ao mesmo tempo uma excelente razão de morrer
Minhas noites são sagradas. Como dizem na minha terra: “Não se deve deixar para amanhã”.
Após trinta anos passados a estudar a psicologia feminina, ainda não encontrei resposta à pergunta: "Afinal, o que querem elas exatamente?"
Num certo sentido, pode dizer-se que a sua vida era exemplar. Era desses homens que têm sempre a coragem dos bons sentimentos.
Depois disse-lhe muito rapidamente que lhe pedia perdão, que devia ter olhado por ela e que a tinha desprezado muito (...)
- Tudo correrá melhor quando voltares. Recomeçaremos.
-Sim - concordou ela, com os olhos brilhantes - recomeçaremos.
Um momento depois voltava-lhe as costas e olhava através da janela. (...) e, quando ela se virou, viu que tinha o rosto coberto de lágrimas.
-Não- pediu ele com ternura. (...)
Ela respirou profundamente.
- Vai-te embora, tudo há de correr bem. (...)
Abraçou-a e, no cais, agora do outro lado do vidro, já não lhe via senão o sorriso
- Tem cuidado contigo, peço-te.
Mas ela não podia ouvi-lo.
Havia os sentimentos comuns, como a separação ou o medo, mas continuavam a pôr-se em primeiro plano as preocupações pessoais. A maior parte era sobretudo sensível ao que perturbava os seus hábitos ou atingia os seus interesses.